Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 27 de Julho de 2021 às 21:40

Após espera de um ano e meio, Orquestra de Câmara da Ulbra retoma agenda de espetáculos

Comemorando 25 anos de existência, Orquestra de Câmara da Ulbra retoma agenda depois de um ano e meio sem espetáculos

Comemorando 25 anos de existência, Orquestra de Câmara da Ulbra retoma agenda depois de um ano e meio sem espetáculos


FABIO KREMER/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
A Orquestra de Câmara da Ulbra tinha vários planos para a comemoração de seus 25 anos de existência, em 2021. Uma data que, como sabemos, significa muito em um País no qual a cultura precisa fazer um esforço permanente pela própria sobrevivência. A pandemia, porém, veio bagunçar tudo, e atingiu a orquestra de forma especialmente severa.
A Orquestra de Câmara da Ulbra tinha vários planos para a comemoração de seus 25 anos de existência, em 2021. Uma data que, como sabemos, significa muito em um País no qual a cultura precisa fazer um esforço permanente pela própria sobrevivência. A pandemia, porém, veio bagunçar tudo, e atingiu a orquestra de forma especialmente severa.
Foram um ano e meio de atividades suspensas, concertos cancelados e angústia sobre o futuro - período que, felizmente, está chegando ao fim. No mesmo mês de julho que marca seu 25º aniversário, a Orquestra da Ulbra retomou a rotina de ensaios, e o primeiro resultado disso poderemos ver no próximo domingo, quando a entidade retoma oficialmente a programação de concertos.
A apresentação da série Domingo Clássico trará peças de compositores como Vasily Kalinnikov, Sergei Rachmaninov e Benjamin Britten, e acontece às 19h, na Associação Leopoldina Juvenil (rua Marquês do Herval, 280), em formato híbrido. Haverá um limite de entrada presencial para 180 convidados, basicamente apoiadores financeiros do projeto; os demais poderão acompanhar, de forma gratuita, a transmissão ao vivo pelo canal oficial da Orquestra no YouTube.
Uma retomada ainda cuidadosa, mas que já enche de alegria o coração de Tiago Flores, maestro da Orquestra. Antes disso, os músicos tinham se reunido uma única vez, no começo do ano, para uma gravação ao ar livre nas dependências da Ulbra. "A sensação (da retomada dos ensaios) foi muito boa, muito emocionante", comenta, em conversa com o Jornal do Comércio. "É um processo muito pesado, ficar cerca de 18 meses sem fazer música em conjunto, e poder reencontrar amigos e colegas de tantos anos, tocar juntos novamente, nos deixou muito empolgados. E é excitante sentir que não é algo isolado, que agora poderemos voltar ao trabalho, nos vermos e tocarmos juntos com frequência."
Sentimento muito diferente do vivenciado em março do ano passado, quando a indesejada Covid-19 chegou ao Brasil. A agenda de 2020 estava lotada, com apresentações no Theatro São Pedro e no Auditório Araújo Vianna, além de datas confirmadas no Interior e uma programação de 10 concertos didáticos. Tudo cancelado - um momento que Flores descreve como "muito dolorido" para todas e todos os envolvidos. "Além da frustração, há a questão financeira, porque, se não faz concerto, o músico não recebe", explica. "Eu já tenho uma certa idade, conheço as agruras da vida, mas mesmo assim foi muito duro, ter que parar de trabalhar de uma hora para outra". Ao maestro, restou estabelecer uma rotina de estudos e acompanhar as agendas de concertos virtuais de outras instituições, enquanto aguardava a chance de voltar a conduzir a Orquestra da Ulbra de forma presencial.
A alegria do retorno vem, é claro, acompanhada de uma saudável dose de cautela. "Estamos tomando todos os cuidados possíveis, e sabemos que não dá para planejar muito, porque todo mês as exigências (de saúde causadas pelo novo coronavírus) mudam um pouco. Confiamos que não deve acontecer uma recaída, pelo menos em nosso Estado, já que estamos com a vacinação adiantada. Por enquanto, estamos experimentando a transmissão ao vivo, que é uma forma de suprir um pouco as milhares de pessoas que acompanham orquestras de câmara e que, assim, poderão nos assistir. Quem sabe em setembro conseguimos ter 50% da capacidade de público", projeta.
A partir de agora, a ideia é manter a Orquestra de Câmara da Ulbra em plena atividade. Há cinco concertos da série Domingo Clássico agendados para este ano, em espetáculos mensais, e a perspectiva de realizar, em novembro, uma agenda lírica, atendendo compromisso assumido em concurso realizado há quase dois anos. Além disso, a partir de outubro, está prevista a realização de oito Concertos Didáticos para escolas públicas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Outros possíveis espetáculos estão em fase de planejamento, dependendo da evolução do quadro sanitário para confirmação - e algumas atrações, como os Concertos Populares, devem ter retomada apenas em 2022, na medida em que a arrecadação de bilheteria tem papel decisivo em sua realização.
Um quadro que pode não ser exatamente o que se idealizava para os 25 anos de existência, mas que acaba sendo uma celebração adequada à continuidade de uma instituição importante para a música erudita no Sul do Brasil. "No fim de 2019, a Orquestra da Unisinos já tinha acabado. No ano passado, fechou a Orquestra Sinfônica da UCS, a Filarmônica da Pucrs também foi encerrada... Hoje, temos apenas três orquestras em atividade em Porto Alegre: a Ospa, a do (Theatro) São Pedro e a Ulbra", enumera Flores. "Da nossa parte, é celebrar a certeza de que não vamos acabar tão cedo: temos muitos apoiadores, e estamos buscando empresas e parcerias. Mas a comunidade precisa abraçar essas entidades, se apropriar delas e entender que são patrimônios da nossa cidade e do nosso Estado."
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO