Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 17 de Novembro de 2021 às 20:12

A arte de Alceu Valença no tempo tríplice: passado, presente e futuro

Músico pernambucano traz a Porto Alegre show 'Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais'

Músico pernambucano traz a Porto Alegre show 'Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais'


LEO AVERSA/DIVULGAÇÃO/JC
Lara Moeller Nunes
Há cinco décadas conquistando o coração dos brasileiros com a sua pluralidade musical, Alceu Valença volta a Porto Alegre nesta sexta-feira (19) para uma apresentação no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), às 21h, com o show Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais. Transitando entre forrós, baiões, xotes, toadas e emboladas, o músico resgata clássicos de sua autoria e traz composições de outros grandes artistas na turnê que marca seu retorno aos palcos depois da pandemia.
Há cinco décadas conquistando o coração dos brasileiros com a sua pluralidade musical, Alceu Valença volta a Porto Alegre nesta sexta-feira (19) para uma apresentação no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), às 21h, com o show Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais. Transitando entre forrós, baiões, xotes, toadas e emboladas, o músico resgata clássicos de sua autoria e traz composições de outros grandes artistas na turnê que marca seu retorno aos palcos depois da pandemia.
Os ingressos para a performance estão disponíveis para compra através da plataforma Sympla. Os bilhetes que ainda estão à venda, nos setores Baixa Lateral, Alta Central e Alta Lateral, custam entre R$ 100,00 e R$ 300,00.
Pernambucano de 75 anos, o cantor e compositor surgiu no cenário musical como grande potência da música nordestina. Inovou no cenário ao juntar a melodia regional com acordes de guitarra elétrica, criando assim uma forte marca da sua identidade artística. Lançou seu primeiro disco solo em 1974 e, já no ano seguinte, teve uma de suas músicas como escolhida para integrar a trilha sonora da novela Gabriela, da TV Globo. O sucesso nas rádios, no entanto, chegou alguns anos mais tarde, com Coração bobo e Cavalo de pau. Depois disso, seu talento e brilhantismo nunca mais saíram de cena.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Alceu conta que o processo criativo de composição das suas músicas sempre foi guiado pela naturalidade. "Às vezes, estou na estrada, no carro, e do nada começo a cantar e assoviar alguma coisa. No mesmo instante, tenho que pedir para alguém gravar pra depois conseguir reproduzir o som. Minha esposa também diz que costumo funcionar a base de surtos criativos, porque tem horas que começo a escrever e não paro mais."
Isolado em casa por quase dois anos em razão da pandemia, o artista, conhecido pela sua inquietude, viu na ocasião a oportunidade de explorar o que há de melhor na união da voz e do violão. Entre lives, shows virtuais, posts nas redes e entrevistas, reuniu trabalhos inéditos e canções antigas para dar vida a novos discos gravados em formato acústico. Os trabalhos já lançados até então, chamados Sem pensar no amanhã e Saudade, seguem uma linha sentimental e intimista com releituras de grandes sucessos e músicas originais. O último deles, intitulado Senhora estrada, chega nesta sexta-feira (19) nas plataformas para fechar a trilogia.
"O isolamento permitiu que eu pudesse produzir esses novos conteúdos, mas eu gosto muito de estar no palco, mesmo quando é apenas para cantar olhando para uma câmera. Claro que prefiro me apresentar com público presencial, mas já que durante muito tempo isso não foi possível, eu ficava apenas mentalizando e imaginando a plateia cheia na minha frente, sabendo que eu estava fazendo o bem. Estar confinado é triste e horroroso. Que bom que agora estamos de volta", comemora.
Assim como alguns de seus trabalhos anteriores, o repertório do espetáculo apresentado em Porto Alegre é regido por uma espécie de roteiro cinematográfico. Ao longo das canções, o cantor constrói junto ao público uma história que, aos poucos, vai apresentando a sua trajetória artística. "Começo a apresentação com Luiz Gonzaga para introduzir o meu lado nordestino do interior para a plateia. Depois vou conectando minhas músicas uma na outra para montar uma sequência lógica entre elas. Conscientemente, isso pode não ser perceptível para todas as pessoas que assistem, mas lá no fundo elas vão fazendo as conexões", explica.
Sobre sua relação com o Estado, ele conta que, além de ter diversos amigos nascidos aqui, o Rio Grande do Sul faz parte da história e da criação da música que dá nome ao show. Foi em uma de suas passagens pela capital gaúcha que comprou a flauta transversa que, mais tarde, através de sopros despretensiosos, deu vida à doce melodia de Anunciação. "Se não fosse por Porto Alegre, ela nunca nem teria existido", pontua.
O sucesso da canção, lançada antes mesmo da popularização da internet, hoje pode ser mensurado também através da repercussão exponencial nas redes sociais. O mesmo acontece com o vídeo de La Belle de Jour/Girassol, gravado em uma performance ao vivo, que já acumula mais de 190 milhões de visualizações no YouTube.
Para ele, esse movimento que acontece na internet é muito difícil de ser compreendido. "Não há quem explique como funciona a viralidade, é uma loucura. Isso mostra como a arte sobrevive. Assim como ela, eu também vivo em um tempo tríplice: somos formados pelo nosso passado, pelo nosso presente e por aquilo que projetamos para o futuro", finaliza.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO