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Música

- Publicada em 13 de Janeiro de 2021 às 20:26

Pedro Longes retorna ao RS depois de temporada no Chile

Lançado em série de sete singles, 'Sinestesias' marca volta do cantor e compositor

Lançado em série de sete singles, 'Sinestesias' marca volta do cantor e compositor


LUIS FERREIRAH/DIVULGAÇÃO/JC
Do mesmo modo que quem vai embora leva consigo algo de onde esteve, quem retorna para casa necessariamente volta de algum lugar. A jornada parece uma mas, na verdade, são múltiplas - e é dentro dessa reflexão sobre caminhos e caminhantes que se insere Sinestesias, trabalho que marca a volta do cantor e compositor Pedro Longes ao Rio Grande do Sul. Depois de quatro anos fora do Estado (a maior parte deles no Chile), o músico faz de seu trabalho autoral um processo análogo ao retorno para casa, lançando cada uma das sete canções como singles, entre janeiro e julho.
Do mesmo modo que quem vai embora leva consigo algo de onde esteve, quem retorna para casa necessariamente volta de algum lugar. A jornada parece uma mas, na verdade, são múltiplas - e é dentro dessa reflexão sobre caminhos e caminhantes que se insere Sinestesias, trabalho que marca a volta do cantor e compositor Pedro Longes ao Rio Grande do Sul. Depois de quatro anos fora do Estado (a maior parte deles no Chile), o músico faz de seu trabalho autoral um processo análogo ao retorno para casa, lançando cada uma das sete canções como singles, entre janeiro e julho.
A primeira delas é Hermosa, em parceria com a cantora Anaadi, que estará disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (15). É uma canção mais antiga, registrada logo antes da viagem rumo à América do Sul - uma boa forma de marcar, de forma simbólica e sonora, o trajeto vivido pelo compositor. Para promover o lançamento, Longes realiza uma live nesta quinta-feira (14), a partir das 20h, com Anaadi como convidada. A transmissão acontece pelo perfil do músico no Instagram.
Nas próximas canções, haverá colaborações com Ana Clara Moltoni, Daniel Mueller e André Vicente (ver quadro), e as faixas também estarão disponíveis futuramente para compra, em download digital.
A jornada começou em 2015, logo após o lançamento do primeiro álbum de Pedro Longes, Conexión, que teve versões em português e espanhol. "O disco traz um diálogo entre a música brasileira e a cultura platina e, logo que foi publicado, eu senti que tinha que vivê-lo de uma forma mais intensa", comenta. Nisso, ele esteve na Argentina e no Uruguai, antes de aceitar um convite para morar e fazer música em Santiago, no Chile.
Enquanto esteve em solo chileno, Longes estudou composição e arranjo com o músico chileno Oscar Torres, além de cursar canto popular no Instituto ProJazz Chile e fazer apresentações com o Pedro Longes Trío. A principal realização, de qualquer modo, foi o segundo álbum de estúdio, dedicado à obra do compositor argentino Luís Alberto Spinetta. Em Longes canta Spinetta (2018), o gaúcho permitiu-se ousar nos arranjos, que ganharam um sabor mais próximo da música brasileira, e nas letras, que foram adaptadas poeticamente para o português - um trabalho que rendeu elogios na América Latina e recebeu a aprovação dos familiares de Spinetta, falecido em 2012. "É o disco de um brasileiro, com músicos chilenos, relendo composições de um argentino. Às vezes, penso que foi uma loucura ter feito isso", ri Longes. "Não são covers, mas uma reconstrução a partir do meu ponto de vista, e acho que essa era a melhor forma de homenagear o Spinetta, que era um músico tão livre de amarras. Foi um processo que certamente refletiu muito no Sinestesias, fez com que me sentisse mais confiante e seguro das sonoridades que quero alcançar."
Apesar de lançadas separadamente, as canções de Sinestesias são um conjunto, unidas em conceito e estética. As capas, extraídas de gravuras da artista chilena Natalia Babarovic, dão coesão visual ao trabalho, dialogando com fotos de Luis Ferreirah e pinturas do próprio Pedro Longes. Musicalmente, a conversa estética continua, com arranjos minimalistas em torno de piano, violão e voz - além de letras que tratam, por diferentes ângulos, da transformação inerente à existência humana. "A pessoa que escutar os sete singles vai perceber que fazem parte da mesma proposta", assegura Longes. "Penso o Sinestesias como um álbum, a única diferença é que ele é lançado em partes, se adaptando a um formato que está funcionando melhor hoje em dia."
Um moldar-se aos ouvintes do presente que - e isso Longes faz questão de frisar - não tem nenhuma disposição de tornar o material mais fácil ou comercial. "Em nenhum momento faço uma concessão para uma música de mercado, uma poesia mais do mesmo. É uma tentativa minha de conversar com esse formato (do single) e de, por meio dele, chamar as pessoas para escutar esse tipo de música e poesia em que acredito. E estou desfrutando disso também. É uma descoberta, não tenho um sentimento de 'bem, as pessoas querem assim, é o único jeito que posso fazer'", garante.
O retorno, tanto em Sinestesias quanto na vida de Longes, está em andamento. Devido às restrições da pandemia, o compositor ainda não pode saborear plenamente essa volta - algo que vai acontecer mais tarde, no tempo certo. "É uma escolha de vida e de com quem se quer falar", diz. "Sentia alguma dificuldade no Chile, às vezes, porque as pessoas queriam me ouvir, estavam abertas a isso, mas eu queria cantar coisas que escrevi em português, dizer coisas em português para as pessoas do Rio Grande do Sul e do Brasil. O contato com uma língua vizinha tão próxima acabou reforçando meu encantamento com a língua portuguesa. Que bom que querem me ouvir no Chile, na Argentina e no Uruguai, mas a vontade é de seguir a carreira aqui."

As sete etapas de 'Sinestesias'

15/01 - Hermosa (com Anaadi)
05/02 - Lares quebrados (com Ana Clara Moltoni)
05/03 - Samba erudito 
02/04 - Nós hemos de ir 
07/05 - Tema para Natalia 
04/06 - Cavalos no quarto (com Daniel Mueller)
02/07 - Valsa em solidão (com André Vicente)
Mais informações: instagram.com/pedrolonges