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Cultura

- Publicada em 15 de Janeiro de 2021 às 18:30

Novo filme da cineasta gaúcha Cristiane Oliveira estreia em festival na Índia

Longa 'A primeira morte de Joana', da gaúcha Cristiane Oliveira, concorre na mostra nacional

Longa 'A primeira morte de Joana', da gaúcha Cristiane Oliveira, concorre na mostra nacional


OKNA/DIVULGAÇÃO/JC
O novo filme da premiada realizadora gaúcha Cristiane Oliveira tem estreia mundial neste fim de semana. O título A primeira morte de Joana foi selecionado para o International Film Festival of India, que começa neste sábado (16) e vai até dia 24 de janeiro, no estado indiano de Goa (mais informações em www.iffigoa.org).
O novo filme da premiada realizadora gaúcha Cristiane Oliveira tem estreia mundial neste fim de semana. O título A primeira morte de Joana foi selecionado para o International Film Festival of India, que começa neste sábado (16) e vai até dia 24 de janeiro, no estado indiano de Goa (mais informações em www.iffigoa.org).
Esta será a 51ª edição do mais antigo evento de cinema da Ásia, que ocorre desde 1952 e consta da seleta lista de festivais reconhecidos pela Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos. O primeiro longa da cineasta, Mulher do pai (disponível nas plataformas iTunes, GooglePlay e Mowies), também foi exibido na Índia, no Bengaluru International Film Festival de 2017. Percorrendo o circuito mundial de mostras, a produção participou de 21 festivais, colhendo um total de 20 prêmios. Entre as premiações mais importantes está a de melhor direção no Festival do Rio e o prêmio do júri da FIPRESCI, a Federação Internacional de Críticos de Cinema, no Festival Cinematográfico Internacional do Uruguai.
Filmada entre Osório e Santo Antônio da Patrulha, a história de Joana, de 13 anos, que quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 anos sem nunca ter namorado alguém, chega ao público brasileiro em 2021. Após a temporada de festivais, receberá distribuição nacional pela Lança Filmes.
A ideia do que se tornaria A primeira morte de Joana remonta a 2006. Cristiane Oliveira passava por um momento de luto pela perda de uma pessoa próxima que, assim como na história, faleceu aos 70 anos sem nunca ter namorado alguém. Durante uma de suas viagens de férias para o litoral, nas quais passava pela região do Morro da Borússia, em Osório (RS), Cristiane percebeu modificações no ambiente antes tão familiar.
A paisagem local, formada pelo encontro entre lagoas e morros de mata virgem, ganhava intervenções metálicas. Grandes cata-ventos de um enorme parque eólico foram instalados, rasgando a vegetação natural. A infraestrutura da região não seria mais a mesma. Até mesmo as estradas foram reconstruídas, alargadas, para suportar o movimento de caminhões.
“Aqueles cata-ventos pareciam pontos brancos no horizonte”, lembra-se a diretora. “Demorei para entender do que se tratava. Uma paisagem que era cheia de vida, de repente, ganhava outro elemento, algo que se movia com o vento, uma nova vida.”
O novo cenário, que aos poucos se revelava, poderia dialogar, pensou Cristiane, com o que se passa dentro da cabeça e do corpo de uma menina em transformação. Essa menina – Joana – que, diante de um momento de luto em família, entra em contato mais íntimo com ela própria. Ela se modifica. A paisagem ao seu redor também. “É uma região em que venta muito”, nota Cristiane. “Um vento assim, tão presente, já não é apenas um elemento natural. Ele é uma força que de fato interfere em quem vive ali.”
Estudando mais a região do Morro da Borússia, Cristiane encontrou outros aspectos que entrariam em seu roteiro. Naquele pedaço do Rio Grande do Sul, há fortes traços de colonização alemã, mas também há presença evidente da cultura de matriz africana. 
O roteiro de A primeira morte de Joana adquiriu densidade, camada sobre camada, permitindo que a cineasta trabalhasse questões morais e de atravessamentos culturais. A família da protagonista, nesse contexto, ganhou ascendência de colonos alemães que chegaram à região no século XIX. As filmagens foram realizadas em novembro e dezembro de 2018, com todas as cenas rodadas na região do Litoral gaúcho.
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