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FESTIVAL DE GRAMADO

- Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 21:54

Cassol capta a potência criativa de Deborah Finocchiaro pela moldura da tela virtual

Encontro discute documentário gravado na casa da própria artista

Encontro discute documentário gravado na casa da própria artista


FREDDY PAZ/DIVULGAÇÃO/JC
“No isolamento, buscamos. Na tela, unimos. Perdemos e reencontramos. Chegamos aqui.” Com essa mensagem, começa o documentário Deborah! O Ato da Casa, de Luiz Alberto Cassol, um dos cinco selecionados para a Mostra Gaúcha de Longas do 48º Festival de Cinema de Gramado.
“No isolamento, buscamos. Na tela, unimos. Perdemos e reencontramos. Chegamos aqui.” Com essa mensagem, começa o documentário Deborah! O Ato da Casa, de Luiz Alberto Cassol, um dos cinco selecionados para a Mostra Gaúcha de Longas do 48º Festival de Cinema de Gramado.
Os títulos produzidos no Rio Grande do Sul concorrentes ao Kikito nesta seleção podem ser assistidos no streaming do Canal Brasil até quinta-feira (24). Uma série especial de entrevistas com os diretores do Estado está disponível para leitura diária no hotsite de Cultura do Jornal do Comércio.
Nesta obra, o cineasta explora a trajetória da atriz e diretora Deborah Finocchiaro pelos palcos do Estado e do País. Um retrato do início do confinamento social pela pandemia de Covid-19, o documentário foi gravado pela internet na tarde do domingo 29 de março de 2020.
Além da retratada e do diretor, que conduz a entrevista com a artista, todos os membros da equipe estavam cada um em sua casa. Todas as reuniões de pré-produção e pesquisa para Deborah! O Ato da Casa, gravações, edição e finalização foram feitas de forma remota.
Cassol conta que esta produção foi absolutamente diferente de todos os documentários que ele dirigiu, pois não tinha a presença física da equipe e não podia ver diretamente as reações a cada resposta de Deborah, com tudo mediado por uma tela de computador. “Isso deu também um outro sentido estético e narrativo ao filme: um sentido de um remoto coletivo. É a estética e a narrativa da coletividade remota, de uma vontade de nos encontrarmos virtualmente para produzir um filme, para refletir sobre arte, para fruir, para nos instigar, nos provocar. Encontrar no virtual e produzir nele.”
Para o cineasta, o fato foi e ainda é desafiador. Cassol explica que em um set normal, tudo que ocorre no ambiente é percebido e refletido, podendo passar a integrar o projeto. “É processo em aberto quando tu estás filmando”, destaca.
No caso dessa gravação remota, foi preciso redescobrir uma outra forma de realizar. “Deborah não conhece, pessoalmente, o diretor de fotografia, Freddy Paz, nem a diretora de produção, Alexandra Zanela. Se conheceram pelo filme virtualmente, na pré-produção e na gravação. Isso está no filme e precisava ser revelado ao público. É outro formato”, exemplifica.
O diretor avalia que foi se adaptando às telas de cada um dos envolvidos na produção, e eles, com a sua tela: “Fomos percebendo pelas telas. Por isso, no filme também estão lá as imagens da câmera que filma a câmera que filma a tela. São camadas que aproximam, mas que precisam ser refletidas, provocadas, sair do lugar mesmo na tela. É por isso que digo que um sentido absolutamente novo e que ainda vamos dialogar muito sobre”.
No mundo real, pré-pandemia, Cassol conheceu pessoalmente Deborah em uma oficina que ministrara juntos há dez anos; ela, sobre atuação; ele, sobre direção para cinema e TV. Em 2014, o cineasta pôde dirigi-la em algumas cenas da série Animal (GNT).
Deborah Finocchiaro estreou no teatro em 1985. Formada em Artes Cênicas pela Ufrgs, já participou de centenas de trabalhos como atriz no teatro, cinema e televisão. É também diretora, locutora, apresentadora, roteirista, produtora e ministrante. Ao longo de sua carreira, recebeu 33 prêmios, entre eles nove de Melhor Espetáculo, 18 de Melhor Atriz, um de Melhor Direção, um de Melhor Texto Adaptado, um de Melhor Roteiro e três como Melhor Artista de Teatro.
Em 1993, criou a Companhia de Solos & Bem Acompanhados, que atualmente tem em seu repertório inúmeros trabalhos, entre eles os espetáculos Pois é, vizinha..., Sobre anjos & grilos - O universo de Mario Quintana, Caio do Céu e Diário secreto de uma secretária bilíngue.
No documentário, a atriz conserva suas características sobre a visão da cultura. "Ser artista não significa que tu és uma boa pessoa, ser intelectual não valida. Temos que combater essa arrogância que está dentro do mundo da arte. Sem liberdade, não há criação artística. O teatro tem uma força, e acho que temos que usá-la na prática”, declara para a equipe do longa.
E de sua cadeira giratória vermelha, a artista que também é muito musical, cantarola os versos do Hino do Sarau Voador para o espetador de todas as telas: “Esse mundo tá perdido, isso ninguém pode negar/ Então junta todo mundo, que é pro mundo melhorar”. Além de marcar seu ponto de vista e proposta na abertura, Deborah! O Ato da Casa também traz uma mensagem forte no seu final, mesmo sendo somente o fim de um capítulo, pois a polivalente retratada, com certeza, ainda produzirá muito mais.

