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Cultura

- Publicada em 15 de Novembro de 2021 às 19:42

Gerson Conrad grava novas músicas em Porto Alegre

Ex-integrante do lendário grupo Secos &Molhados assinou com a Soma Records

Ex-integrante do lendário grupo Secos &Molhados assinou com a Soma Records


ANDRESSA PUFAL/JC
Igor Natusch
Depois de muito tempo afastado do mercado fonográfico, Gerson Conrad está pronto para disparar um novo momento em sua carreira. E o ex-integrante do lendário Secos & Molhados escolheu Porto Alegre como base para a decolagem. No começo de novembro, o músico e compositor esteve na Capital para gravar duas músicas, que oficializam o contrato com a Soma Records e devem em breve aparecer como um EP nas plataformas digitais. Se depender do artista de 69 anos, é apenas o começo de uma parceria bastante produtiva, e de uma sequência de lançamentos que trará muitas novidades sonoras para velhos e novos fãs.
Depois de muito tempo afastado do mercado fonográfico, Gerson Conrad está pronto para disparar um novo momento em sua carreira. E o ex-integrante do lendário Secos & Molhados escolheu Porto Alegre como base para a decolagem. No começo de novembro, o músico e compositor esteve na Capital para gravar duas músicas, que oficializam o contrato com a Soma Records e devem em breve aparecer como um EP nas plataformas digitais. Se depender do artista de 69 anos, é apenas o começo de uma parceria bastante produtiva, e de uma sequência de lançamentos que trará muitas novidades sonoras para velhos e novos fãs.
Com produção de Luka Schwab, as duas novas faixas (que ainda não tiveram os nomes revelados) deveriam sair, em princípio, após o relançamento de Lago azul, álbum editado em 2018 e que deve receber uma nova versão pela Soma. Mas todos os envolvidos ficaram tão felizes com o resultado que a ideia original pode mudar, e as duas músicas podem chegar ao mundo antes do previsto. "O André (Scheid, um dos sócios da Soma) ficou tão empolgado que quer fazer o lançamento já, e não estou me opondo, porque pode funcionar também", afirma Conrad.
A conexão do compositor de Rosa de Hiroshima com Porto Alegre vem de muitos anos. Seu pai era diretor das antigas Páginas Amarelas no País, e veio para a Capital quando Conrad tinha entre oito e nove anos - uma passagem de negócios que duraria seis meses, mas acabou se estendendo por cerca de sete anos. "Dei entrada na minha adolescência em Porto Alegre, e sempre falo, com muito carinho, que todas as malandragens e sacanagens da juventude eu aprendi aqui", comenta, rindo. Foi para os lados de cá que ele também deu seus primeiros passos na música, tomando aulas de violão clássico - um caminho que, entre 1973 e 1974, se expandiria em um dos conjuntos mais marcantes da música brasileira.
O hiato de mais de três décadas sem lançamentos não foi planejado, garante ele. "Sou arquiteto, e comecei a trabalhar com a arquitetura nos anos 1980, até como uma questão de sobrevivência. Fiquei meio que sem perceber que havia se passado tanto tempo. Quando fui ver, estava fora do mercado fonográfico há 34 anos", garante. "Minha sorte é que nunca fiquei fora de presença física dos palcos, sempre fiz shows, mesmo que fora do circuito da grande mídia e sem ampla divulgação."
O acerto com a Soma Records veio "em um momento muito oportuno", segundo o compositor. "A Soma me dá uma liberdade e um horizonte que essas gravadoras grandes já não me dão. Além disso, é uma equipe muito jovem e atualizada com a linguagem das plataformas digitais, que é algo que eu não tenho", pondera Conrad. "Desde o primeiro contato com o André, o que me interessava é que eles entendessem meu conceito de trabalho de continuidade. Eu sou um artista que veio de um evento que mudou a história da indústria fonográfica brasileira como o Secos & Molhados, e que ficou uns bons pares de anos fora do mercado de discos. As pessoas lembram de mim? Lembram, mas, para que elas comprem a ideia de Gerson Conrad na atualidade, é preciso que a gente lance trabalhos de forma contínua", argumenta. E assim deve ser: depois da reedição de Lago azul e do lançamento das novas gravações, a ideia é ir disponibilizando materiais a cada três ou quatro meses, o que deve garantir novas visitas de Conrad à Capital.
A passagem pela cidade teve também uma apresentação ao vivo, no Parapha Baiúca, em um formato bastante intimista. "Foi muito descontraído", conta Conrad. "Nós não ensaiamos. Quando entrei no palco, eu não tinha nem a relação de ordem das músicas, estava na mão do Luka, na confusão antes do show ele esqueceu de me passar. Mas, com a experiência de 50 anos de carreira, na hora relaxei e pensei: 'Não é isso que vai me atrapalhar'. Acabei conduzindo a coisa como um anfitrião em um bate-papo, e o público adorou, o resultado foi muito positivo."
Mesmo com tanta vontade de construir o presente, quem pensa que Gerson Conrad se cansa de falar dos marcantes dias de Secos & Molhados, ao lado de Ney Matogrosso e João Ricardo, se engana. "Para mim, é sempre extremamente gratificante, uma memória afetiva muito grande", assegura. "Nós éramos ousados. Desde sempre, nos perguntam se nós tínhamos ideia de que faríamos tanto sucesso, e a gente sempre respondeu que sim, mas em decorrência de um fato muito honesto de que nós tínhamos noção exata daquilo que nós fazíamos. Nada no Secos & Molhados foi criado no acaso. Jamais vou cuspir naquilo que me trouxe até aqui", reforça.
O que não quer dizer, é claro, que Gerson Conrad esteja disposto a viver de antigas glórias - algo que, aliás, sua renovada fome criativa deixa bastante claro: "Talvez seja um pouco ousado, mas acredito que, se o Secos & Molhados ainda existisse naquela formação da qual fiz parte, a sonoridade que estaríamos trazendo seria muito parecida com a que faço hoje. Claro que a partir de uma linha evolutiva, dessas influências todas que vou assimilando".
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