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Cultura

- Publicada em 14 de Dezembro de 2020 às 22:15

Luciano Kunzler lança álbum de estreia 'Porto' nas plataformas digitais

Disco traz a marca autoral de um compositor que se lança rumo ao imprevisível

Disco traz a marca autoral de um compositor que se lança rumo ao imprevisível


CHRISTIAN JUNG/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Para os viajantes de todos os tipos, um porto pode ser tanto um ponto de chegada quanto a partida para um novo recomeço. No caso do compositor Luciano Kunzler, estamos falando das duas coisas: Porto, o álbum de estreia que estará nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira, é a concretização de uma longa jornada pessoal rumo à carreira musical - e também, como não poderia deixar de ser, o ponto de embarque para uma navegação rumo a mares distantes.
Para os viajantes de todos os tipos, um porto pode ser tanto um ponto de chegada quanto a partida para um novo recomeço. No caso do compositor Luciano Kunzler, estamos falando das duas coisas: Porto, o álbum de estreia que estará nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira, é a concretização de uma longa jornada pessoal rumo à carreira musical - e também, como não poderia deixar de ser, o ponto de embarque para uma navegação rumo a mares distantes.
"Porto é local de transição, encontro e soma. Onde a terra toca a água, e vice-versa", diz Kunzler, em conversa com o Jornal do Comércio. "E onde o meu ser analítico e racional, movido por certeza e segurança, deixa-se mover pela poesia e pela música, em toda sua fluidez, incerteza e circunstância. É sim o ponto de desembarque do meu eu artista e também um convite a todos para que embarquem em minha jornada autoral."
A menção a uma personalidade racional não é uma simples metáfora. Vindo de uma família aberta à música, e interessado por rimas e melodias desde a infância, participou de bandas e chegou a cogitar entrar de cabeça na vida artística, enquanto cursava Publicidade e Propaganda na Pucrs. "Mas, por ter os pés tão no chão, por ser tão terra, focado nos estudos e trabalho - antes como publicitário e agora como advogado -, fui deixando tudo na gaveta", explica.
A decisão de deixar a água tocar o solo, de permitir ao seu lado musical fluir com liberdade rumo a sabe-se lá onde deseje ir surgiu em 2016, a partir de uma provocação do poeta e compositor Duda Fortuna. O momento, de transição da Publicidade para o Direito Tributário, acabou se mostrando propício, e a ideia de um álbum de estreia começou a ganhar forma. Com o auxílio de Eduardo Pitta e Marcelo Granja, responsáveis pelo Grita Music Lab, foi feita uma seleção criteriosa das muitas composições de Kunzler, além da costura de todos os nomes que participariam do disco.
A trama sonora de Porto conta com uma série de convidados e convidadas. Nomes como Marcelo Delacroix, Carlinhos Carneiro, Nani Medeiros, Lucio Dorfman, Jessica Berdet e o Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense são apenas alguns dos muitos que, de um modo ou outro, emprestaram sons e emoção ao trabalho de estreia de Kunzler. "Foi um privilégio e tenho uma dívida de gratidão eterna! Eles foram os primeiros a acreditar na minha música e isso, para um compositor 'saindo da gaveta', é de um valor imensurável. Eu ainda não sei se mereço tanto", anima-se.
O resultado dessa construção, iniciada em 2017 e que ganhou mixagem e masterização em 2020, é rica em sonoridades e alternativas musicais. As dez composições vão do energético ao contemplativo, passando por estilos como MPB, rock, milonga, reggae, samba e jazz - muitas vezes, dentro da mesma faixa. De todas as canções, duas foram imposições do próprio Kunzler ao repertório, por assim dizer: Pelas ruas, escrita em homenagem à avó Marli, que foi cantora de rádio, e Estado de sítio, composição que sempre foi especialmente apreciada por seus pais. O resultado é uma audição bastante variada, mas que consegue manter a coerência graças a uma assinatura pessoal bastante perceptível nas composições.
"Meu processo criativo é sempre uma tempestade, como se a música fosse se formando pela evaporação dos meus pensamentos e emoções, até que se forma uma nuvem de inspiração com tamanha força que desaba, chovendo letra, melodia e harmonia tudo ao mesmo tempo", descreve. Tanto é assim, diz ele, que muitas ideias ficaram pela metade, na medida em que ele não foi capaz de atender à urgência das ideias que surgiam. "Eu devo ter umas 120, 130 músicas compostas, e mais a mesma quantidade ainda por terminar, mas que, pelo que me conheço, jamais reunirão novamente as condições de temperatura e pressão necessárias para pingarem de vez."
A pandemia, que tanto prejudicou a vida de todos e todas nós, chegou a balançar um pouco o processo de finalização de Porto. Mas a decisão foi de seguir em frente, garantindo o lançamento ainda em 2020 - e é com essa realidade que Luciano Kunzler pretende lidar, mesmo que ela dificulte muitos dos processos comuns na divulgação de um disco de estreia.
O videoclipe da faixa-título, realizado por Daniel Gandolfi, já está no YouTube, e a produção de um segundo vídeo está em fase de planejamento. Há também conversas com Gabriel Vieira, do Gravador Pub, para a realização de uma "live-show de lançamento", assim que houver segurança sanitária para reunir a tripulação necessária.
A única certeza, em um momento de tanta incerteza na cultura e no mundo, é que o porto de Luciano Kunzler é cheio de promessas para novas viagens. "Lançar o disco foi um marco na minha vida e espero, sinceramente, que bons ventos soprem e façam a minha música ecoar pelo ar, para nunca mais passar tanto tempo com a música ancorada em uma gaveta e poder, daqui pra frente, fazer a minha arte tocar mais e mais pessoas."
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