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Cultura

- Publicada em 04 de Outubro de 2021 às 18:09

Wander Wildner lança disco 'Coração selvagem', um dos mais ousados da carreira solo

Meses após colocar primeiro livro na praça, cantor e compositor apresenta trabalho sobre a beleza de assumir riscos

Meses após colocar primeiro livro na praça, cantor e compositor apresenta trabalho sobre a beleza de assumir riscos


YEAH DISCOS/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
"Eu cometo muitos erros. Mas são os meus erros, não os erros de outras pessoas." Mais do que um elogio à imperfeição, a frase do cantor e compositor Wander Wildner é uma afirmação da beleza que há em assumir riscos. Desde os tempos de Replicantes, fazer as coisas sem pedir licença tem sido uma filosofia de vida - e não dá mesmo para esperar autorização antes de escrever e gravar um álbum como Coração selvagem, possivelmente um dos mais ousados e abertos ao inesperado de toda a sua extensa carreira solo. Ao mesmo tempo urgente e leve, quase suspenso no ar, o novo disco sai oficialmente amanhã, mostrando um músico disposto a encontrar novos caminhos, em um mundo que parece cada vez mais ansioso por reinvenção.
"Eu cometo muitos erros. Mas são os meus erros, não os erros de outras pessoas." Mais do que um elogio à imperfeição, a frase do cantor e compositor Wander Wildner é uma afirmação da beleza que há em assumir riscos. Desde os tempos de Replicantes, fazer as coisas sem pedir licença tem sido uma filosofia de vida - e não dá mesmo para esperar autorização antes de escrever e gravar um álbum como Coração selvagem, possivelmente um dos mais ousados e abertos ao inesperado de toda a sua extensa carreira solo. Ao mesmo tempo urgente e leve, quase suspenso no ar, o novo disco sai oficialmente amanhã, mostrando um músico disposto a encontrar novos caminhos, em um mundo que parece cada vez mais ansioso por reinvenção.
Concretizado por meio de financiamento coletivo, o trabalho pode ser adquirido no site wanderwildner.com, além de estar disponível para audição nas plataformas de streaming.
Coração selvagem foi gravado em agosto deste ano no Estúdio Dreher, em Porto Alegre, e Wander dividiu a condução dos trabalhos com o produtor Thomas Dreher. A banda que acompanha o cantor traz credenciais de respeito: a baixista Georgia Branco já tocou com Mercenárias, Paulo Miklos e Itamar Assumpção, enquanto Rust Costa cuidou das guitarras e Pitchu Ferraz, ex-Nervosa, segurou a onda nas baquetas. Entre as parcerias, nomes como Juvenil Silva, Gustavo Kaly e o velho companheiro Jimi Joe surgem para dar nuances extras às composições. O resultado é um Wander Wildner aberto a experimentações sonoras e, ao mesmo tempo, talvez ainda mais reflexivo do que de costume. As crônicas musicais típicas do compositor surgem, no novo trabalho, irmanadas a um sentido de observação (por vezes ácida, mas também sensível e até generosa) sobre o mundo e as pessoas que, dentro dele, sobrevivem.
"Eu vejo um disco como um filme, como uma trilha sonora para as histórias que eu estou contando. São várias histórias que, juntas, estão dentro de um contexto, ganham um sentido. É um personagem que vai passando pelas músicas", pondera. "Meus discos são sempre bem pessoais, mas, desta vez, sou eu refletindo sobre a minha vida nesse universo, durante esse ano e meio que passou. Essa é a ideia básica dele."
As 10 primeiras faixas de Coração selvagem foram escritas por Wander a partir de abril de 2020, e aparecem no álbum em ordem cronológica. Um processo que surge como resposta ao inesperado. Quando a pandemia chegou ao Brasil, em março do ano passado, o cantor tinha acabado de gravar um álbum ao vivo, e se preparava para organizar a turnê de divulgação quando tudo fechou e o mundo entrou em suspenso. Um imprevisto daqueles para quem está acostumado a viver a vida na estrada, mantendo sempre uma intensa agenda de shows.
Quando os caminhos conhecidos se fecham, o negócio é procurar alternativas. Após uma série de lives semanais chamada WanWanShow, que manteve as coisas acontecendo durante alguns meses, o espírito punk de Wander resolveu descobrir dentro de si uma nova faceta: a de escritor. Lançado recentemente, o livro Aventuras de um Punkbrega (Yeah, 162 páginas, R$ 72,00 com envio incluso) tem ilustrações de Allan Sieber, e toma emprestado acontecimentos da realidade para criar uma obra de ficção em torno de um personagem que, ele mesmo, virou quase sinônimo de seu criador.
"Obviamente que eu jamais escreveria uma autobiografia, seria uma coisa absurda para mim fazer uma coisa dessas", acentua Wander, dando risadas. "São as aventuras de um punk brega, um personagem que o Wander inventou, que eu sempre usei para compor, gravar e me apresentar. Provavelmente muita gente que gosta das minhas músicas não imagina as coisas dessa forma", admite. "Despejei tudo em dois meses, e depois foi revisar, que foi uma coisa que achei muito legal. A magia está na revisão, ali peguei o gosto pela literatura."
Com um livro à venda e um novo disco na praça, e com a perspectiva crescente de retomada para agenda de shows em todo o País, talvez fosse de se esperar que Wander Wildner já estivesse com a guitarra dependurada no ombro, pronto para embarcar no ônibus ou avião para as primeiras datas de uma longa turnê. Na verdade (mas, pensando bem, em plena consonância com esse momento de reflexões), o eterno nômade está disposto a esperar um pouco antes de retomar o movimento.
"Pela primeira vez, eu lanço um disco sem ter um show de lançamento ou uma turnê. Quero deixar o disco falar um pouco por si só", explica. "Sempre tive um esquema de lançar um disco e já ter três meses de shows agendados, e pelo caminho irem surgindo outros shows para os próximos três meses. Eu sempre trabalhei a vida em trimestres, e agora não é assim. Eu queria fazer (as gravações) de qualquer jeito, eu não fiz o álbum pensando se iria fazer shows, em momento algum. Esse disco tem a vida dele, e eu vou respeitar isso. Vamos deixar ele andar. Eu soltei ele para o universo: agora ele vai viajar, e eu quero ver o que ele vai me trazer de volta."
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