"É um tributo para a arte, para uma amiga, para o afeto, à escuta"

Luiz Alberto Cassol é o diretor mais experiente em competição na mostra deste ano

Luiz Alberto Cassol é o diretor mais experiente em competição na mostra deste ano


FREDDY PAZ/DIVULGAÇÃO/JC
Luiz Alberto Cassol é diretor cinematográfico, cineclubista e diretor publicitário. Dirigiu os longas-metragens documentais Câncer – Sem medo da palavra, Edmundo, Janeiro 27 (codirigido com Paulo Nascimento), Todos (codirigido com Marilaine Castro da Costa), Grandes Médicos (codirigido com Marilaine Castro da Costa) e Golpe (codirigido com Guilherme Castro). Foi diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine-RS) e da Cinemateca Paulo Amorim. É vice-presidente da Fundacine-RS e criou o Festival Santa Maria Vídeo e Cinema, o Otelo Cineclube e a Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria.
JC – És o diretor mais experiente selecionado para a mostra de longas de Gramado deste ano. Tua relação com o festival é bem antiga. Qual a expectativa para estreia de Deborah! O Ato da Casa nesta 48ª edição, que chegará ao público pela internet e Canal Brasil?
Luiz Alberto Cassol – Tenho uma relação direta e afetiva com o festival. Comecei em Gramado no final dos anos 1990, fazendo um especial para a televisão para um programa sobre cinema que eu dirigia e apresentava, o Cine TV – veiculado na TV a cabo - e também boletins para rádios de minha cidade natal, Santa Maria. Paralelo a isso, fui convidado para escrever textos críticos sobre os filmes exibidos em Gramado para um site especializado criado pelo jornalista Sergio Seabra, a partir de meu envolvimento com o cineclubismo em Santa Maria. Lembro de minha defesa voraz do filme Estorvo, do Ruy Guerra, em Gramado. Já tinha lido o livro do Chico e o filme para mim foi marcante. Também foi crucial a participação no Gramado Cine Vídeo, evento que ocorria paralelamente ao festival, em que o meu primeiro curta, Águas dançantes, sobre os antigos cinemas de calçada e o cineclubismo, foi selecionado em 1999, mesmo ano que participei da Mostra Super-8 de Gramado com um outro curta, O nº que você discou, uma produção coletiva de Santa Maria em que eu dirigia, produzia e fazia um ponta na atuação. Então, imagina, era tudo ao mesmo tempo, a cinefilia pulsando, o cineclubismo muito forte e os encontros e debates em Gramado.
E partir de lá não parei mais de prestigiar o festival e assistir muito. Em 1998, participei da mostra gaúcha de curtas com o Fome de quê, em 35mm. E de 2014 até 2020, somente no ano passado não estive com algum filme em exibição, seja convidado ou selecionado. Foram Janeiro 27 (2014, longa), Edmundo (2015, longa), Tabaré Inácio (2016, curta), Todos (2017, longa), Grito (2018, curta), Grandes Médicos (2018, longa) e, agora Deborah! O Ato da Casa (2020, longa). Ainda, em 2018, gravei durante o festival boa parte da série Crítica, que estreou agora em setembro na televisão e que, em 2019, na abertura do evento, na homenagem ao Rubens Ewald Filho, foi exibido um trecho da entrevista com o Rubens. Por tudo isso, a relação com o festival faz parte de minha trajetória, da minha formação, tanto sendo público, tanto sendo realizador.
