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Cultura

- Publicada em 08 de Setembro de 2021 às 19:06

Ariane Severo lança romance com uma viagem pela mente de Freud

Professora e psicanalista, autora apresenta 'Freud: De Viena a Paris' em live nesta sexta-feira (10)

Professora e psicanalista, autora apresenta 'Freud: De Viena a Paris' em live nesta sexta-feira (10)


RAFAEL MAFUZ/DIVULGAÇÃO/JC
Lara Moeller Nunes
Regime nazista, 1938. A psicanálise, assim como diversas outras áreas do conhecimento, sofria risco de extinção nos territórios dominados pelos alemães. Com medo da represália e em busca de um lugar seguro para dar continuidade ao seu trabalho, Sigmund Freud embarcou com sua família em uma viagem à procura da liberdade. Os desafios enfrentados ao longo dessa jornada são narrados em Freud: De Viena a Paris (BesouroBox, 200 págs., R$ 59,90 em pré-venda pelo site da editora), a nova obra literária de Ariane Severo.
Regime nazista, 1938. A psicanálise, assim como diversas outras áreas do conhecimento, sofria risco de extinção nos territórios dominados pelos alemães. Com medo da represália e em busca de um lugar seguro para dar continuidade ao seu trabalho, Sigmund Freud embarcou com sua família em uma viagem à procura da liberdade. Os desafios enfrentados ao longo dessa jornada são narrados em Freud: De Viena a Paris (BesouroBox, 200 págs., R$ 59,90 em pré-venda pelo site da editora), a nova obra literária de Ariane Severo.
O evento virtual de lançamento acontece nesta sexta-feira (10), das 19h às 20h30min, através das plataformas Zoom e YouTube. Para garantir o acesso, é necessário entrar no site do Instituto Contemporâneo e adquirir o combo palestra certificação livro pelo valor promocional de R$ 50,00.
Professora e psicanalista, a autora buscou retratar em seu mais recente trabalho a importante figura de Freud através de uma visão não tão conhecida pelo grande público. Indo além da ciência e das teorias desenvolvidas por ele, apresenta um dos maiores pensadores do século XX como um homem que gostava dos animais, da natureza e da literatura, que lutava pelos direitos das mulheres e dos homossexuais, e que era um grande amante e colecionador de artes.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Ariane comentou sobre o processo de escolha da temática. "Muitas pessoas têm uma visão reducionista que não condiz com quem ele realmente era. Isso sempre me incomodou muito, por isso resolvi escolhê-lo como meu personagem", explica. A vasta trajetória pessoal e profissional dele dificultou, em um primeiro momento, a delimitação do recorte histórico que seria contado no livro.
A escassez de informações sobre sua saída da Áustria, no entanto, motivou a escritora a investigar e registrar esse momento específico de sua vida. "Os relatos disponíveis sobre o percurso são todos muito superficiais. Ninguém contou o que de fato aconteceu no caminho até Paris. Acabei, então, me aprofundando mais nas narrativas de Ernest Jones, um de seus biógrafos, pois ele foi um dos responsáveis por viabilizar a viagem junto com Marie Bonaparte." Além disso, a falta de registros também veio como mecanismo para estimular a imaginação, permitindo que a autora explorasse ainda, através de muita pesquisa, memórias e experiências já vividas pelo pai da psicanálise.
A bordo do Expresso do Oriente, mesmo trem que serviu de cenário para obra de Agatha Christie, Freud resgata momentos que transitam pela infância de seus filhos, viagens feitas a trabalho ou em família e congressos e ensaios desenvolvidos por ele no passado. Conforme a locomotiva se desloca, atravessando antigos vilarejos e campos de concentração, as lembranças também dão espaço à descrição de acontecimentos e feitos históricos ligados àqueles ambientes.
O compromisso e a responsabilidade de abordar assuntos tão relevantes dentro de uma obra em formato de romance sempre foram preocupações de Ariane. "Tive um cuidado muito grande com tudo o que eu estava contando, até porque algumas coisas aparecem de formas diferentes em determinadas fontes. O livro foi resultado de muita, muita pesquisa. Li obras dele, biografias, correspondências, cartões postais e vi fotos, filmes e documentários para poder reconstruir tudo de forma fidedigna com o máximo de detalhes possíveis", conta.
A linguagem utilizada pela autora foi outro ponto muito pensado no processo de escrita. Seu principal objetivo era conseguir inserir o leitor dentro da história para que ele entendesse os sentimentos e as preocupações do protagonista. Além disso, a obra traz em diversos momentos os acontecimentos sendo narrados a partir de diferentes olhares, com o intuito de ampliar a visão da narrativa como um todo. "Acho que essa forma romanesca de narrar, sem alterar a história, favorece a aproximação do público com a trajetória e a obra de Freud. Para mim, o romance contemporâneo é um modo privilegiado de escrita, capaz de reconstruir um acontecimento preservando todas as suas emoções."
Apesar de distante no tempo, o livro de Ariane traz muitas questões que agora voltam a ser pauta na sociedade. "Estamos vivendo um período onde há um significativo aumento do autoritarismo e de manifestações preconceituosas. Eu só fiz essa ligação com o presente depois de me aprofundar na história, não era meu intuito no início, mas acabou se tornando um trabalho muito contemporâneo", reflete a escritora.
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