Cerca de 30% dos trabalhadores da música perderam toda a sua renda durante o período de paralisação forçada pela pandemia do novo coronavírus. O dado é uma das conclusões da pesquisa Músicos e pandemia, produzida em parceria pela União Brasileira de Compositores (UBC) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e que teve resultados divulgados nesta quinta-feira (18).
Segundo o estudo, 86% dos profissionais do setor afirmam ter sofrido perda de renda durante essa paralisia do mercado musical - que só agora começa a ser lentamente revertida, a partir de eventos-teste em algumas grandes cidades brasileiras. Outros 12% alegam não ter sentido alteração na renda, e um pequeno percentual (2%) alegou que está ganhando mais dinheiro com música do que antes da pandemia. A pesquisa falou com 883 pessoas, com margem de erro de cinco pontos percentuais.
As carreiras mais prejudicadas pela pandemia foram as de instrumentistas (49%), intérpretes (49%), compositores (35%) e produtores fonográficos (25%). Outras categorias que alegaram prejuízos são as dos arranjadores, professores de música, empresários, empregados de editoras e selos e roadies. Dos entrevistados, 56% trabalham unicamente no ramo da música, e a faixa de renda mínima mencionada como necessária para sobreviver fica na faixa dos R$ 2 mil (24%) a R$ 3 mil (20%) mensais.
Apesar de 56% dos músicos consultados afirmarem estar com no máximo 10% de sua renda mensal conectada a apresentações ao vivo nos últimos meses, a ampla maioria (83%) afirmou sua disposição de seguir na área, seja diversificando sua atuação dentro do ramo (53%) ou mesmo mantendo a música como única fonte de renda (30%). Outros 15%, porém, pretendem diminuir sua atuação na área musical e focar em outra profissão, e 2% pretendem mudar totalmente de ramo.
A maioria dos entrevistados vê a internet como algo positivo para a profissão de músico, considerando que essa relação melhorou (45%) ou melhorou muito (35%) sua situação profissional. A respeito das lives, que foram vistas por muitos artistas como um caminho alternativo diante das casas de espetáculo fechadas, a maioria (59%) acredita que essa alternativa é viável apenas para artistas de grande popularidade, enquanto 26% disseram que artistas de média popularidade também poderão usar esse caminho como forma de ganhar dinheiro no futuro.
É possível ter acesso aos resultados completos da pesquisa neste link.