Quanto ao Deborah! O Ato da Casa, minha expectativa é imensa, um filme feito dentro da pandemia, com duas pessoas, Deborah e eu, que vinham dialogando sobre o que estava acontecendo, e que é classificado num festival dentro da pandemia é emblemático. E a Deborah Finocchiaro, protagonista que tem a trajetória documentada no longa, é uma atriz que tenho uma admiração muito forte. Ela é visceral em seus projetos, e a arte nos aproximou intensamente na criação e acabamos nos tornando amigos.
E, reafirmo, o filme foi realizado todo durante a pandemia de forma remota, todo o processo da pré até a pós-produção, com cada pessoa da equipe em sua casa, com compartilhamento de telas de computadores e notebooks para a montagem junto com o Leonardo Cappelatti, que é o editor do filme. Aí, o filme é classificado no nosso primeiro festival inscrito, que é Gramado. É um arco narrativo completo, uma história significativa de trajetória do filme, pois a estreia também acontece durante o isolamento social, em meio a tudo isso que estamos vivendo nesse 2020 que parece ser um mundo paralelo.
O documentário aborda a obra e o pensamento da Deborah, mas dentro de uma entrevista remota, isso tudo abrindo para um diálogo sobre possibilidades estéticas e narrativas de construção de um documentário nesse formato, com essa proposta, expandindo nossas possibilidades. E estrear em Gramado parece ter sido reservado para o filme também, afinal, ele foi feito numa tela de computador e, agora, o público está acessando ao Deborah! pela tela de um computador ou pelo celular, no streaming no Canal Brasil Play. Tudo isso é novo e abre possibilidades múltiplas de diálogo e reflexão.
JC – No documentário, foi feita a opção, para a introdução da obra, em manter os problemas técnicos de se filmar remotamente, como queda na conexão e congelamento de imagem, enquanto áudio continua rodando. A escolha é justificada por uma maior sensação de realidade das condições do momento, sendo um retrato da pandemia?
Cassol – Sim, é uma escolha direta sobre o que estamos vivendo todos os dias, seja numa vídeo-chamada que estejamos fazendo para um amigo ou uma reunião sobre um projeto, ou uma live, ou cursos remotos, ou transmissões de TV e rádio, ou um vídeo que queremos ver e é interrompido. É preciso refletir sobre tudo isso. Os problemas de conexão de internet que sempre existiram, agora, fazem parte da estética dos dias, das falas que engasgam porque a conexão as deixa lentas ou interrompidas. É preciso provocar esse debate sobre o tempo da conexão, do congelamento de uma imagem. Isso em meio a uma pandemia que aqui no País está sendo tratada de uma forma absurda.
Na abertura do filme, mostramos isso e quando mudamos de um cenário para outro e de um figurino para outro, tudo isso num frame, a intenção é nos provocar também. É a estética do congelamento da imagem e não de um comercial de margarina. É estética do remoto em coletivo que fizemos no filme. A estética de todos os problemas que esse sistema absurdo nos jogou. É falar diretamente sobre os problemas de conexão da internet que nos ilude ao dizer que temos uma qualidade de conexão e temos outra, da sociedade que parece fingir e não se vê, de um mundo pandêmico em que conectamos pelas redes e nos desconectamos de buscar respostas para os sentimentos.

Filme traz cenas de montagens como Sobre anjos e grilos - O universo de Mario Quintana

Filme traz cenas de montagens como Sobre anjos e grilos - O universo de Mario Quintana


COMPANHIA DE SOLOS &BEM-ACOMPANHADOS/DIVULGAÇÃO/JC
JC – O documentário mudou muito na montagem, se redesenhou, ou cumpriu teu roteiro de entrevista? A utilização das cenas de espetáculos dela, por exemplo, estava prevista ou veio depois?
Cassol – O que fiz radicalmente na montagem foi tirar quase todas as minhas perguntas e minhas falas e concentrar nela, essa escuta para ela e o que ela diz. Ao decupar todo o material, vimos, Leonardo Cappelatti, montador do filme, e eu, que era preciso suprimir ao máximo minha participação e deixar fluir as falas dela, porque ela diz tudo de uma forma orgânica, criativa e autêntica. Também no material bruto tínhamos mais cenas das câmeras do diretor de fotografia Freddy Paz, ou seja, eu havia escrito no argumento e solicitado ao Freddy essas outras cenas gravando sua própria câmera e a outra câmera que gravava a tela do notebook. Eram questões que queria revelar ao público. Elas permanecem, só diminuímos radicalmente isso pois priorizamos o conteúdo da Deborah e o que ela fala, enquanto mulher, artista, pensadora e cidadã. Destaco, ainda, as cenas da casa do editor, Leo Cappelatti. Ali também são várias cenas para demonstrar esse cada um na sua casa, essas cenas estão lá para o público, mas também diminuímos para focar na fala da Deborah que é tão potente, visceral e importante de ser ouvida. Essa escuta do conteúdo nós buscamos o tempo inteiro no processo de edição. Foram muitas versões e diálogos até chegarmos a essa.
JC – Em termos gerais, por que a Deborah é a personagem do teu filme? Admiravas a carreira dela como atriz? No início, contas que a tinhas convidado para participar de um curta de ficção, e os planos mudaram pela pandemia. Mas qual era o pressuposto que tinhas de que a trajetória dela daria um documentário?
Cassol – A gente se conheceu faz dez anos ministrando uma oficina; ela, sobre atuação, e eu, sobre direção para cinema e TV. Ministramos a oficina juntos e, desde ali, aconteceu um encontro muito forte. Vimos que tínhamos algo em comum que nos aproximava muito no entendimento do fazer, do dialogar e de entender o entorno, as reações. Faz algum tempo, eu vinha falando com a Deborah sobre fazer um documentário a respeito da trajetória dela. Alguns espetáculos, vi três, quatro vezes. Em um, trabalhei como diretor de vídeo das cenas que são projetadas durante. Teve um momento específico que projetei fazer um filme sobre o espetáculo Caio do Céu, que acho emblemático. Mas, ainda antes da pandemia, reavaliei e vi que tinha que falar do todo. Isso aconteceu a partir da pesquisa que eu havia começado sobre a obra dela. Nesse meio tempo, entre novembro de 2019 a fevereiro deste ano, escrevi um roteiro para um curta de ficção para ela interpretar. Foi escrito o papel pensado para ela, suas expressões e tudo o que é capaz, assim como fiz com o curta Grito, que escrevi desde o início para o Sirmar Antunes e o Clemente Viscaíno interpretarem – eles foram premiados na Mostra Gaúcha do Festival de Gramado em 2018 por suas atuações.
