Salas de exibição têm boa procura de público em Porto Alegre

Com lotação limitada a 40% da capacidade e operando com medidas de segurança, quase 100% das salas de cinema da Capital já reabriram as portas. A maioria retornou há três semanas, e teve movimento impulsionado por lançamentos de filmes e pela ampliação da vacinação entre a população em geral.

Em maio, a primeira rede a erguer novamente as cortinas foi o GNC. Atualmente, todos os pontos de exibição da empresa estão abertos.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Rio Grande do Sul, Hormar Castello Junior, o retorno na maioria dos cinemas comerciais de Porto Alegre tem sido gradual. "Teve oscilação, e está tendo, não estamos trabalhando na totalidade, mas com o lançamento de novos filmes tudo indica que vá se ampliar."

Segundo Castello Junior, as estreias estão ocorrendo a cada duas semanas. "O primeiro filme que engrenou foi a Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (Michael Chaves), em cartaz no País desde 3 de junho. "Outros já estavam ido muito bem e já tinham atraído muita gente para o cinema", pondera.

Além da obra que conta a história de um casal que investiga um assassino que alega ter sido possuído por um demônio, também os títulos Cruella (Craig Gillespie) e Velozes e Furiosos 9 (Justin Lin) levaram o público novamente às salas de exibição. "Notamos uma procura maior em todos os filmes, ainda tímida, mas que em alguns dias se assemelha a 50% do habitual antes da pandemia", calcula.

O dirigente comemora o sucesso do retorno das atividades, destacando que o setor "provou" que o protocolo utilizado (com padrão internacional) possibilitou que nenhuma notificação de contaminação por Covid-19 fosse relacionada a estes ambientes.

Após aproximadamente 14 meses fechados, os cinemas devem seguir apostando em lançamentos. "A renovação da cartela de filmes é mote do momento, todos vão usar esta estratégia para sobreviver", sinaliza Castello Junior. "Inclusive nesta quinta-feira (8) estreia Viúva Negra (Cate Shortland), o novo filme da Marvel Studios", destaca.

Exigindo o cumprimento das regras de distanciamento, além do uso de álcool gel, alimentação somente dentro da sala - sendo obrigatório o cliente estar sentado no assento - e o uso de máscara para funcionários e clientes inclusive no período de projeção do filme (salvo enquanto houver alimentação envolvida), as empresas também seguem incentivando a compra de ingressos pela internet.

"Está funcionando, fui ao cinema na semana passada e o público está gostando e curtindo. Nem eu esperava que o retorno fosse tão positivo", admite o presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Rio Grande do Sul.

O dirigente observa que todas as empresas do ramo em Porto Alegre se encontram "totalmente descapitalizadas". "Inclusive as multinacionais", salienta. "Mas com o avanço da vacinação irá impulsionar o retorno do público às salas", estima. Mas segundo ele, "graças ao programa do governo federal" que permitiu a suspensão de contratos de trabalho no período de restrição das atividades, não houve demissões no setor, pelo menos em âmbito municipal.

Além da rede GNC, que conta com 16 salas de exibição, as empresas Cinemark (com 22 salas), Cinépolis (quatro salas), Cineflix (cinco), Arcoíris Cinemas (quatro), Guion Center (três) e Itaú Cultural (com seis das oito salas funcionando) estão com programação em diversos horários.

Recentemente, o Cine Capitólio, mais voltado para demandas culturais, também voltou à ativa. Outras duas salas (Paulo Amorim e Eduardo Hirtz) na Casa de Cultura Mario Quintana estão recebendo o público. No local, ainda há um terceiro ponto de exibição (sala Norberto Lubisco), que ainda não reabriu. No espaço, denominado Cinemateca Paulo Amorim, os preços dos ingressos são populares (a partir de R$ 12,00), com descontos de 50% para estudantes e pessoas com mais de 60 anos.