Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

exposição

- Publicada em 15 de Setembro de 2021 às 19:03

Aquarelas do mineiro José Alberto Nemer chegam à Fundação Iberê

Mostra 'Nemer - aquarelas recentes' tem inauguração no sábado (18)

Mostra 'Nemer - aquarelas recentes' tem inauguração no sábado (18)


JOSÉ ALBERTO NEMER/REPRODUÇÃO/JC
Transitando entre diferentes formas geométricas e orgânicas, a mostra Nemer - aquarelas recentes, do mineiro José Alberto Nemer, chega à Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2.000) neste sábado (18), se estendendo até o dia 19 de dezembro. A exposição, que já passou pelo Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, é a continuação de uma série que vem sendo apresentada há 30 anos com obras produzidas sobre papel francês.
Transitando entre diferentes formas geométricas e orgânicas, a mostra Nemer - aquarelas recentes, do mineiro José Alberto Nemer, chega à Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2.000) neste sábado (18), se estendendo até o dia 19 de dezembro. A exposição, que já passou pelo Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, é a continuação de uma série que vem sendo apresentada há 30 anos com obras produzidas sobre papel francês.
Nas quintas-feiras, a visitação acontece de forma gratuita, das 14h às 18h, conforme lotação máxima do local. Nas sextas-feiras, sábados e domingos, no mesmo horário, a entrada é mediante agendamento pelo Sympla, com ingressos entre R$ 10,00 e R$ 40,00. Excepcionalmente entre os dias 17 e 20 de setembro os bilhetes estarão com valor promocional único de R$ 5,00.
As 20 composições apresentadas na mostra de Nemer são fruto do longo período de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Em uma espécie de reflexão interna, o artista realizou um mergulho produtivo que resultou em trabalhos de aquarela que dialogam com duas diferentes forças: a geometria, que representa o rigor construtivo da arte; e o orgânico, que traz a flexibilidade. Os quadros, desenvolvidos em tamanhos que variam de 100 x 100 cm até 150 x 200 cm, trazem quadrados, retângulos, círculos e trapézios que, aos poucos, se desconstroem no interior das peças.
Apesar de hoje se dedicar inteiramente ao trabalho com a técnica, o primeiro contato com o mundo das artes se deu através do desenho, inspirado nas obras do pintor Alberto da Veiga Guignard. "Cheguei a cogitar fazer Arquitetura, pois era um curso que servia como meio de campo entre o artista que eu queria ser e o engenheiro que a minha família queria que eu fosse. No fim, acabei escolhendo a faculdade de Belas Artes, seguindo o que meu coração me mandava fazer. Trabalhei muito tempo com desenho, sempre tive isso como minha linguagem autônoma, só depois migrei para a aquarela", relata em entrevista ao Jornal do Comércio.

José Alberto Nemer diz que aprende muito com a aquarela

José Alberto Nemer diz que aprende muito com a aquarela


Miguel Aun/DIVULGAÇÃO/JC
A grande sensibilidade gerada pela tinta diluída em água sempre chamou sua atenção, mas na época em que cursou o ensino superior as normas em relação aos processos e às metodologias eram muito rígidas, e isso impossibilitava o desenvolvimento do seu senso de criatividade. Essa barreira foi rompida quando, há 30 anos, ele fez um resgate desse formato artístico. Criando uma linguagem própria e uma identidade única, Nemer começou a explorar os pontos que antes serviam como obstáculo: o uso da cor preta e a tinta mais densa do que o usual. "Vejo a arte como um espaço muito livre, que permite grandes desafios. Podemos tudo, desde que seja sensível e criativo."
As obras inéditas apresentadas na mostra deste ano, que dão continuidade a uma série de exposiçõesiniciadas na década de 1990, provêm de uma evolução natural que gira ao redor do próprio trabalho do artista. "O progresso de uma produção artística, tal como a natureza, nunca é um salto muito grande. A mudança acontece aos poucos e a longo prazo. Essa é a lição que devemos tirar da arte como um todo: um passo de cada vez, nem maior nem melhor, mas diferente", reflete ele que, pela primeira vez, expõe seus trabalhos na Fundação Iberê Camargo.
O mineiro afirma ainda que os desafios impostos pela aquarela cresceram na medida em que as dimensões das obras também aumentaram. "Geralmente quando os trabalhos aumentam de tamanho as pessoas imaginam algo mais substancial, com mais materiais e mais informações. Busquei apenas transpor a delicadeza de uma tela pequena para uma maior, preservando sua essência. Isso é bem difícil e provocante."
Para Nemer, com essa técnica, a ponta do pincel possibilita conhecimentos diários em todos os aspectos da vida. "Eu aprendo muito com a aquarela. Não só a técnica em si, mas ela também me ensina a viver. Trabalhar com água e pigmentos sobre uma folha de papel é um desafio constante. Quando ela não obedece aquilo que eu havia planejado ou proposto inicialmente, preciso aceitar. Essa é a natureza dela e é isso que a torna uma técnica tão fascinante: é sobre abrir mão do controle, permitindo-se ser flexível", finaliza.