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Cultura

- Publicada em 13 de Outubro de 2021 às 19:57

Prana Filmes roda cenas da série 'Centro Liberdade' em vilas de Porto Alegre

Produção com locações em áreas periféricas é um dos primeiros projetos filmados na Capital desde início da pandemia

Produção com locações em áreas periféricas é um dos primeiros projetos filmados na Capital desde início da pandemia


ANDRESSA PUFAL/JC
Igor Natusch
Mais do que uma mera pausa forçada, a pandemia teve um efeito terrível sobre a cadeia produtiva ligada ao audiovisual em nosso País. Para milhares de profissionais, as opções de trabalho foram, de forma súbita, reduzidas a quase zero - situação especialmente difícil em um ramo estruturado em torno de empreitadas e no qual uma parcela bastante pequena pode contar com a segurança de uma renda regular. Para viver da produção de filmes e vídeos, é preciso que as câmeras estejam rodando - uma rotina que, para o bem de todo o setor, começa a se mostrar recuperável, a partir da redução dos casos confirmados e do sucesso das vacinas na contenção da Covid-19.
Mais do que uma mera pausa forçada, a pandemia teve um efeito terrível sobre a cadeia produtiva ligada ao audiovisual em nosso País. Para milhares de profissionais, as opções de trabalho foram, de forma súbita, reduzidas a quase zero - situação especialmente difícil em um ramo estruturado em torno de empreitadas e no qual uma parcela bastante pequena pode contar com a segurança de uma renda regular. Para viver da produção de filmes e vídeos, é preciso que as câmeras estejam rodando - uma rotina que, para o bem de todo o setor, começa a se mostrar recuperável, a partir da redução dos casos confirmados e do sucesso das vacinas na contenção da Covid-19.
Até o começo da próxima semana, devem estar concluídas as filmagens de uma produção importante para a retomada do audiovisual em nosso Estado. Roteirizada e dirigida por Bruno Carvalho, Lívia Ruas e Cleverton Borges, a série de ficção Centro Liberdade está mobilizando cerca de uma centena de profissionais, atendendo a uma série de protocolos estabelecidos no combate ao novo coronavírus no Rio Grande do Sul. Contemplada no edital TVs Públicas do governo federal, a série produzida pela Prana Filmes tem exibição prevista para 2023, em uma emissora ainda a definir.
Dividida em dez episódios de 26 minutos cada, a trama é estruturada em torno de Gabriela (Kaya Rodrigues), uma jovem assistente social que assume seu primeiro emprego no Centro Comunitário da Vila Liberdade, em Porto Alegre. Pouco depois, ela descobre que o diretor do local, Ricardo (Rafael Sieg), tem a intenção de fechar o local. A protagonista, porém, decide se rebelar, iniciando um movimento para preservar o Centro Liberdade e reforçar sua capacidade de agir sobre problemas que afligem a comunidade, como o fechamento de uma creche, o preconceito e a violência conectada ao tráfico de drogas.
Desde o começo das filmagens, no início de setembro, não foram registrados casos positivos de Covid-19 no set de Centro Liberdade. Entre as medidas adotadas, está a realização de testes sistemáticos em toda a equipe, além do uso obrigatório de máscaras e da adoção de rígidas condutas de higienização. "Eu já perdi a conta de quantas vezes encarei o cotonete (haste usada no teste para Covid-19)", brinca Lívia Ruas, uma das diretoras da série.
Outra medida que amplia a segurança é o uso de um software específico, no qual cada participante registra periodicamente informações relacionadas à sua saúde e que permite antecipar eventuais situações de risco para o restante da equipe. A atuação no set é em sistema de rodízio, de forma que apenas a equipe indispensável esteja em cada locação e evitando aglomerações desnecessárias.
Uma rotina de cuidados que pode ser incômoda, mas que não causa reclamação em ninguém - mesmo porque simboliza a oportunidade de voltar a trabalhar naquilo que, para os envolvidos, é um misto de profissão e paixão. "Cheguei a trabalhar com marketing (durante a pandemia), e várias pessoas voltaram a morar no Interior, porque não havia nada (em termos de trabalho em Porto Alegre)", relembra Lívia. "A galera está toda muito feliz de voltar a trabalhar. É gente que atua em todos os aspectos, com transporte, alimentação, iluminação, maquinário, figurino etc, e que depende do audiovisual para viver."
Longe de usar as vilas de Porto Alegre como simples imagem de fundo, a proposta de Centro Liberdade é mostrar as diferentes potências criativas e de vida dentro dessas comunidades. "A vila não é só um cenário", acentua o diretor e roteirista Cleverton Borges, nascido e criado na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre. "É comum que se retrate a vila (em filmes e séries) a partir de uma perspectiva estereotipada. Estamos tentando retratar a realidade, mas também trazer essa poesia, a sapiência que existe nesses lugares. As pessoas são vivas, têm suas histórias e caminhos, e queremos mostrar as realidades e perspectivas de vida que surgem aqui (nas vilas)."
"(A série) trata de temas muito urgentes. Muitas famílias hoje vivem em situações extremamente periclitantes, que só pioraram a partir da pandemia, e é parte do nosso papel levar essas conversas para a telinha das pessoas", opina o ator Emilio Farias. Em Centro Liberdade, ele interpreta um policial civil, ex-namorado de Gabriela e que começa a questionar a trilha de truculência que vinha seguido até então: "Estar participando das gravações) me traz um sentimento de oportunidade muito grande, ainda mais com essa sensação de retomada, com todo mundo seguindo as regras e mostrando que dá para voltar a trabalhar de uma forma segura".
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