Daí veio a pandemia e paramos com o processo de pensar nesse curta. Então, propus para a Deborah o documentário, agora de forma virtual e fui assistir os espetáculos em vídeo, pois precisava entender também o que era assistir a partir do vídeo um espetáculo de teatro. O que eu assistia antes ao vivo, e que é o grande prazer do teatro, agora estava vendo em vídeo e várias vezes para entender o processo. É importante dizer que tinha promovido, logo no início da pandemia, uma exibição virtual da peça Caio do Céu e uma live sobre a obra da Deborah. Então, para Deborah! O Ato da Casa, eu tinha uma entrevista pronta a partir de um argumento que escrevi, principalmente sobre os cinco espetáculos abordados no filme. O argumento partiu de intercalar cenas das peças com um relato dela sobre estar em casa confinada, pois ela está sempre fazendo mil coisas, está sempre com espetáculos em cartaz, atua em cinema, TV, faz locução, faz rádio, ou seja, era preciso entender e dar escuta para ela como estava sendo o novo processo e como ela se relacionava com isso, seu novo dia a dia, e como via sua obra.
JC – Em termos mais íntimos, Deborah está no documentário como ela é, sem papas na língua, trazendo temas desconfortáveis e importantes de serem falados. Onde começou tua relação pessoal com ela para conhecer “a pessoa” e não “a atriz” que falaria no filme?
Cassol – Naquele curso que ministramos juntos há dez anos, percebemos que estávamos conectados pela arte. Depois eu organizei uma apresentação do espetáculo dela Pois é, vizinha..., seguida de debate, na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA). Em 2014, nos reencontramos na série Animal (GNT), que eu dirigia a segunda unidade e pude dirigi-la em algumas cenas. Depois, ela me convidou para fazer as cenas que são exibidas no espetáculo GPS Gaza, dirigido pela Camila Bauer. Ali participei de alguns ensaios e gravamos muito e isso nos aproximou mais, pois também produzimos vídeos.
Depois disso, comecei a pensar num monólogo para ela, projeto que ainda vamos fazer. E tinha essa questão do documentário que eu já havia falado com ela, e o convite para fazer o curta que ela aceitou de primeira. A gente vinha se falando muito nos últimos anos sobre vários projetos. Então, veio a pandemia e começamos a falar diariamente por vídeo-chamada, trocar ideias, impressões e sentimentos sobre tudo. Então convidei ela para apresentar um espetáculo e debater, depois fizemos uma live. Depois, ela me convidou para citar poemas que gostamos e são veiculados em rádios por um projeto que ela coordena.
Era a arte pulsando o tempo inteiro em nós. Por isso o filme acontece daquela forma, havia muita sinergia entre nós, mas ali eu precisava ouvir, ouvir muito, dar escuta, meu papel foi conduzir a partir do argumento que já estava muito bem estruturado, pois tinha certeza que ela ia trazer muitos temas, desconfortantes ou não, ela não rejeitaria minhas perguntas e condução do doc, e assim aconteceu.
O que fiz depois na montagem foi me retirar ao máximo de cena e mostrar tudo o que a Deborah representa por sua arte, sua humanidade, seus pensamentos, sua forma intensa de encarar tudo. É um tributo para a arte, para uma amiga, para o afeto, mas, acima de tudo, é um tributo ao diálogo, à escuta, à possibilidade de aprender e refletir ouvindo alguém tão especial que é a Deborah Finocchiaro.
JC – A série Confessionário foi uma espécie de spin off do documentário, aproveitando a nova interpretação sobre Pois é, vizinha...?
Cassol – O fato de dividirmos a direção da série trouxe muito. O tema, com certeza, pois a Deborah já traz essa reflexão no filme, e fala e argumenta sobre o assunto faz muito tempo no espetáculo Pois é, vizinha... e, mais recentemente, no Diário de uma secretária bilíngue. E muito do que está no documentário também utilizo na série em termos estéticos de montagem, também tem os posicionamentos de câmeras em frente às telas que propus ao Freddy, diretor de fotografia do documentário e da websérie. Em alguns aspectos, o documentário dialoga com a série, sim.