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Cultura

- Publicada em 19 de Maio de 2021 às 21:36

Livros e filmes resgatam trajetória da cientista pioneira Marie Curie

Rosamund Pike como física polonesa no filme 'Radioatividade', da Netflix

Rosamund Pike como física polonesa no filme 'Radioatividade', da Netflix


NETFLIX/DIVULGAÇÃO/JC
Pioneira entre as mulheres cientistas, a física polonesa Maria Sklodowska, mais tarde conhecida como Marie Curie (após o casamento com o francês Pierre Curie, também físico), tem sua trajetória contada em uma série de livros e filmes pelo mundo todo, tamanha sua importância para a humanidade. Filha de um professor de física e matemática, ela cresce em Varsóvia com a convicção de que o conhecimento é o bem mais precioso que alguém pode ter - a biografia ilustrada Marie Curie no país da ciência (Edições SM, 96 págs., R$ 48,00), lançada recentemente, deixa este ponto em evidência para entender a determinação da garota que ouvia com os quatro irmãos as histórias da literatura polonesa, inglesa e francesa.
Pioneira entre as mulheres cientistas, a física polonesa Maria Sklodowska, mais tarde conhecida como Marie Curie (após o casamento com o francês Pierre Curie, também físico), tem sua trajetória contada em uma série de livros e filmes pelo mundo todo, tamanha sua importância para a humanidade. Filha de um professor de física e matemática, ela cresce em Varsóvia com a convicção de que o conhecimento é o bem mais precioso que alguém pode ter - a biografia ilustrada Marie Curie no país da ciência (Edições SM, 96 págs., R$ 48,00), lançada recentemente, deixa este ponto em evidência para entender a determinação da garota que ouvia com os quatro irmãos as histórias da literatura polonesa, inglesa e francesa.
Ela luta por seus objetivos durante toda a vida, mesmo em uma época em que o ambiente acadêmico e científico era majoritariamente masculino. Com foco no público infantojuvenil, e publicada originalmente na Itália em 2020 pela autora Irène Cohen-Janca e a ilustradora Claudia Palmarucci, a obra foi uma das vencedoras do prêmio Bologna Ragazzi no ano passado, um dos mais importantes do mercado infantojuvenil mundial, que impulsiona a tradução em diversos países (tarefa que no Brasil ficou a cargo de Chantal Castelli).
A divulgação do livro foi impulsionada pelo lançamento na Netflix, em abril, da cinebiografia Radioatividade (Radioactive), de Marjane Satrapi, protagonizada pela atriz Rosamund Pike. A obra literária é complementar para quem assistiu ao filme, explorando as origens de Maria na Polônia e a relação anterior com a sua irmã, Bronia, que conviverá com ela em Paris.
Segmento interessante da publicação da Edições SM é a parte final, Notas da ilustradora, em que a italiana de 37 anos professora da Academia de Belas Artes de Macerata comenta inspirações e fontes da pesquisa histórico-cultural para a elaboração dos desenhos durante meses. Claudia Palmarucci fornece novos dados históricos aos leitores, ampliando a contextualização de época e sugerindo, ainda, outros títulos para saber mais sobre a incrível personagem retratada na obra: a biografia Marie Curie: uma vida (Scipione, 1997), de Susan Quinn; Vita della signora Curie (Mondadori, 1938, biografia escrita pela filha mais nova, Eve, apenas três anos após a morte da mãe; e Autobiografia (Castelvecchi, 2017). Ela também destaca o material disponível no site do Museu Curie e, "por fim, os muitos filmes e documentários dedicados a ela, mais ou menos recentes, me ajudaram a recriar os lugares e a atmosfera da densa vida da cientista". 
Marie Curie também é uma das celebridades francesas que aparecem na animação em longa-metragem Dilili em Paris (Michel Ocelot, 2018), uma aventura pela Belle Époque da Cidade-Luz.
A física e química Marie Curie (1867-1934) - que descobriu a radioatividade e novos elementos químicos - foi uma das pessoas mais inteligentes do mundo, com QI avaliado em aproximadamente 180 ou 99 de percentil, acima do seu contemporâneo Albert Einstein (1879-1955), com QI avaliado em aproximadamente 160 ou 99 de percentil. O físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, inclusive, é uma referência da cinebiografia e do livro infantojuvenil para que o leitor e o espectador tenham ideia da magnitude da relevância de Maria Sklodowska para a ciência.
A coleção Gente pequena, Grandes sonhos, da Catapulta Editores, que traz a trajetória de nomes importantes da história atual, de forma lúdica e simplificada para os pequenos, também tem um título dedicado à cientista polonesa que constituiu carreira na França.
Sucesso da Netflix, o filme Radioactive - que tem o selo Amazon Prime nos Estados Unidos - foca mais nas dificuldades da jovem para estudar em Paris e ser reconhecida no meio masculino, e o casamento e o apoio do pesquisador Pierre Curie (interpretado por Sam Riley), com quem teve duas meninas. Com ele, também, ganhou seu primeiro Nobel, pela identificação de dois novos elementos químicos, rádio e polônio, que dão início ao uso da radioatividade. Pierre morreu jovem, poucos anos depois, e, a partir de então, a vida amorosa e familiar da cientista também passou a ser tema de páginas de jornal ainda que fosse uma das físicas mais importantes de sua época, a primeira mulher a lecionar na Sorbonne Université.
Além da ótima atuação de Rosamund Pike (de Garota exemplar e Eu me importo, também da Netflix), Anya Taylor-Joy (de Fragmentado e da série O gambito da rainha, outra atração da plataforma) faz a filha mais velha, Irène, que é outra da família a se interessar por ciência e ajuda a mãe com os exames radiológicos dos feridos da Primeira Guerra Mundial. 
A polonesa é até hoje é a única pessoa condecorada com o prêmio Nobel em dois campos distintos da ciência, um de Física, em 1903, e outro de Química, em 1911. Ela morreu por anemia aplástica, uma doença geralmente causada por exposição à radiação, e seu sepultamento ocorreu no Panthéon francês.
A trajetória da mulher notável é contada ainda na cinebiografia Marie Curie, além do mito, uma produção da Arte France dirigida por Michel Vuillermet, disponível no Curta!On - serviço de streaming do Canal Curta! no Now, da Claro/NET. O filme traz fotografias, cartas e entrevistas com admiradores e cientistas contemporâneos, como sua neta, a física nuclear Hélène Langevin-Joliot.
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