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Cultura

- Publicada em 12 de Janeiro de 2021 às 20:18

Festival Isolamento Acústico Sul traz bons motivos para ficar em casa

Evento apresenta artistas independentes como Carla El em formato online

Evento apresenta artistas independentes como Carla El em formato online


FESTIVAL ISOLAMENTO ACÚSTICO SUL/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Em tempos de pandemia, ficar em casa o máximo de tempo possível transformou-se em medida fundamental para preservar a saúde. Uma necessidade que, é claro, fica mais fácil de cumprir na medida em que haja coisas para fazer e cultura para usufruir. Idealizado pela Loop Discos e com curadoria de Eduardo Santos, o festival Isolamento Acústico Sul vem trazendo atrações musicais fora da caixa desde dezembro de 2020, para quem quer encher a cabeça de novas sonoridades enquanto a vacina não vem.
Em tempos de pandemia, ficar em casa o máximo de tempo possível transformou-se em medida fundamental para preservar a saúde. Uma necessidade que, é claro, fica mais fácil de cumprir na medida em que haja coisas para fazer e cultura para usufruir. Idealizado pela Loop Discos e com curadoria de Eduardo Santos, o festival Isolamento Acústico Sul vem trazendo atrações musicais fora da caixa desde dezembro de 2020, para quem quer encher a cabeça de novas sonoridades enquanto a vacina não vem.
Depois do duo Napkin, que abriu o calendário de janeiro, os espectadores terão, nesta semana, a chance de conferir o trabalho da cantora e compositora porto-alegrense Carla El. Nesta quarta-feira (13), às 19h, vai ao ar no perfil @isolamentofestival do Instagram um bate-papo, conduzido por Edu Santos; na quinta-feira (14), no mesmo horário, é a vez do doc show, intercalando música e pequenas falas da artista. A apresentação musical pode ser conferida também no YouTube. O acesso é gratuito, e os conteúdos ficam disponíveis para quem quiser assistir mais tarde. O encerramento do festival é com Yas Speransa, nos dias 20 e 21 deste mês.
O Isolamento Acústico surgiu como conceito no ano passado, quando a pandemia tinha recém chegado para bagunçar as coisas no Brasil. O pioneirismo da iniciativa, voltada ao cenário independente, caiu bem, e os 15 dias originalmente previstos viraram mais de um mês, às vezes com dois ou três artistas indo ao ar no mesmo dia.
A partir desse sucesso, surgiu a ideia de um festival local, reunindo artistas emergentes de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O projeto, priorizado pelo Conselho Estadual de Cultura, tem o patrocínio da Cervejaria Dado Bier e financiamento via Pró-Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.
Uma das principais diferenças para a edição original, diz Edu Santos, está na qualidade do material disponibilizado para o público. "Como estamos com mais recursos, conseguimos fazer com uma estrutura bacana de áudio e vídeo, masterização, um super tratamento de estúdio", comemora. "Geralmente, em lives de artistas independentes, não há condições de se ter um grande controle de qualidade, muita coisa pode dar errado. Esse material está entregando uma qualidade muito boa para quem assistir, e para o próprio artista é algo diferenciado, que vai poder mandar para contratantes quando os shows voltarem."
Gente com boa música para mostrar, com certeza, não vai faltar. Se o corpo está em isolamento, a mente segue voando longe, e muita produção musical tem acontecido nos últimos meses. "Este 2020 foi o ano em que a gente mais lançou discos pela Loop. Em dezembro, a gente lançou 21 singles, em janeiro estamos lançando 18. É coisa para caramba", afirma o curador.
Não se pense, porém, que essa efervescência significa apenas maior quantidade de artistas. "Sinto que a música (escrita durante a pandemia) está mais cuidadosa, mais atenta aos detalhes", pondera Edu. "Quando o artista está na função da noite, tocando no bar ou em turnê, ele não tem esse tempo para pensar na própria música. (Com o isolamento), o artista teve tempo de maturar a sua música, testar ideias. E tem muita gente nova e muito boa trabalhando com produção musical, incluindo muitas mulheres, que era algo que não se via quando comecei a trabalhar em estúdio."
A ideia é disseminar o conteúdo do Isolamento Acústico Sul o máximo possível. Há um plano de transformar as entrevistas em podcasts, e os shows devem ser incluídos na programação do Canal Bah!, transmitido para parte do Rio Grande do Sul. Há inclusive a ideia de lançar uma coletânea, aproveitando a boa qualidade das gravações de áudio. "Temos material para pelo menos mais três ou quatro edições neste ano. Depende de ter patrocínio, ser contemplado em algum edital. Estamos prontos para fazer mais, pensando em desdobramentos temáticos e sempre pensando em melhorar a experiência da pessoa que está em casa", assegura.
Tudo isso, é claro, mantendo-se fiel ao objetivo inicial: ser uma opção diferente para quem está disposto a manter o distanciamento social. "Acho que mais uma vez a gente chega em um momento de dizer: baixa a bola, fica em casa", reflete Edu. "As pessoas podem aproveitar esse tempo isoladas em casa e escutar essas coisas novas que estão surgindo, ir atrás de gente independente que está produzindo sem parar. É hora de praticar esse isolamento em respeito ao mundo."
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