Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 23 de Agosto de 2021 às 10:27

Guion fecha as portas depois de receber 2 milhões de espectadores em 26 anos

Serão oferecidos descontos de 20% para quem quiser adquirir obras de arte, livros, CDs e DVDs

Serão oferecidos descontos de 20% para quem quiser adquirir obras de arte, livros, CDs e DVDs


MARIANA ALVES/JC
Cristine Pires
Atualizada às 14h45min - O setor de entretenimento foi um dos mais atingidos pelas medidas de distanciamento social impostas para evitar o avanço da pandemia de Covid-19. Depois de 26 anos de atuação, o Guion Center foi um dos que não resistiu à falta de público desde que o novo coronavírus exigiu medidas de restrição de circulação. Depois de receber 2 milhões de espectadores até junho deste ano, quando comemorou o 26º aniversário, o tradicional cinema de Porto Alegre anuncia o encerramento das atividades em setembro.
Atualizada às 14h45min - O setor de entretenimento foi um dos mais atingidos pelas medidas de distanciamento social impostas para evitar o avanço da pandemia de Covid-19. Depois de 26 anos de atuação, o Guion Center foi um dos que não resistiu à falta de público desde que o novo coronavírus exigiu medidas de restrição de circulação. Depois de receber 2 milhões de espectadores até junho deste ano, quando comemorou o 26º aniversário, o tradicional cinema de Porto Alegre anuncia o encerramento das atividades em setembro.
"Tentamos, mas a narrativa do fique em casa impactou não só nas nossas salas, mas em cinemas de todo o País", disse o proprietário do cinema, Carlos Schmidt, ao Jornal do Comércio. "Se o Guion ou qualquer outra sala tivesse a atenção do espectador para a sua programação como é em seu fechamento, estaríamos muito bem. Vida que segue", desabafou. O encerramento das atividades foi informado neste domingo (22) nas redes sociais do Guion. 
Nas redes sociais, a empresa também anunciou a venda de itens e utensílios das salas de cinema e desconto de 20% para quem quiser adquirir obras de arte, livros, CDs e DVDs.
Em abril deste ano, Schmidt havia anunciado a venda do Guion, conforme adiantou Fernando Albrecht em sua coluna Começo de Conversa, no JC. "Sem sessões e sem público, o guerreiro Carlos Schmidt não teve como segurar a barra. O aluguel tinha que ser pago, e as máquinas permanecem ligadas em stand by, porque reiniciá-las é complicado", disse, à época, o colunista. 
A chance de manter as exibições, diz Schmidt, seria registrar um movimento que permitisse manter o espaço por mais algum tempo sim. "Poderíamos reverter a decisão" relata. No entanto, lembra que a mesma tentativa foi feita há 3 meses e não apresentou resultado. "A solução é a venda ou passar para outra pessoa o ponto. Temos uma interessada, mas a proposta foi rejeitada e fizemos uma, pela qual aguardamos um retorno hoje", relata.
Segundo ele, a interferência do estado na venda do ingresso (meia-entrada), na programação (através da cota de tela - embora este governo tenha reduzido muito a obrigatoriedade), por exemplo, são grandes complicadores. Por isso, entende que o fechamento é um rumo natural de muitos cinemas no País, depois do "fique em casa". "Nosso movimento está péssimo, mas, comparado a muitas salas no Brasil, ainda está acima da média", afirma. No entanto, segundo ele, isso não paga os custos pela frustração com a bilheteria e os altos custos com a manutenção dos espaços, equipamentos e pessoal.
"Claro que perder um espaço que foi construído com todas, mas literalmente todas, as nossas economias, gera tristeza. Um espaço que levamos um ano e meio para terminar, somando ingresso a ingresso, depois de 26 anos, sair apenas com a possibilidade de venda de alguns equipamentos e objetos, é frustrante", lamenta. Schmidt comenta que o Guion tem três projetores de 35mm que custaram US$ 60 mil cada um. "Nos restaram cerca de 10 projetores dessa bitola que precedeu a digitalização. E pensar que, nos primeiros projetores de 35mm (Philips) , que compramos por CR$ 50 mil de um exibidor em 1985, também investimos todo o nosso pequeno patrimônio naquela época, possibilitando o funcionamento mais profissional do Ponto de Cinema/Sesc, associação entre o Sesc e o Ponto de Cinema-Cinemateca Gaúcha", conta.
O sucesso obtido no passado, afirma, foi um aprendizado de empreendedorismo e não deixa nada a reclamar. "Seguiremos com a galeria Guion Arte virtualmente ou em algum espaço físico, ação que vamos decidir no futuro", revela. O foco, agora, é a venda dos equipamentos e objetos do cinema.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO