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Cultura

- Publicada em 07 de Dezembro de 2020 às 19:54

Debaixo de uma parreira, Marcelo Delacroix apresenta show online com inéditas

Cantor e compositor também interpreta temas do disco recente em 'Tresavento e novas canções'

Cantor e compositor também interpreta temas do disco recente em 'Tresavento e novas canções'


RODRIGO MARRONI/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Um show para sair de 2020 "de cabeça erguida". O conceito em si pode ser razoavelmente batido, mas o músico e compositor Marcelo Delacroix tem todos os motivos para utilizá-lo. A pandemia do novo coronavírus acertou em cheio o artista, que estava em pleno processo de distribuição e divulgação de seu álbum Tresavento - um momento em suspenso que, mesmo longe da esperada volta ao normal, se encerra de forma definitiva na próxima sexta-feira (11), às 21h, com a realização do espetáculo online ao vivo Tresavento e novas canções.
Um show para sair de 2020 "de cabeça erguida". O conceito em si pode ser razoavelmente batido, mas o músico e compositor Marcelo Delacroix tem todos os motivos para utilizá-lo. A pandemia do novo coronavírus acertou em cheio o artista, que estava em pleno processo de distribuição e divulgação de seu álbum Tresavento - um momento em suspenso que, mesmo longe da esperada volta ao normal, se encerra de forma definitiva na próxima sexta-feira (11), às 21h, com a realização do espetáculo online ao vivo Tresavento e novas canções.
Com participações de Giovanni Berti e Neuro Jr., a apresentação trará as músicas do mais recente trabalho de Delacroix, lançado em dezembro do ano passado, além de quatro canções inéditas. Os ingressos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla, com valores diversos e em uma lógica de atender diferentes públicos. A exibição do show será pelo YouTube, e o link é fornecido após a aquisição das entradas.
Para Delacroix, a apresentação será uma forma de encerrar, em uma nota alta, o capítulo que envolve Tresavento. Viabilizado a partir de um projeto de financiamento coletivo, que contou com um total de 384 apoios, o trabalho se encontra disponível nas plataformas digitais.
No momento em que os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no País, o músico estava no processo de entregar as recompensas aos apoiadores, que incluem desde cópias físicas do CD até a realização de saraus particulares na casa de quem colaborou. "Inclusive, dois saraus acabaram ficando em suspenso, vamos ter que encontrar um jeito de entregar em algum momento", brinca.
Em paralelo, estavam sendo feitos os preparativos para o show de lançamento do disco, que aconteceria em junho deste ano em algum dos principais teatros da Capital. "Com a chegada da pandemia, suspendemos tudo por um tempo. Eu achei que tudo fosse durar um ou dois meses", comenta Delacroix, encarando a situação com relativo bom humor. Depois de muito esperar, o músico resolveu retomar as entregas a partir de agosto, com os cuidados necessários - e voltou a acalentar a ideia de registrar, em um show especial, esse momento importante de sua trajetória musical.
A ideia original era fazer a apresentação no sítio em Águas Claras, em Viamão, onde o álbum começou a ser gravado - mas as dificuldades técnicas, em especial no que se refere ao sinal de internet, levaram a uma mudança de planos. "Para não corrermos tantos riscos, vamos fazer no quintal da casa de uns amigos, ao ar livre. Dá para ter mais cuidados (contra a pandemia), e segue sendo um cenário bonito, debaixo de uma parreira, com uma qualidade legal de transmissão e um aparato de show, mesmo."
Para bancar o espetáculo, Delacroix estabeleceu diferentes valores para quem comprar o ingresso para o show online. O valor padrão, por assim dizer, é de R$ 40,00, mas há opções de meia-entrada e valores maiores para quem deseje ser parceiro ou apoiador da iniciativa. Há, inclusive, a possibilidade de receber o ingresso sem pagar nada - tudo ficando a cargo da consciência de quem quer curtir o espetáculo online, mas sabe qual o tamanho da sua carteira.
"Eu mesmo, ainda adolescente, me interessando por música e sem grana, ficava na porta do teatro torcendo para que o produtor me deixasse entrar no último minuto, naquela poltrona vaga que sobrava", recorda Delacroix. "Às vezes eu voltava para a casa frustrado, não assistia o show e também não comprava o ingresso - e se tivesse como, eu pagaria, não pagava porque era um guri de 14 anos sem grana. Mas o lugar ficava vazio, ninguém saía ganhando. Então, fica na consciência da pessoa: R$ 20,00 é barato, mas se não tiver, tudo bem, não fica sem assistir."
Algo diferente - embora, à primeira vista, talvez não pareça - do modelo seguido nas lives de tantos artistas, que permitem o acesso gratuito ou disponibilizam códigos para doações espontâneas. Um modelo que deixa Marcelo Delacroix desconfortável. "Esse lance de passar o chapéu é algo que sempre me incomoda. O advogado não atende e depois diz 'bom, agora contribui aí com o que puderes'. Só o artista, e numa atitude quase indigna", lamenta. "Entendo que as pessoas precisam de arte, mas o ingresso muitas vezes é o preço de uma cerveja, e a pessoa toma duas cervejas e não compra ingresso", completa, rindo.
O modelo de ingressos para Tresavento e novas canções está sendo bem-sucedido, com várias pessoas optando pelos ingressos de valor mais alto. Quem adquirir ingresso poderá escutar quatro músicas inéditas, que já começam a antecipar um futuro novo álbum. Entre elas, uma parceria com Mário Falcão no samba Precisamos conversar, e também três canções escritas durante a pandemia, ao lado de nomes como Raul Ellwanger, Denise Freitas e a escritora Mar Becker, autora do livro de poesias A mulher submersa. "É um show para não deixar amornar as coisas - nem do lado de fora, nem do lado de dentro, no próprio ânimo da gente", define, garantindo que haverá surpresas.
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