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Artes Visuais

- Publicada em 26 de Abril de 2021 às 19:25

Projeto 'Arte como Ciência' reverencia as raízes da experiência

Documentários destacam a trajetória de cinco figuras patrimônio da cena artística gaúcha: Irene Santos, Vera Lopes, Zé da Terreira, Mestre Pernambuco e Seli Maurício

Documentários destacam a trajetória de cinco figuras patrimônio da cena artística gaúcha: Irene Santos, Vera Lopes, Zé da Terreira, Mestre Pernambuco e Seli Maurício


/ROGERIO DO AMARAL/DIVULGAÇÃO/JC
Cincos grandes nomes da cultura do Rio Grande do Sul ganham uma homenagem com o projeto Arte como Ciência: Raízes, contemplado pela Lei Aldir Blanc. A proposta é reverenciar e refletir sobre a relevância e a trajetória profissional dos artistas Vera Lopes, Mestre Pernambuco, Irene Santos, Zé da Terreira e Seli Maurício. Cada um é tema de um web-documentário biográfico. O lançamento das produções, acompanhado de uma mesa-redonda virtual, será desta terça-feira (27) até dia 25 de maio, sempre nas terças-feiras, às 14h30min, no Facebook e canal do projeto no YouTube.
Cincos grandes nomes da cultura do Rio Grande do Sul ganham uma homenagem com o projeto Arte como Ciência: Raízes, contemplado pela Lei Aldir Blanc. A proposta é reverenciar e refletir sobre a relevância e a trajetória profissional dos artistas Vera Lopes, Mestre Pernambuco, Irene Santos, Zé da Terreira e Seli Maurício. Cada um é tema de um web-documentário biográfico. O lançamento das produções, acompanhado de uma mesa-redonda virtual, será desta terça-feira (27) até dia 25 de maio, sempre nas terças-feiras, às 14h30min, no Facebook e canal do projeto no YouTube.
Os documentários são: Vera Lopes: arteativista das lutas negras, uma trajetória que engloba a arte negra no teatro, poesia, cinema e música; Zé da Terreira: na cadência do tambor, destacando seu trabalho no teatro de rua, performance política e música; Seli Maurício: o exercício da sensibilidade, artista plástica e bonequeira da cidade de Pelotas; Mestre Pernambuco: quilombismo, a utopia viável, com enfoque na promoção do Carnaval de rua e sua relação filosófica e política com o quilombismo; e Irene Santos: memória fotográfica de negros de alma preta, com ênfase na promoção do papel essencial da negritude na formação da cultura gaúcha.
Viviane Juguero, coordenadora pedagógica do projeto, conta que a escolha dos nomes foi feita por conta da trajetória e peso cultural de cada um dos personagens. Também foi considerada a paridade e gênero, representação racial e socioeconômica, além de levar em conta pessoas cujos trabalhos tiveram e ainda têm um significativo impacto social. "Mestre Pernambuco é uma figura determinante na promoção do Carnaval de rua de Porto Alegre e de discussões sobre quilombismo e cultura negra, temática também central nas obras da atriz arte-ativista Vera Lopes e da fotógrafa Irene Santos, as quais, dentro das especificidades de seus trabalhos, promoveram a valorização, a consciência e novos paradigmas estéticos representativos da negritude. Ambas ainda se destacam no que concerne às discussões sobre questões da mulher, temática também presente na obra de Seli Maurício em Pelotas, que, de forma revolucionária integra a sua fé cristã à crítica e denúncia da hipocrisia das igrejas", contextualiza Viviane. "Já Zé da Terreira possui um trabalho emblemático no teatro de rua e na música. De forma inteligente e irreverente, o seu posicionamento crítico está vinculado a um pensamento reflexivo não-dogmático e a uma postura performática libertária."
A coordenadora divide a direção dos documentários com Daniela Israel. Ela explica que o projeto, desde o princípio, acontece de maneira colaborativa, envolvendo muitos profissionais que contribuem para as criações e escolhas das produções. “Por uma questão estrutural, optamos por deixar a direção comigo e com a Daniela, para podermos encontrar soluções estéticas que estivessem integradas à proposta pedagógica e às condições técnicas, já que a realidade de produção deste trabalho é bastante específica e cheia de desafios”, declara.
O tema central, que é ao mesmo tempo o fio condutor que liga as cinco produções, é encontrado no título: Raízes. Os cinco homenageados têm mais de 60 anos, e um dos principais objetivos do projeto é reverenciar toda a experiência e trajetória dos documentados. "Uma sociedade sem pessoas anciãs está fadada a ser um ambiente imaturo. Além disso, os vínculos afetivos com nossas ancestralidades são essenciais à vida e deveriam estar profundamente internalizados. É assustador o quanto o pensamento produtivista corroeu bases éticas e emocionais e tem resultado em ausência de vínculos emocionais sólidos com a coletividade e de empatia com cada indivíduo", explica Viviane.
Para ela, o foco é reverenciar essas raízes e experiências em um período de reflexão como o da pandemia: "Essas pessoas foram, são e continuarão sendo essenciais ao desenvolvimento cultural do Estado. O Arte como Ciência: Raízes é um ato político de conscientização e reverência a pessoas que constituem ancestralidades férteis, repletas de realizações passadas e possibilidades presentes e futuras".

Arte como Ciência - Programação

Nas terças-feiras, sempre às 14h30min:
youtube.com/artecomociencia | fb.com/artecomociência
27 de abril - Mestre Pernambuco: quilombismo, a utopia viável
04 de maio - Vera Lopes: arteativista das lutas negras
11 de maio - Seli Maurício: o exercício da sensibilidade
18 de maio - Zé da Terreira: na cadência do tambor
25 de maio - Irene Santos: memória fotográfica de negros de alma preta