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Cultura

- Publicada em 02 de Julho de 2021 às 08:02

Poeta e rebelde, Jim Morrison segue lendário nos 50 anos de falecimento

Cantor (d), que fez história à frente do grupo The Doors será alvo de várias homenagens neste fim de semana

Cantor (d), que fez história à frente do grupo The Doors será alvo de várias homenagens neste fim de semana


JOEL BRODSKY/ELEKTRA RECORDS/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Se hoje temos em nosso imaginário a figura do frontman, do cantor de rock capaz de hipnotizar plateias e influenciar gerações, muito disso se deve à presença icônica de Jim Morrison. Vocalista da banda The Doors, ele faleceu cedo demais (mais precisamente há 50 anos, no dia 3 de julho de 1971) e tornou-se membro honorário do grupo de roqueiros que se foram com meros 27 anos de idade - mas essa vida breve, de certa forma, acaba sendo decisiva para sua permanência, fazendo dele até hoje uma das mais emblemáticas e influentes imagens de rebeldia da música mundial.
Se hoje temos em nosso imaginário a figura do frontman, do cantor de rock capaz de hipnotizar plateias e influenciar gerações, muito disso se deve à presença icônica de Jim Morrison. Vocalista da banda The Doors, ele faleceu cedo demais (mais precisamente há 50 anos, no dia 3 de julho de 1971) e tornou-se membro honorário do grupo de roqueiros que se foram com meros 27 anos de idade - mas essa vida breve, de certa forma, acaba sendo decisiva para sua permanência, fazendo dele até hoje uma das mais emblemáticas e influentes imagens de rebeldia da música mundial.
As cinco décadas sem o músico serão alvo de uma série de homenagens nos próximos dias. Entre elas, o Canal Bis traz neste sábado (3) uma programação especial, incluindo o documentário The Doors - feast of friends (21h30min), dirigido pelos próprios músicos e que registra a atmosfera antes de um dos shows do conjunto, e Live at the Isle of Wight (22h10min), último registro ao vivo da banda, no lendário festival de 1970.
No domingo (4), tem a estreia do projeto O Rock Tá Vivo, que inclui um show da Roadhouse Band tocando clássicos da banda norte-americana. O concerto online, que também trará o jazz progressivo da Sopro Cósmico, será apresentado por Claudio Cunha, com comentários de King Jim e Luciane Leal, e poderá ser assistido gratuitamente (com contribuição espontânea), a partir das 19h, no canal TV Clandestina do YouTube.
Além da voz grave, Morrison causava forte impressão a partir da seu comportamento no palco. Unindo um espírito inquieto a uma acentuada sensibilidade poética, o cantor conseguia ser ao mesmo tempo sensual, misterioso e quase intimidador; por vezes, mergulhava na música a ponto de entrar em algo próximo do transe, além de recitar poemas e narrativas (frequentemente de improviso) durante as passagens instrumentais de várias músicas.
Não chega a ser surpreendente que ele tenha sido, ao que parece, o primeiro artista de rock a ser preso em cima do palco, em um show em New Haven, Connecticut, em 9 de dezembro de 1967. Conta a lenda que o cantor estava aos amassos com uma fã nos camarins quando, sem ser reconhecido, acabou levando spray de pimenta nos olhos, cortesia de um dos policiais que estava lá com a missão de proteger a banda. Mais tarde, durante o show propriamente dito, Morrison aproveitava cada intervalo para ofender os policiais presentes - um comportamento que levou os agentes da lei a interromper a apresentação, gerando um quebra-quebra que resultou em 14 presos, incluindo o vocalista.
A banda havia alcançado o sucesso meses antes, quando o single de Light my fire chegou ao topo das paradas norte-americanas. Em ritmo frenético, a banda lançou seis álbuns em pouco mais de quatro anos, rapidamente se transformando em uma das mais influentes bandas de rock dos anos 1960. No caldeirão musical do grupo, os instrumentistas Ray Manzarek (teclado), Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) traziam, todos, seu grau de importância - mas era Morrison, com seu estilo vocal poderoso e suas letras cheias de simbologias e elementos de poesia.
Embora longe da decadência, a verdade é que a figura pública de Jim Morrison estava degenerando a olhos vistos quando a morte prematura surgiu em seu caminho. Em maio de 1969, um novo incidente no palco o levou aos tribunais: quando o quarteto tocava em Miami, o frontman foi acusado de comportamento obsceno ao supostamente mostrar o pênis para o público, o que foi sempre negado pelos companheiros de Doors.
A condenação foi revertida em fiança, mas a repercussão negativa gerou uma espécie de boicote silencioso, com muitas casas de shows dos Estados Unidos se recusando a abrigar performances da banda. Some-se a isso o alcoolismo e o uso pesado de drogas, que foram deteriorando a saúde do músico.
Jim Morrison faleceu em Paris, para onde tinha se mudado com a namorada Pamela Courson pouco depois de concluir as gravações do LP L.A. Woman, em 1971. Aparentemente, a nova rotina estava fazendo bem à saúde do astro, mas não foi suficiente para evitar o pior.
No dia 3 de julho, Morrison foi encontrado morto na banheira de seu apartamento, no que foi descrito por testemunhas como uma overdose acidental pelo uso de heroína. Permanece, porém, um ar de mistério: as leis da França não exigiam autópsia, o que levou muita gente a desconfiar das verdadeiras causas da morte do músico.
Uma incerteza que, somada à macabra inclusão no Clube dos 27 (que une artistas como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Amy Winehouse, todos mortos com a mesma idade), só fez aumentar a aura em torno do lendário vocalista. Poeta e rebelde, Jim Morrison segue eterno, por diferentes motivos, no coração de todo jovem (ou adulto) que mergulha no rock' n' roll.
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