Após 15 meses fechado, Bar Opinião reabrirá ao público e já tem agenda para agosto

Foi em 17 de março de 2020 quando o então prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), baixou o primeiro decreto que restringia o funcionamento de atividades na Capital gaúcha por conta da disseminação de um novo vírus da família corona. À época, não se vivia um estado de pandemia no mundo, e poucos imaginavam que 500 mil brasileiros perderiam a vida para a Covid-19.

Quinze meses se passaram desde que a calçada da rua José do Patrocínio, na Cidade Baixa, era tomada por pessoas de todas as idades que esperavam para lotar o Opinião a cada fim de semana. Agora, vislumbra-se a possibilidade de, aos poucos, o bar voltar a ser o que era: o Opinião reabrirá a partir de agosto.

Adequado aos decretados estaduais e municipais que regem o distanciamento controlado, o bar ainda estará longe de funcionar como em fevereiro de 2020. Com capacidade máxima de 200 pessoas, a casa receberá apenas uma plateia sentada em primeiro momento – podendo, assim, controlar o distanciamento entre os presentes.

“Público sentado é a única maneira de manter o controle. Não tem como controlar o distanciamento com as pessoas de pé”, explica o sócio-diretor da Opinião Produtora, Rodrigo Machado. Ele comenta que o bar já recebeu shows “em formato de plateia sentada lá no século passado”, brinca, referindo-se à apresentação de Mercedes Sosa em 1995, mas comenta que a casa já hospedou outros eventos em formato híbrido.

A ‘nova cara’ do local trará um formato mais intimista, buscando um estilo de pub. O bar abrirá, em primeiro momento, às sextas-feiras e sábados, e já tem agenda cheia para o mês de agosto: Esteban Tavares (ex-Fresno), Frank Jorge, Yas Speransa, Tonho Crocco, Bibiana Petek e Tati Portella são algumas das presenças confirmadas. As datas ainda não foram divulgadas.

A reabertura do bar já começa a repercutir entre os artistas locais. “Após o anúncio, alguns artistas do centro do País, como o Paulo Ricardo, nos procuraram - ele quer fazer voz e violão no Opinião, e outros ainda vão vir”, conta Machado.

Essa nova cara, se depender da vontade dele, não vai durar muito tempo. Para ele, que confia num avanço cada vez mais rápido da vacinação em Porto Alegre, o formato “ainda não é o ideal, mas é um recomeço, uma retomada e passo a passo vamos abrindo”. “Espero que poucos vejam este novo Opinião”, conclui.

A reabertura do Opinião é um alívio não só para os fãs da música, mas também para todo o setor de eventos, de forma geral, que tem sido tão atingido desde o início da pandemia. “Somos o setor que é o mais prejudicado e que não foi o responsável pela pulverização do vírus”, argumenta Machado, que manteve o bar fechado desde o início da crise sanitária no Estado.

“Somos o setor da economia que mais tem controle de público interno e externo, com capacidade de enviar relatório à Secretaria da Saúde informando sobre todas as pessoas presentes, seus dados, como endereço e onde estavam sentadas na plateia”, completou, afirmando que, mesmo em reabertura, o bar seguirá protocolos para garantir o máximo de segurança ao público dos shows.