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patrimônio

- Publicada em 22 de Junho de 2021 às 19:45

Começa nova etapa de restauro da Catedral São Francisco de Paula

Foram aprovados reparos na Torre Sul da igreja do Conjunto Histórico de Pelotas

Foram aprovados reparos na Torre Sul da igreja do Conjunto Histórico de Pelotas


NAURO JUNIOR/SATOLEP PRESS/DIVULGAÇÃO/JC
Com as obras de restauro da Torre Sul, começa uma nova etapa de preservação da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, tombada pelo Iphae e pelo Iphan, dentro do Conjunto Histórico de Pelotas. A fase contará com o patrocínio integral da Josapar, no total de R$ 660 mil, através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). A Comissão de Restauro da Catedral São Francisco de Paula é liderada pelo padre Luiz Boari.
Com as obras de restauro da Torre Sul, começa uma nova etapa de preservação da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, tombada pelo Iphae e pelo Iphan, dentro do Conjunto Histórico de Pelotas. A fase contará com o patrocínio integral da Josapar, no total de R$ 660 mil, através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). A Comissão de Restauro da Catedral São Francisco de Paula é liderada pelo padre Luiz Boari.
Para celebrar o novo passo, está prevista uma live no dia 1º de julho, às 20h, mostrando como acontecem as obras no templo, para que o público possa entender melhor sua importância para preservação da memória gaúcha. A transmissão pelo Facebook será o lançamento oficial do projeto Torre Sul e integra a programação de aniversário de Pelotas, que no dia 7 comemora 209 anos de fundação. 
“O tombamento federal, tanto do templo como da Praça José Bonifácio consolida a importância e o grande valor deste bem patrimonial para a cidade, o Estado e o País”, destaca a arquiteta Simone Neutzling, da Perene Patrimônio Histórico, responsável pelo projeto. As obras da Torre Sul começaram com a catalogação e retirada do material da reserva técnica. Segundo a arquiteta, os trabalhos tiveram início na parte interna e logo avançam para externa.
Como a torre tem algumas aberturas, por onde a água da chuva escorre, o primeiro passo será estancar esse problema. “A primeira ação externa é a lavagem da cúpula, portanto temos que fazer esse fechamento da parte interna para dar prosseguimento aos demais passos”, explica Simone. No cronograma estão previstos a restauração da cobertura (cúpula), do revestimento externo em cimento penteado e do revestimento interno em reboco a base de cal.
Também será feita a restauração dos pisos com reforço do barroteamento existente e a pintura na parte interna, além da restauração das escadas em madeira. A pia batismal também está no escopo do projeto, e será restaurada, assim como a instalação elétrica será toda renovada. Quem passar pelo entorno da igreja irá se deparar com dois pequenos tapumes montados para a execução externa da obra. “Um deles irá isolar a Torre Sul, para podermos montar andaimes na volta e principalmente para que possamos fazer os testes em cimento penteado”, detalha Simone.
Como nos projetos anteriores, a participação da comunidade é parte importante do processo. Paralelamente à execução da obra, serão desenvolvidas atividades de Educação Patrimonial (EP). Liza Bilhalva e Marta Bonow, responsáveis pela EP, estão preparando uma série de vídeos para que as visitas guiadas aconteçam no formato virtual. Alunos da Escola Estadual Monsenhor Queiroz e da Instituto São Benedito já estão em contato para a agenda de atividades. “Essas ações terão como suporte alguns vídeos com a visita guiada virtual pelo templo, apresentação das principais ideias sobre história, patrimônio cultural e atividades de conservação, restauração e preservação de bens culturais”, ressalta Marta Bonow.
A obra tem previsão para acontecer até dezembro e ao final do projeto será realizada uma exposição, contemplando o histórico do prédio e das restaurações.

Memória celebrada

Catedral só veio assumir configuração atual entre 1947 e 1948, com construção da cripta e cúpula

Catedral só veio assumir configuração atual entre 1947 e 1948, com construção da cripta e cúpula


DANIELA XU/DIVULGAÇÃO/JC
Pouco antes da pandemia, a Catedral teve concluído o restauro de suas aberturas. O projeto Portas da História contemplou o restauro das aberturas feitas artesanalmente em madeira de lei. Depois dos acabamentos, as portas receberam proteção contra cupins e uma camada de verniz, além da recuperação da cor original.
Em 2019, a Comissão de Restauro lançou a campanha Abrace a Catedral. A iniciativa tinha o objetivo de estimular a comunidade (empresas, pessoas físicas ou jurídicas) a "adotarem" o restauro das 14 colunas do templo. O restauro está na fase final e contempla um detalhado processo de recuperação da escaiola e estuque, através de técnicas artesanais, manuseadas por restauradores habilitados.
Muitas colunas foram subsidiadas por recursos coletivos, da comunidade, outras adotadas pela iniciativa privada. “É com esse espírito coletivo que seguimos firmes nessa caminhada pela preservação deste importante patrimônio, que é de todos”, finaliza o padre Luiz Boari.
A história do mais importante edifício religioso de Pelotas pode ser dividida em pelos menos três fases. A primeira foi com a construção da capela em 1813, em estilo neorrenascentista. Em 1826, após ter sido destruída por um raio, foram iniciadas as obras de um novo templo. Em 1846, o imperador dom Pedro II, lança, na Praça da Regeneração (hoje Coronel Pedro Osório), a pedra fundamental para a construção de uma nova catedral, no entorno da praça.
Em meados do século XIX, a Catedral já apresentava a fachada atual, com seu pórtico e terraço; com duas torres sineiras e com suas duas cúpulas características. A Catedral só veio assumir sua configuração atual entre 1947 e 1948, quando foram construídas a cripta e a grandiosa cúpula (desenho do arquiteto Roberto Offer, de 1847), pelo arquiteto Victorino Zani. Entre os tantos encantos do prédio, estão os 30 diferentes tipos de mármores e imagens de madeira em estilo barroco.
A igreja abriga a imagem de São Francisco de Paula, de origem artística desconhecida, trazida da Colônia de Sacramento, além do maior acervo sacro do País de obras de arte assinadas pelo pintor italiano Aldo Locatelli. Ele foi responsável pela pintura dos afrescos na reforma conduzida pelo então 3º Bispo de Pelotas, Dom Antônio Zattera, em 1948.