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Cultura

- Publicada em 27 de Setembro de 2021 às 11:33

Novo patrono, Carpinejar clama pelo retorno do público à Praça da Alfândega

Escritor foi anunciado na manhã desta segunda-feira (27) em coletiva online da Feira do Livro de Porto Alegre

Escritor foi anunciado na manhã desta segunda-feira (27) em coletiva online da Feira do Livro de Porto Alegre


Reprodução/YouTube/JC
Em coletiva pelo canal de YouTube da Feira do Livro, na manhã desta segunda-feira (27), a Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) anunciou a programação oficial da 67ª edição, que tem abertura marcada para 29 de outubro - e atividades presenciais e virtuais até 15 de novembro. Aos poucos, a Feira do Livro de Porto Alegre volta parcialmente ao coração da Praça da Alfândega, conforme o presidente da CRL, Isatir Bottin Filho, que confirmou uma programação híbrida. No ano passado, o evento foi somente online.
Em coletiva pelo canal de YouTube da Feira do Livro, na manhã desta segunda-feira (27), a Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) anunciou a programação oficial da 67ª edição, que tem abertura marcada para 29 de outubro - e atividades presenciais e virtuais até 15 de novembro. Aos poucos, a Feira do Livro de Porto Alegre volta parcialmente ao coração da Praça da Alfândega, conforme o presidente da CRL, Isatir Bottin Filho, que confirmou uma programação híbrida. No ano passado, o evento foi somente online.
Ao todo, 56 associados retornam às suas barracas, com dicas de leitura, descontos e saldos. O sorteio de localização no novo mapa acontece no dia 29 de setembro e todos terão também espaço no site da Feira, para a realização de vendas através de suas lojas virtuais ou via WhatsApp.
Bottin informou que haverá controle de entrada e saída no local do Centro Histórico, para evitar aglomerações. Novamente curadora da programação, a jornalista Lu Thomé também participou do anúncio.
Patrono da edição anterior, o autor Jeferson Tenório, se disse feliz e contou que a experiência do patronato em 2020 foi gratificante, com uma Feira forte mesmo online. E coube a ele a anunciar o nome do seu sucessor. Só pelas dicas, foi possível matar a charada: pessoa divertida, profissional das artes com experiência em rádio e TV, escritor multifacetado, premiado e muito comunicativo, apesar de afirmar ser a pessoa mais solitária do mundo – solidão importante para quem escreve.
Fabrício Carpinejar declarou uma alegria imensa: "(o número) 67 não vai mais sair da minha vida. É um sonho da minha vida, desde pequeno o patronato da Feira do Livro sempre foi um exemplo de afeto e dedicação, a gente sempre esperava. Minha mãe me ensinou a ler e escrever em casa e dizia: 'Escreva, leia, porque um dia você pode ser patrono'. Acho que era o Moysés Vellinho naquele ano. Desde essa época, eu sou contaminado com essa energia".
O poeta e performer agradeceu a indicação e disse estar pronto para a batalha. "A Feira é o aniversário dos livreiros, dos escritores, dos leitores, do livro. Uma festa coletiva que reúne todos esses nascimentos. Passamos por um período difícil, dolorido. Ela é significativa emocionalmente para todos somarmos, colarmos as partes quebradas dentro de nós, para reencontrar a alegria da convivência. Os escritores voltarão a encontrar seus leitores nas sessões de autógrafos. Poderemos sorrir pelos olhos, ainda de máscara."
O Pavilhão de Autógrafos individuais segue ao ar livre, em sessões reduzidas e espaçadas, que somam 360 ao longo do evento. Todos vão ter que adaptar-se às novas regras e hábitos, em prol do propósito maior de evitar contágios da Covid-19.
Carpinejar também afirmou que o evento será útil para entender como estamos sedentos de cultura e por voltar a nos apropriar da nossa cidade: "Ter sido antecedido pelo Jeferson Tenório, que não se aposentou, tenho certeza, me dá mais alegria ainda. A Praça é do público, eu e Jeferson vamos chamá-lo de volta à Praça". 
Para o novo patrono, as 56 barracas são exemplos de tenacidade: "Pequenos negócios que não morreram, se reinventaram... Conseguiram passar por dois anos de penúria. Essas pequenas livrarias precisam de nós, que cada leitor volte a fazer uma pequena listinha dos livros que precisam comprar, como uma lista de mercado, para comprar na Feira. Passem nas barracas procurando os títulos, façamos uma gincana, uma mobilização, que a gente sinta orgulho dessa feira!". O autor ainda brincou convocando a todos para fazerem spoiler de livros, não somente de filmes e séries. "Precisamos devolver a estima aos livreiros e aos escritores, estamos carentes de afeto. A gente escreve para ser amado."
Lu Thomé pediu para Carpinejar falar da sua família, formada por escritores, comentando que sua mãe, a poeta Maria Carpi, foi patrona em 2018, e fez com ele uma live na programação do ano passado, muito emocionante. Ele respondeu: "Falar rapidamente da minha mãe é impossível, eu escrevi um livro inteiro para ela, Coragem de viver. Minha mãe não desistiu de mim, não acreditou no diagnóstico de retardo mental que recebi aos 7 anos".
Perguntado também sobre como seu eu-lírico se manifestaria na Feira do Livro, replicou: "Sempre fui de voar com as palavras, não apenas rastejar com o vocabulário funcional. As palavras têm que ser necessárias. Falar crendo, com confiança, aquilo que é parte de você. Só quem usa as palavras necessárias sabe o valor do silêncio".
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