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Cultura

- Publicada em 20 de Outubro de 2020 às 18:47

Brasileiros revelam melhora da qualidade de vida com cultura online, aponta pesquisa

Pesquisa pode guiar esforços de realizadores culturais em 'período híbrido', diz Eduardo Saron, do Itaú Cultural

Pesquisa pode guiar esforços de realizadores culturais em 'período híbrido', diz Eduardo Saron, do Itaú Cultural


DENISE ANDRADE/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Opções culturais como música, filmes e séries foram as mais procuradas por brasileiras e brasileiros isolados em casa durante a pandemia – um novo hábito que trouxe a sensação de melhora na saúde mental e na convivência social dos internautas. É o que aponta a pesquisa Hábitos da cultura na web durante a pandemia, realizada pelo Itaú Cultural em conjunto com o instituto Datafolha.
Opções culturais como música, filmes e séries foram as mais procuradas por brasileiras e brasileiros isolados em casa durante a pandemia – um novo hábito que trouxe a sensação de melhora na saúde mental e na convivência social dos internautas. É o que aponta a pesquisa Hábitos da cultura na web durante a pandemia, realizada pelo Itaú Cultural em conjunto com o instituto Datafolha.
O estudo, divulgado nesta terça-feira (20), aponta que 84% dos brasileiros escutam música online, enquanto 73% declararam assistir seriados e filmes e 60% se interessaram em shows realizados em ambiente virtual. E a ampla maioria dessas pessoas pretende continuar exercendo essas atividades por meio da internet, mesmo quando a Covid-19 não estiver mais no horizonte.
Para 58%, a programação cultural online ajudou a melhorar o relacionamento com outras pessoas na casa, com benefício mais acentuado entre homens (63%) do que mulheres (54%). Da mesma forma, 54% se sentiram menos solitários graças ao consumo de cultura na web, e 45% afirmaram que o stress diminuiu. Em reforço, 67% dos entrevistados apontaram que sentiram melhora na democratização do acesso a conteúdo cultural nas redes, e 56% afirmaram ter ficado mais interessados em cultura graças a isso.
Pelos números, 71% dos brasileiros navegam na internet todos os dias - desses 44% passam quase o tempo todo conectados, enquanto 27% usam com menor intensidade. Por outro lado, 7% disseram não ter acesso à internet. Os números da Região Sul são ligeiramente mais amplos: 75% fazem uso diário da web, enquanto 8% nunca navegam em sites e redes sociais.
Dos que acessam a web, 57% dos entrevistados passaram a usar mais a rede, em comparação com os doze meses anteriores, enquanto 36% alegam ter mantido o padrão de acesso e 7% reduziram as atividades virtuais. Para quem produz conteúdo cultural, um dado importante: 90% dessas pessoas acessam a internet primordialmente pelo celular, com apenas 5% usando laptop ou notebook e 4% navegando por meio de computadores de mesa (desktop).
Entre as atividades exercidas no ambiente virtual, estão a leitura de livros digitais (38%), a realização de cursos (38%), jogos eletrônicos (34%) e webinars (32%). Dos entrevistados, 28% disseram participar de atividades infantis, enquanto 26% investiram tempo em podcasts, 21% assistiram espetáculos teatrais e 17% fizeram visitas virtuais a museus e exposições. Embora a maioria pretenda seguir realizando essas atividades no futuro pós-pandemia, a atividade que deve encarar maior queda é a dos shows online: no caso, a perda de adesão deve ser de 7 pontos percentuais, com a prática caindo de 60% para 53% dos usuários da web.
O consumo de atividades culturais online é influenciado por hábitos anteriores ao novo coronavírus. Entre os que declaram ter ido ao cinema nos 12 meses anteriores à realização da pesquisa, 87% mantiveram o hábito via computador ou celular - um número 14 pontos percentuais maior do que o da amostra geral, indicando a fidelidade do público acostumado à telona.
A pesquisa do Itaú Cultural e Datafolha também traz indicativos do que pode interessar usuários da internet no futuro próximo. Dos consultados, 57% afirmaram ter interesses em programas ao vivo com artistas e pensadores criativos, enquanto 48% gostam da ideia de assistir vídeos pré-gravados com dicas de caráter artístico. Há potencial para visitar exposições online e acompanhar oficinas de criação para o público infantil, com 47% de interesse positivo em ambos os casos.
Diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron apontou o potencial da pesquisa para, entre outras coisas, guiar os esforços de realizadores culturais no "período híbrido" que deve se consolidar nos próximos meses. Um dos aspectos por ele destacados diz respeito ao uso maciço de aparelhos celulares. "Há a necessidade de enfrentar alguns gargalos, como o da acessibilidade. Na televisão, um intérprete de Libras já ocupa um espaço pequeno na tela, e em um celular isso fica ainda mais complexo. Trata-se de um desafio de pensar formas e linguagens, que passa por entender o universo do celular não só como uma mídia que recebe, mas na qual também se produz esses conteúdos."
O levantamento ouviu 1.561 pessoas, com idades entre 16 e 65 anos, de todas as classes sociais e oriundas de todas as regiões do País, entre os dias 5 e 14 de setembro deste ano. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
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