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Cultura

- Publicada em 16 de Maio de 2021 às 20:22

Novo álbum de Thiago Ramil propõe jornada pelas quatro estações

'O sol marca o andar do tempo e a imensidão do universo todo dia' une áudio e vídeo

'O sol marca o andar do tempo e a imensidão do universo todo dia' une áudio e vídeo


GEÓRGIA MACEDO/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
O sol coloca a vida em movimento. Do mesmo modo que a luz solar nos anima, ou a sua ausência nos convida ao recolhimento, a trilha do sol pelo céu guia também a alma do artista, despertando sensibilidades festivas ou contemplativas dependendo do caso. O cantor e compositor Thiago Ramil resolveu abraçar essa conexão em seu terceiro álbum, e O sol marca o andar do tempo e a imensidão do universo todo dia traz essa translação em seu espírito. Unindo quatro EPs visuais, o disco envolve o ouvinte/espectador em uma viagem sensorial, cromática e narrativa pelas quatro estações do ano, usando a MPB como base para uma série de buscas e experimentações.
O sol coloca a vida em movimento. Do mesmo modo que a luz solar nos anima, ou a sua ausência nos convida ao recolhimento, a trilha do sol pelo céu guia também a alma do artista, despertando sensibilidades festivas ou contemplativas dependendo do caso. O cantor e compositor Thiago Ramil resolveu abraçar essa conexão em seu terceiro álbum, e O sol marca o andar do tempo e a imensidão do universo todo dia traz essa translação em seu espírito. Unindo quatro EPs visuais, o disco envolve o ouvinte/espectador em uma viagem sensorial, cromática e narrativa pelas quatro estações do ano, usando a MPB como base para uma série de buscas e experimentações.
O álbum está disponível nas plataformas digitais desde o dia 29 de abril, depois de cada um dos EPs que o constituem terem sido lançados nas semanas anteriores. Os quatro EPs visuais podem ser assistidos separadamente em www.youtube.com/thiagoramil.
Para dar formato a essa visão, Thiago Ramil reuniu canções de forma temática. O nome do álbum, aliás, é a reunião de cada uma de suas partes, traduzindo em palavras o trajeto sensorial entre uma estação e outra. O primeiro EP, O sol marca, traz uma sonoridade vibrante e iluminada, marcada pelo uso de elementos eletrônicos e pela temática lírica mais extrovertida. A seguir, O andar do tempo evoca o outono ao lidar com conceitos de outono, fazendo uso de uma instrumentação mais orgânica, enquanto E a imensidão do universo propõe uma estética mais existencial e contemplativa. O giro em torno do sol se encerra com Todo dia, evocativo da primavera e que vai "esquentando" aos poucos as sonoridades anteriores, como uma promessa crescente do verão que está por vir.
Para acompanhá-lo nessa viagem, Thiago Ramil buscou uma série de nomes ligados à cena musical e audiovisual gaúcha e nacional. O 'verão' conta com produção musical de Felipe Zancanaro e Vini Albernaz, enquanto o vídeo tem criação visual do coletivo Ilha Maravilha. O 'outono' surge com produção de Guilherme Ceron e imagens de Lucas dos Reis, enquanto o 'inverno' é produzido por Pedro Dom e conta com vídeo de Isabel Ramil e Geórgia Macedo. Por fim, a 'primavera' aparece produzida por Andressa Ferreira e com criação visual de Guilherme Becker. Em todos os vídeos, a performance da bailarina e antropóloga Geórgia Macedo surge como dispositivo artístico, amarrando as pontas visuais dessas quatro estações.
"Um álbum tem todo um pensar que o amarra. Debruçar-se sobre um repertório para buscar o conceito de um álbum é algo muito rico, que eu não gostaria de perder. Ao mesmo tempo, a aceleração do ritmo da vida faz com que as pessoas, muitas vezes, nem escutem uma música até o final", diz o músico. "Unir essas coisas do EP e do álbum foi uma forma de manter esse aspecto que a gente admira e, ao mesmo tempo, fazer com que esse sentido chegue nas pessoas. Dividir em EPs visuais, com cerca de 15 minutos cada, facilita uma imersão capaz de caber nessa rotina mais corrida dos tempos contemporâneos."
Uma busca de equilíbrio que gerou, é claro, uma série de desafios. "A gente teve que fazer algumas adaptações, sabendo que muita gente vai colocar (as músicas do disco) numa playlist. O EP que fizemos com o Pedro Dom (E a imensidão do universo) traz uma relação com o erudito, e foi concebido como uma faixa só em três movimentos. Quando fomos colocar no streaming, nos demos conta de que tínhamos que fazer um corte (entre as faixas), mas estava tudo tão bem costurado que não tinha brechas sonoras. Deu muito trabalho", relembra.
Juntar tantas pessoas produzindo, tocando e registrando imagens ganha dimensão especial em um período de pandemia, que exige a distância como mecanismo de preservação da vida. "Para mim, esse trabalho carrega uma contradição boa em um momento tão difícil: conseguir estar próximo mesmo em meio ao isolamento", pondera. "Nunca imaginei que gravaria um disco todo remoto, e acabou sendo o álbum meu com mais artistas envolvidos, em um momento no qual não pude estar com nenhum deles presencialmente. Acho que há uma metáfora muito interessante que perpassa esse trabalho, que é o limite enquanto possibilidade de potência."
A jornada, que começou em formato EP, transformou-se em um álbum de quase uma hora de duração, cheia de significados e potências - muitas delas insuspeitadas até para a mente que disparou esse processo. "Toda vez que volto a ouvir percebo algo novo", fala Thiago, empolgado. "Acho que o fato de trabalhar com tantos artistas paralelamente, em um período muito curto e muito intenso, fez com que eu não conseguisse mensurar (o trabalho). É muito bom assistir os EPs em série e perceber costuras e diálogos que não tinham sido planejados. É um disco que me surpreende, também pelo que as pessoas me trazem de reflexão sobre ele. Estou com muitas saudades de tocar para as pessoas, ver a reação delas no espelho do rosto, mas tem sido muito bom receber o retorno da viagem que cada um teve."
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