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artes visuais

- Publicada em 28 de Maio de 2021 às 09:48

Em seu aniversário, Fundação Iberê presenteia frequentadores da Orla

Exposição a céu aberto de obras do artista celebra centro cultural que leva seu nome

Exposição a céu aberto de obras do artista celebra centro cultural que leva seu nome


MARCO QUINTANA/JC
Neste domingo (30), o prédio da Fundação Iberê completa 13 anos de portas abertas. Construído num terreno de uma antiga pedreira desativada, às margens do Guaíba, o centro cultural tornou-se uma das imagens referenciais da Capital.
Neste domingo (30), o prédio da Fundação Iberê completa 13 anos de portas abertas. Construído num terreno de uma antiga pedreira desativada, às margens do Guaíba, o centro cultural tornou-se uma das imagens referenciais da Capital.
A arquitetura do português Álvaro Siza captou o espírito angustiado e complexo de Iberê Camargo, tendo em seu interior um labirinto de passarelas suspensas. O caráter expressionista e sombrio das obras do artista contrasta com a brancura do espaço. A fundação é o único trabalho de Siza no País e de efetivo impacto internacional desenvolvido a partir de 1998. 
Para celebrar a data, neste sábado (29), das 19h às 22h, a Fundação e o Grupo WOC/Visual apresentam um vídeo mapping no próprio prédio (Padre Cacique, 2.000), a partir de uma seleção de obras de Iberê e de suas frases mais marcantes. Segundo o diretor-superintendente Emilio Kalil, o evento é um presente aos porto-alegrenses, em especial, aos frequentadores da orla, que fazem do entorno um cartão postal da cidade.

Um sonho de Iberê Camargo

Superintendente Emilio Kalil em uma das janelas emolduradas para o Guaíba

Superintendente Emilio Kalil em uma das janelas emolduradas para o Guaíba


MARCO QUINTANA/JC
Por toda a vida, Iberê Camargo e Maria Coussirat Camargo tiveram todos os cuidados para que as obras perpetuassem intactas. Trataram de formar uma coleção completa, documentaram cada passo, chamaram bons fotógrafos e deixaram todas as pistas para uma boa reconstituição biográfica.
O sonho de ter a própria Fundação estava delineado antes mesmo da morte do pintor, em 1994, e sua viabilização foi muito rápida. No ano seguinte já ocupava a casa-atelier de Iberê, no bairro Teresópolis. Artistas convidados mantinham a prensa de gravuras funcionando, curadores selecionavam obras para expô-las na "casa-fundação" e pesquisadores, curadores e críticos foram envolvidos em um processo de pesquisa, catalogação e discussão dos destinos do centro cultural.
Siza chegou a Porto Alegre, em maio de 2000, com a maquete do projeto pronta. “Temos que trabalhar como um alfaiate aqui”, disse o arquiteto na época, ao se referir à necessidade de ajustar um espaço museográfico condizente com as obras de Iberê. O terreno que abriga a fundação também era outra dificuldade para Siza: "Estou trabalhando numa parte muito especial da cidade, com uma vista belíssima para o Guaíba, em um terreno localizado na encosta com vegetação e que tem quer ser ocupada por um edifício por não dispor de muito espaço. Isso criou uma grande dificuldade no projeto. Mas os projetos se desenvolvem melhor a partir de grandes dificuldades".
Nesses 8.250 m² de área total, a construção também faz questão de reforçar a importância do entorno, com janelas emolduradas para o Guaíba como se fossem quadros vivos. A indicação é que os visitantes subam de elevador ao quarto andar assim que chegam à instituição. De lá, a própria construção guia a visita pelas rampas que entram e saem do edifício como se fossem braços.