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Cultura

- Publicada em 26 de Agosto de 2021 às 10:09

Com excelentes atuações, 'Homem onça' entra em cartaz em Porto Alegre

Chico Diaz vive funcionário público, gerente de projetos de estatal que passa por reestruturação

Chico Diaz vive funcionário público, gerente de projetos de estatal que passa por reestruturação


TACACÁ FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Um resgate da tendência neoliberalista brasileira no final dos anos 1990. Ambientado nesse período, o longa Homem onça, de Vinícius Reis, mostra como a história real do País reflete e interfere na vida pessoal do protagonista Pedro (Chico Diaz), funcionário público, gerente de projetos de uma estatal de energia, que passa por um cruel processo de reestruturação. A trama estreia em Porto Alegre em três sessões diárias, às 14h50min, 18h10min e 21h30min, na sala 3 do Espaço Itaú de Cinema (Túlio de Rose, 80).
Um resgate da tendência neoliberalista brasileira no final dos anos 1990. Ambientado nesse período, o longa Homem onça, de Vinícius Reis, mostra como a história real do País reflete e interfere na vida pessoal do protagonista Pedro (Chico Diaz), funcionário público, gerente de projetos de uma estatal de energia, que passa por um cruel processo de reestruturação. A trama estreia em Porto Alegre em três sessões diárias, às 14h50min, 18h10min e 21h30min, na sala 3 do Espaço Itaú de Cinema (Túlio de Rose, 80).
Além de Díaz, todos os atores estão muito bem neste drama alegórico sobre o cidadão brasileiro: Silvia Buarque, Bianca Byington (Kikito de atriz coadjuvante pelo papel da segunda companheira de Pedro no mais recente Festival de Cinema de Gramado), Emílio de Mello, Valentina Herszage, Alamo Facó e Guti Fraga. O roteiro desta obra necessária para a filmografia nacional, assinado por Reis, em colaboração com Flavia Castro e Fellipe Barbosa, examina como o longo processo de privatização de estatais na época ressoa na vida dos empregados daquelas empresas. A perda da estabilidade e segurança emocional e econômica de Pedro é um reflexo da situação do País. Ao falar do passado, Homem onça é um filme que também faz pensar sobre o nosso presente, sempre cercado por uma série de ameaças políticas e econômicas.
Vinicius Reis usou uma experiência pessoal como inspiração para o roteiro do longa: “Meu pai era gerente numa das maiores mineradoras do mundo, a Vale do Rio Doce. E em 1996, a empresa passou por uma reestruturação radical, que culminaria na sua privatização no ano seguinte. Depois de duas décadas trabalhando para essa companhia, meu pai não podia ser demitido e foi forçado a se aposentar. Antes disso, foi obrigado a demitir sua equipe... Tudo isso teve o efeito de um tsunami em sua vida”.
No filme, Pedro tem uma vida estável de classe média com sua mulher Sônia (Silvia) e a jovem filha universitária Rosa (Valentina). Pedro trabalha na fictícia Gás do Brasil, numa das maiores estatais do País. Tudo parece caminhar muito bem, um projeto de sustentabilidade desenvolvido por ele ganha um prêmio internacional, o que parece garantir o emprego de sua equipe, apesar da crise que a empresa começa a enfrentar. Seu corpo parece reagir a isso e manchas estranhas aparecem em sua mão (vitiligo).
Homem onça (cujo significado do título só se desenha ao final do enredo) acompanha esse processo através de duas linhas narrativas que se entrecortam e convergem: num futuro não longínquo, o protagonista não vive mais no Rio de Janeiro, mas em um sítio de uma cidade de interior, com a nova companheira Lola (Bianca). 
O diretor afirma que com esta obra continua a explorar o interesse por contar histórias sobre as ambições e medos da classe média urbana brasileira: "No meu primeiro longa de ficção, Praça Saens Peña, de 2009, a questão da posse de um imóvel e o desejo por uma carreira profissional eram centrais para os personagens. Em Homem onça, a importância do trabalho como identidade do ser humano é o que move os personagens”, explica o diretor.
A produção foi rodada no Rio de Janeiro, Petrópolis e Teresópolis, entre dezembro de 2017, e janeiro de 2018, e teve sua estreia mundial em fevereiro passado, no 5o Arthouse Asia Film Festival. A direção de fotografia de João Atala e de arte por Tainá Xavier merecem menção pelo desafio de reconstituição de época, voltando algumas décadas no tempo. O filme foi realizado com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, BRDE, Ancine e do programa de editais da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro 2011/2012.
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