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Cultura

- Publicada em 10 de Julho de 2020 às 19:46

Após reclusão social, Letícia Wierzchowski tem novos compromissos pela frente

Autora escreveu livro por encomenda durante isolamento, ministra aulas a distância, será patrona da Feira de Bento e lançará novo título

Autora escreveu livro por encomenda durante isolamento, ministra aulas a distância, será patrona da Feira de Bento e lançará novo título


CARIN MANDELLI/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Requia
Aos 48 anos, Letícia Wierzchowski lamenta o clima de desconfiança crescente criado durante a pandemia causada pela Covid-19. A escritora é a autora de diversos títulos, entre romances, biografias e livros infantis. Seu maior sucesso, A casa das sete mulheres (2002), conta a história das mulheres da família de Bento Gonçalves durante a Guerra dos Farrapos entre 1835 e 1945, em uma estância localizada próxima ao rio Camaquã. As linhas que contam a versão deste grupo que esperava, sofria e lutava aquela guerra da sua maneira serviram de inspiração para a minissérie homônima da Globo, que ilustrou este capítulo da história e deu vida a personagens como Giuseppe e Anita Garibaldi.
Aos 48 anos, Letícia Wierzchowski lamenta o clima de desconfiança crescente criado durante a pandemia causada pela Covid-19. A escritora é a autora de diversos títulos, entre romances, biografias e livros infantis. Seu maior sucesso, A casa das sete mulheres (2002), conta a história das mulheres da família de Bento Gonçalves durante a Guerra dos Farrapos entre 1835 e 1945, em uma estância localizada próxima ao rio Camaquã. As linhas que contam a versão deste grupo que esperava, sofria e lutava aquela guerra da sua maneira serviram de inspiração para a minissérie homônima da Globo, que ilustrou este capítulo da história e deu vida a personagens como Giuseppe e Anita Garibaldi.
Morando com os dois filhos em Porto Alegre, a autora teve seu cotidiano diretamente impactado durante o isolamento: "Eu sempre trabalhei muito em casa, mas sempre viajei muito também. Isso é um impacto na minha rotina, mas, principalmente, no financeiro - pois não dou palestras há meses". Mesmo assim, Letícia manteve o fluxo de produção de casa: "Eu preciso trabalhar, a palavra me mantém. Fiz um livro por encomenda nestes meses de reclusão social". Além da escrita, ela ministra aulas de narrativa longa para duas turmas de alunos. "Ensino pessoas a escreverem suas histórias, a organizarem o pensamento criativo, o tempo", relata a autora.
Muitos de seus romances transportam o leitor justamente para a história de vida e de passagem do tempo de personagens que, mesmo que simples, representam tamanha profundidade em sua trajetória. Seu próximo livro contará a história de Adelina Hess de Souza, empresária falecida em 2008, que fundou uma das maiores camisarias do Brasil. "Também estou em fase de pesquisas para um romance novo. No final deste ano, publico Assim o amor, pela editora Planeta, inspirado na vida de dona Adelina Hess de Souza, que fundou o Grupo Dudalina e criou 16 filhos. Uma história de coragem e determinação", destaca Letícia.
Alguns de seus romances contam histórias paralelas ao de acontecimentos históricos como A Guerra dos Farrapos e a Segunda Guerra Mundial, onde estes grandes eventos são o pano de fundo ou causadores do pontapé inicial para o conflito da história. São amores, desamores e situações que se desenrolam aos olhos do leitor. Questionada sobre novas escritas que surgirão durante o isolamento e a pandemia de coronavírus, Letícia declara que, por hora, basta viver esta realidade: "Eu não leria, neste momento, um romance sobre a questão do isolamento em tempos de Covid. Este é um tema que não me interessa. Basta-me estar vivendo isso. Eu uso a literatura justamente como ponto de fuga da realidade", compartilha.
Refletindo sobre o momento pessoal, ela indica que a pandemia e o isolamento deixarão reflexos em sua vida pessoal, mas não diretamente na maneira como escreve. "A literatura ensina a pensar. Ela faz mais perguntas do que nos dá respostas. Portanto, ela é fundamental sempre", declara.
Para a autora, a escrita acompanha um olhar de introspecção do próprio autor. A força das palavras e das histórias, passadas de leitor em leitor, precisam ser marcantes o suficiente para dar vida a essas histórias e personagens, sem que se faça necessário um momento crítico para o surgimento de suas narrativas. "Um escritor precisa olhar para dentro de si. Ninguém escreve sem um mergulho íntimo. Ou seja, o meu trabalho parte disso e nunca precisei de elementos externos para fazer essa viagem interior."
Letícia foi escolhida como Patrona da Feira do Livro de Bento Gonçalves deste ano, prevista para 7 a 18 de outubro. "Já fui patrona de diversas feiras, é sempre muito interessante e também um reconhecimento que me deixa honrada. A Feira de Bento vem num momento especial - de retomada depois de todos estes meses, estou contente", destaca.
Sobre as indicações de leitura durante a pandemia, a escritora afirma a necessidade de certezas e inspirações para o momento: "Acho lamentável um clima de desconfiança que nos cerca, aumentado pelo vírus e pelo verniz político que ele ganhou. Além disso, acho nosso governo inoperante no trabalho de combater a doença". Ela indicou a biografia de Winston Churchill para o momento: "Sinto falta neste período de gente que saiba lutar, enfrentar problemas, unir as pessoas".
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