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Cultura

- Publicada em 06 de Dezembro de 2020 às 20:30

Processos de Alfredo Nicolaiewsky são apresentados em publicação inovadora

Artista plástico e professor lança livro em que compartilha criação de pinturas durante quarentena por grupo de mensagens

Artista plástico e professor lança livro em que compartilha criação de pinturas durante quarentena por grupo de mensagens


/PAULO GOMES/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Requia
Após uma distância de 20 anos dos pincéis e das telas, Alfredo Nicolaiewsky está de volta. O artista plástico e professor do Instituto de Artes da Ufrgs lançou recentemente um projeto que representa não só o seu retorno às pinceladas, mas um produto inovador que retrata seu dia a dia de trabalho ao lado de um grupo de amigos, virtualmente. Lançado pela Universidade Federal de Santa Maria, o livro Alfredo em processo; Nicolaiewsky em quarentena (PPGART/UFSM, 458 págs., e-book gratuito, com design de Sandro Ka) reúne imagens da tela do celular, registros de um grupo de WhatsApp organizado por Nicolaiewsky para expor e conversar sobre suas obras com uma lista de amigos críticos de arte ou também artistas.
Após uma distância de 20 anos dos pincéis e das telas, Alfredo Nicolaiewsky está de volta. O artista plástico e professor do Instituto de Artes da Ufrgs lançou recentemente um projeto que representa não só o seu retorno às pinceladas, mas um produto inovador que retrata seu dia a dia de trabalho ao lado de um grupo de amigos, virtualmente. Lançado pela Universidade Federal de Santa Maria, o livro Alfredo em processo; Nicolaiewsky em quarentena (PPGART/UFSM, 458 págs., e-book gratuito, com design de Sandro Ka) reúne imagens da tela do celular, registros de um grupo de WhatsApp organizado por Nicolaiewsky para expor e conversar sobre suas obras com uma lista de amigos críticos de arte ou também artistas.
A ideia de voltar a pintar já acompanhava Nicolaiewsky desde 2019, mas foi com a pandemia que a surgiu a oportunidade de retomar o trabalho. "Estava espantosamente bem no início da quarentena. Gosto de encontrar pessoas, mas estava muito feliz pintando em casa. Realmente, no início, eu não saía mesmo, só uma vez por semana pra ir no mercado. E estava muito bem", relata o artista.
A vontade de estar próximo dos amigos e promover essa troca foi uma novidade para ele mesmo, que revela nunca ter gostado de expor seus trabalhos em andamento: "Essa questão de mostrar o trabalho pra mim é uma coisa completamente incomum. Nunca gostei de mostrar meu trabalho para ninguém, nem pra pessoas muito próximas antes de estar pronto. Porque a pessoa acaba dizendo alguma coisa se ela vê um trabalho que está no meio. Foi uma coisa muito estranha essa minha vontade de mostrar um trabalho em andamento. Mas não parei pra pensar nem nada".
Nicolaiewsky então, no dia 21 de março, montou um grupo no WhatsApp com 11 amigos das artes: Blanca Brites, Eduardo Veras, Icléia Cattani, Joana Bosak, Katia Pozzer, Marilice Corona, Marize Malta, Nara Amélia, Paula Ramos, Paulo Gomes e Tadeu Chiarelli. "Caros amigos: Estou iniciando uma nova experiência", comenta Alfredo dando boas-vindas ao grupo. De março até 16 de julho, publicava quase que diariamente fotos de suas novas obras pintadas em casa - sobre papelão, material que já havia usado em alguns trabalhos durante a década de 1980 - e pedidos de opiniões dos amigos sobre as novas telas. "Na verdade, não sei bem o que me passou na cabeça. Era início de pandemia, estava todo mundo muito deprimido, sem saber o que ia ser do futuro, sem saber que ia ser tão grande", confessa.
Ele conta que teve a ideia após acompanhar um artista do Rio de Janeiro que publicava fotos de trabalhos desenvolvidos durante a madrugada, no Facebook. Mas ele achou que seria exposição demais, nesse caso. "Mas daí pensei: 'vou mandar para os amigos'. Aí eu mandei e eles começaram a me dar retorno, me dizer coisas, era bem essa a ideia. E, com certeza, isso acabou mexendo na maneira como eu trabalhava. Talvez tivesse parado antes, mas eles me animavam. Foi uma coisa que me deu vida."
Ao longo dos cinco meses, foram 19 telas produzidas por Nicolaiewsky e divulgadas entre os amigos. Ele conta que um convite para uma exposição já foi feito pela Galeria Gestual, com quem trabalha há muitos anos. Porém, o professor acredita que ainda não é o momento para uma mostra: "Acho que tá uma coisa andando ainda, não tenho muita certeza. Falta pensar em como vai ser acabado e como vai ser montado em algum momento adiante."
O livro ainda contém em suas páginas finais um texto curatorial de cada um dos 11 participantes do grupo. Cada um deles relata um pouco sobre a experiência e discorre sobre o trabalho de Nicolaiewsky ao longo de sua trajetória. Ao todo, são 458 páginas, sendo 360 de conversas do grupo.
O artista já detalha na introdução do livro: "O grupo não tem fim ou encerramento. As páginas printadas das conversas mostram também as decisões editoriais do livro: a ideia da publicação, a opinião dos colegas sobre o assunto, até a decisão do nome do livro". "E, se em vez de 'em quarentena', fosse 'na quarentena': Alfredo em processo; Nicolaiewsky na quarentena", sugere a amiga Nara Amelia sobre o título em dada conversa.
O download do e-book pode ser feito no site da Editora PPGART. O autor sinaliza: "Este livro não mostra o final do grupo, nem o final do trabalho. Ele vai até um determinado momento e registra essa história, esse processo até aqui".
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