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Cultura

- Publicada em 24 de Fevereiro de 2021 às 19:11

André Paz explora fronteiras criativas no disco que antecipa no Mistura Fina

Repertório do show no projeto nesta quinta-feira (25) traz músicas do álbum 'OlhovivO'

Repertório do show no projeto nesta quinta-feira (25) traz músicas do álbum 'OlhovivO'


THAIS FERNANDES E VINÍCIUS GOULART/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
A apresentação desta quinta-feira (25) do projeto Mistura Fina abre espaço para um artista que se move na fronteira entre diferentes estilos e linguagens, buscando a trilha para fugir do convencional. A partir das 18h30min, o cantor e compositor André Paz trará canções que devem estar presentes em seu novo trabalho, OlhovivO, explorando um leque musical que passa pelo rock e o jazz, o folk e a música latino-americana. O show, em formato online, pode ser assistido gratuitamente pelo link www.facebook.com/misturafinamusica/.
A apresentação desta quinta-feira (25) do projeto Mistura Fina abre espaço para um artista que se move na fronteira entre diferentes estilos e linguagens, buscando a trilha para fugir do convencional. A partir das 18h30min, o cantor e compositor André Paz trará canções que devem estar presentes em seu novo trabalho, OlhovivO, explorando um leque musical que passa pelo rock e o jazz, o folk e a música latino-americana. O show, em formato online, pode ser assistido gratuitamente pelo link www.facebook.com/misturafinamusica/.
Mesmo que estruturado em um formato simples, de voz e violão, o espetáculo desta quinta-feira (25) preserva o diálogo entre diferentes universos criativos - um conceito importante para o músico desde os tempos do projeto Quiçá, Se Fosse, desenvolvido por André em dupla com Róger Wiest. Durante as gravações para o show, Thais Fernandes colheu depoimentos do músico, que devem dar à apresentação um caráter mais documental. O espetáculo no Mistura Fina também será uma oportunidade para ver músicas como Sem resposta, Oração pra meus contemporâneos e Abençoado café em arranjos mais simples, sem as muitas camadas de produção das versões de estúdio.
O primeiro single, Tudo é melhor quando se abre, deve estar nas plataformas digitais em 19 de março. A faixa virá acompanhada de um videoclipe, dirigido pelo músico ao lado de Thais Fernandes e com direção de arte de Fernanda Puricelli. Uma segunda música deve ser antecipada em abril, e o álbum completo sai em maio, em lançamento da Escápula Records.
O embrião de OlhovivO surgiu em 2019, após o trabalho de divulgação do primeiro trabalho de Paz, Cerca. De início, a ideia era escrever músicas para um novo show, unindo música e audiovisual, sem pretensões de lançar um novo disco. Foi a partir da pandemia, que limitou as perspectivas de apresentações presenciais, que o projeto ganhou uma nova forma. Produzido pelo próprio músico, em parceria com Valmor Pedretti (Fu_k_the_Zeitgeist) e Duda Raupp, o disco foi todo feito remotamente, em uma intensa troca de ideias e impressões.
"Como nós três trabalhamos com produção musical e temos home studio, foi um processo bem natural e nada incomum. O resultado das seis mãos foi interessante porque, em alguns casos, eu me via como um coordenador da produção, algo que nunca foi muito comum nos meus trabalhos autorais, onde eu sempre atuei como criador/executor", reflete. Para quem quiser ter uma ideia das referências musicais em torno de OlhovivO, o perfil de André Paz no Spotify traz uma playlist com os artistas que influenciaram o processo de composição - uma trilha que passa por vários gêneros e estéticas musicais, sem o compromisso de prender-se em lugar algum.
Esse liberdade de ouvir e absorver é reflexo de um compositor que, hoje, se move de forma mais segura em suas trilhas criativas. "Um disco é sempre uma fotografia, um retrato do artista naquele momento. Com meu primeiro disco, eu tinha um apanhado de composições que abrangiam um momento bem mais amplo. No Cerca, eu via muito a necessidade de me afirmar como artista, como compositor. Eu me sinto mais relaxado e focado nesse segundo trabalho. Vejo muito mais esse disco como um todo, como algo que tem início, meio e fim", pondera.
Com o disco na rua (mesmo que esse conceito seja, mais do que nunca, virtual), o desafio passa a ser fazer com que o novo trabalho de André Paz chegue nas pessoas. Uma situação dificultada pelas barreiras da pandemia - ou, talvez, nem tanto assim. "Olha, sendo bem sincero, o presencial, quando a gente fala de música autoral em Porto Alegre, nunca movimentou muita gente. Eu sempre me pergunto: como é possível que, numa cidade com 1,5 milhão de habitantes, a cultura local (música, teatro, cinema), quando dá certo, movimente 100, 200 pessoas numa plateia?", questiona.
"A pandemia veio para nos tirar da cena presencial de vez, porque antes do distanciamento social a gente já tinha o distanciamento cultural. E eu sempre fui um entusiasta da internet, apesar de, nos últimos anos, estar um pouco mais desanimado por ver como ela foi cerceada e subjugada pelas grandes indústrias, que se viram muito ameaçadas no início dos anos 2000", acrescenta. "Sinto falta das apresentações ao vivo (presenciais), mas, ao mesmo tempo, vejo tudo que está acontecendo como uma forma de repensarmos o nosso envolvimento com o que chamamos de música 'ao vivo'".
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