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artes visuais

- Publicada em 11 de Maio de 2021 às 10:15

Margs reabre ao público com mostras de Lia Menna Barreto e Bruno Gularte Barreto

'A boneca sou eu - Trabalhos 1985-2021' é maior mostra da artista já realizada

'A boneca sou eu - Trabalhos 1985-2021' é maior mostra da artista já realizada


RAUL HOLTZ/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de reformas e readequações, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) anuncia sua reabertura ao público para hoje, mediante agendamento. O retorno das visitações ao prédio histórico (Praça da Alfândega, s/nº) tem como atrações duas exposições inéditas, ocupando oito galerias e o foyer do Museu.
Depois de reformas e readequações, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) anuncia sua reabertura ao público para hoje, mediante agendamento. O retorno das visitações ao prédio histórico (Praça da Alfândega, s/nº) tem como atrações duas exposições inéditas, ocupando oito galerias e o foyer do Museu.
Lia Menna Barreto: A boneca sou eu - Trabalhos 1985-2021 é a maior mostra da artista já realizada, reunindo centenas de peças produzidas ao longo de sua carreira. Já 5 Casas, por Bruno Gularte Barreto traz a público fotos, instalações e objetos relacionados a uma pesquisa artística que trata de temas como memória e autobiografia.
A visitação terá, no máximo, 15 espectadores simultâneos (sendo grupos de até 6 pessoas), com agendamento prévio nas modalidades Visita presencial sem mediação e Visita presencial com mediação, que deve ser feito pela plataforma Sympla. O período segue de terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), sempre com entrada gratuita. Para mediação, serão duas opções: das 11h às 12h e das 14h às 15h, de terça a sábado.

Conjunto extenso e abrangente

Lia tem trajetória de mais de 30 anos de produção pautada pela liberdade de trânsito

Lia tem trajetória de mais de 30 anos de produção pautada pela liberdade de trânsito


MARGS/DIVULGAÇÃO/JC
Lia Menna Barreto é uma das mais notáveis artistas da Geração 80 no Rio Grande do Sul, sendo desde os anos 1990 nome de ampla inserção no circuito brasileiro de arte contemporânea  brasileira e mesmo internacional. A mostra Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021 traça um panorama da trajetória de mais de 30 anos de uma produção pautada pela liberdade de trânsito e contaminações entre múltiplas linguagens e materiais, na intersecção entre arte, vida e cotidiano.
Com curadoria de Francisco Dalcol, diretor-curador do Margs, e Fernanda Medeiros, curadora-assistente, esta é a maior mostra já realizada da artista e a primeira a reunir um conjunto de obras tão extenso e abrangente de sua carreira. A ampla exposição ocupa todos os espaços expositivos do 1º andar do museu: as três galerias das Pinacotecas, as Salas Negras e a Sala Aldo Locatelli, além do foyer à entrada do prédio.
São objetos, esculturas, sedas, instalações, pinturas e desenhos, além de documentos e registros visuais que complementam e ampliam a experiência. Junto a obras do acervo do Margs, a montagem conta com empréstimos da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB), do Museu de Arte Contemporânea do RS (Macrs) e de coleções particulares.
Um dos destaques é um trabalho em site specific de grande escala e inédito (5 metros de altura por 11 de largura), composto por centenas de peças e objetos. Intitulado Colar e instalado na galeria central das Pinacotecas, foi realizado especialmente para a exposição.
Nas Salas Negras, é apresentado Ratão (1993), uma das obras mais emblemáticas do acervo do Margs, junto a Diário de uma boneca (1998), conjunto de mais de 400 pequenas bonecas feitas em costura de trouxas de pano, restos de tecido e pedaços de outras bonecas. A primeira delas, a artista fez para a filha de então 3 anos; as demais foram surgindo uma a cada dia, sem que falhasse um dia sequer ao longo de mais de um ano, como um registro da condição da maternidade.
Já na Sala Aldo Locatelli, a série Ordem noturna (1996) ganha um resgate histórico com a exibição pela primeira vez de boa parte do conjunto das obras integrantes. E no foyer à entrada do museu, o público poderá conferir durante o período expositivo o processo de desenvolvimento do trabalho Máquina de bordar (1997), que consiste em um sistema de produção de bordado a partir do plantio e germinação de sementes de milho. Colocadas sobre tecido úmido, dentro de bandejas e sendo regadas, as sementes brotam com o passar dos dias, iniciando-se um bordado a partir das raízes.

Memória, autobiografia e autoficção

Projeto 5 casas, por Bruno Gularte Barreto, também envolve a produção de um livro

Projeto 5 casas, por Bruno Gularte Barreto, também envolve a produção de um livro


BRUNO GULARTE BARRETO/DIVULGAÇÃO/JC
Apresentada na Galeria Iberê Camargo e na Sala Oscar Boeira do Margs, a mostra 5 casas, por Bruno Gularte Barreto traz a público uma série de fotografias, foto-instalações, objetos e vídeos que lidam com os conceitos de memória, autobiografia e autoficção.
A mostra retrata a busca pelas memórias de infância do artista sobre a pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul onde nasceu, suas complexidades e contradições. O público será conduzido a conhecer uma velha professora de francês tocando um piano desafinado acompanhada de seus 36 gatos, um homem que vive há mais de 40 anos sozinho em uma fazenda mal assombrada, um grupo de freiras que conduzem uma escola de ensino fundamental, um jovem gay sofrendo bullying e agressões e um menino cujos pais morreram 20 anos atrás.
O projeto, que também envolve a produção de um livro, tem financiamento pela lei Aldir Blanc. No Margs, 5 casas, por Bruno Gularte Barreto integra o programa expositivo Poéticas do agora, dedicado a artistas atuais cuja produção recente tem se mostrado promissora e relevante no campo artístico contemporâneo.