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Cultura

- Publicada em 26 de Abril de 2020 às 20:22

Comemorando 30 anos, Acústicos & Valvulados prepara novo disco

Banda de Rafael Malenotti lançou recentemente o single 'A espera'

Banda de Rafael Malenotti lançou recentemente o single 'A espera'


NÍCOLAS CHIDEM/JC
Igor Natusch
"Quando o dia vem e tudo está do mesmo jeito/ espero pelo amanhã/ se a noite cai e tudo ainda é imperfeito/ espere pelo amanhã." Basta uma olhada nesse trecho da letra para perceber que não foi à toa que a banda Acústicos & Valvulados escolheu A espera para ser o primeiro single de seu novo trabalho, Diamantes verdadeiros Vol. II.
"Quando o dia vem e tudo está do mesmo jeito/ espero pelo amanhã/ se a noite cai e tudo ainda é imperfeito/ espere pelo amanhã." Basta uma olhada nesse trecho da letra para perceber que não foi à toa que a banda Acústicos & Valvulados escolheu A espera para ser o primeiro single de seu novo trabalho, Diamantes verdadeiros Vol. II.
O single foi lançado nas plataformas digitais na metade deste mês. "A mensagem da música tem muito a ver com o que a estamos vivendo neste momento, sobre aprender a confiar no tempo e esperar por um amanhã melhor", confirma o vocalista Rafael Malenotti, em conversa com o Jornal do Comércio.
Com lançamento previsto para junho, Diamantes verdadeiros Vol. II é a continuação de um projeto iniciado em 2014, que traz regravações para algumas das principais músicas da banda. E marca, também, um momento de celebração, já que a Acústicos & Valvulados está chegando aos 30 anos de estrada. Para dar um molho especial na sonoridade, cada faixa contará com a participação de uma figura ligada à música gaúcha e brasileira.
Na regravação de A espera, originalmente lançada no disco Esse som me faz tão bem (2005), a aparição é do cantor Serginho Moah, conhecido pelo trabalho com a Papas da Língua e em sua carreira solo. "A participação foi especialíssima, ele é um grande artista, um dos ícones da nossa música pop, e sempre esteve por perto durante essa nossa estrada", anima-se Malenotti. Além do vocalista, o quinteto conta, hoje, com Diego Lopes (baixista e produtor do novo disco, junto com Felipe Magrinelli), Paulo James (bateria), Alexandre Móica (guitarra e vocal) e Daniel Mossmann (guitarra).
De acordo com o músico, a ideia do trabalho surgiu já quando o primeiro volume estava tomando forma, há mais de cinco anos. "Foi uma cobrança que a própria banda se fez", começa. "Quando selecionamos aquelas 10 canções, tivemos que deixar muitas de fora. Já fomos para o estúdio gravar (em 2014) pensando que, no futuro, caso tudo desse certo, precisávamos colocar esse volume dois na pauta. E acabou sendo também a chance de resgatarmos algumas canções que não tiveram tanto apelo comercial no momento em que foram originalmente lançadas, mas que são muito bonitas, nas quais acreditamos e com as quais nos identificamos."
Como dito no começo, a mensagem de A espera ganha uma dimensão diferente em tempos de distanciamento social causado pelo novo coronavírus - um contexto que certamente não estava na cabeça dos músicos quando da gravação original. E a impossibilidade de celebrar os 30 anos de Acústicos & Valvulados em cima do palco, como previsto, é uma frustração que Rafael Malenotti admite sem reservas. "Acima de tudo, sinto muita falta de estar na estrada, com meus amigos e minha banda. Mas, no momento, é algo realmente necessário. Ao menos nós, que temos condições de ficar em casa, precisamos seguir as recomendações", frisa.
Além de curtir a presença dos filhos, o músico aproveita o tempo para, nas suas próprias palavras, "colocar tudo em ordem" - não apenas em termos materiais e de finanças, mas, especialmente, no terreno dos pensamentos. "Eu sou um discípulo fiel dos grandes mestres do rock'n'roll, e o Raulzito dizia: 'Não pense que a cabeça aguenta se você parar'. Então o negócio é não ficar parado nesse sentido também: de tocar, de criar. Sempre na torcida e na fé de que tudo possa passar o quanto antes para voltarmos às nossas rotinas", comenta.
Afinal de contas, a música persiste. Está com Rafael Malenotti há mais de três décadas, e ele parece confiante de que a velha companheira não falhará com ele (e conosco) nestes tempos de receio e incerteza: "Eu tenho a música comigo desde criança, e foi na adolescência que ela ganhou força. Ela me fazia tão bem que resolvi investir minha vida nela, durante esse tempo todo. E a música tem esse papel na vida das pessoas, ao natural: de mudar nossa cabeça, ajudar a lidar com situações ruins".
Um papel que, para o vocalista, certamente será visível no futuro, seja ele qual for. "Nem eu, nem ninguém pode ter absoluta certeza do que vai acontecer, nem quanto tempo teremos nessa jornada terrestre. Eu vou trabalhando, tanto com a Acústicos & Valvulados quanto nas minhas gravações solo. E espero logo reencontrar todo mundo para celebrar esses 30 anos - torcendo que eles possam, quem sabe, dobrar de duração", destaca.
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