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Cultura

- Publicada em 05 de Abril de 2020 às 17:32

Ilana Kaplan fala sobre o medo provocado pela pandemia de coronavírus

Atriz estava em cartaz há três anos com o bem-sucedido espetáculo 'Baixa terapia'

Atriz estava em cartaz há três anos com o bem-sucedido espetáculo 'Baixa terapia'


/ TONICO ALVARES/DIVULGAÇÃO/JC
Daniel Sanes
Radicada na maior cidade do Brasil há 25 anos, a atriz gaúcha Ilana Kaplan vivencia com apreensão a crise global causada pelo coronavírus. Moradora do bairro Higienópolis, na região central de São Paulo, ela vem seguindo à risca as orientações das autoridades de saúde durante a pandemia. "Estou muito preocupada, muito apreensiva, como todo mundo, porque não se sabe com que violência esse vírus vai afetar o Brasil, que é um país de dimensões muito maiores do que a maioria dos outros onde isso está acontecendo", afirma ela.
Radicada na maior cidade do Brasil há 25 anos, a atriz gaúcha Ilana Kaplan vivencia com apreensão a crise global causada pelo coronavírus. Moradora do bairro Higienópolis, na região central de São Paulo, ela vem seguindo à risca as orientações das autoridades de saúde durante a pandemia. "Estou muito preocupada, muito apreensiva, como todo mundo, porque não se sabe com que violência esse vírus vai afetar o Brasil, que é um país de dimensões muito maiores do que a maioria dos outros onde isso está acontecendo", afirma ela.
Ilana está em cartaz desde 2017 com o espetáculo Baixa terapia - Uma comédia no divã, sucesso de crítica e público que ainda conta com Antonio Fagundes, Mara Carvalho, Bruno Fagundes, Alexandra Martins e Fábio Espósito no elenco. "Cancelamos a peça no domingo, dia 15 de março, antes do decreto oficial determinando que as pessoas se isolassem, pois ficamos receosos, já que o teatro é um centro de aglomeração", explica a atriz, que por sua interpretação da personagem Andrea ganhou os prêmios Shell e Aplauso Brasil. "Íamos ficar até o final do mês com o espetáculo em São Paulo e depois a temporada estrearia no Rio de Janeiro em 1º de maio, que acho que é quando vai ser o pico da pandemia. Então, como todos os trabalhadores do Brasil, estamos suspensos, esperando que isso passe pra retomarmos nossas vidas."
Trabalhando em uma área diretamente afetada pelo isolamento social, Ilana se considera privilegiada nas atuais circunstâncias, mas demonstra preocupação com os colegas - e com a população em geral. "Tenho uma diarista e consegui dispensá-la, mantendo o salário, porque estou fazendo uma peça mais popular e que me deu condições para isso. Eu acho que é um privilégio quando o ator está com contrato com alguma emissora ou quando está fazendo um espetáculo e sobra mais dinheiro do que só o suficiente para pagar as contas. Como acontece com todas as profissões autônomas, a gente não tem salário fixo, depende do público, de verba de algum edital. Me preocupo muito com meus colegas que não estavam fazendo nada ou que não conseguiram juntar alguma coisa", ressalta.
Em casa, a atriz diz que passa o tempo "faxinando loucamente" e, para se distrair, lê e vê séries. "Não tive nenhuma inspiração ou momento criativo, porque ainda estou sob o efeito da catatonia que esse vírus provocou", ri. "Mas espero que isso se transforme em algo criativo, talvez não durante a quarentena, mas depois. Porque todos sairemos diferentes dessa situação, e isso com certeza vai ser transformar em algo artístico dentro de mim", pondera.
Sair desse "estado catatônico" é um desafio, segundo Ilana. "Tenho tentado me distrair minimamente, mas acabo sempre angustiada", confessa. Mesmo assim, ela compartilha algumas dicas de produções que assistiu e achou interessante. "Tem uma série da Netflix que eu já vi faz um tempinho, Merlí, é uma produção catalã superbacana, sobre um professor de Filosofia. Estava vendo uma bem mais ou menos, que não vou indicar (risos)! Mas tem muita coisa legal: Fleabag, The Morning Show, da AppleTV ...", enumera. "Ah, pretendo ver The marvelous Mrs. Maisel, da Amazon."
As sugestões de leitura também são diversificadas. "Leio quase tudo do Philip Roth, Luis Fernando Verissimo, que é um clássico, O tribunal da quinta-feira, do Michel Laub. Estou lendo agora um livro que se chama Serotonina, do Michel Houellebecq. Já tinha lido várias coisas dele - Plataforma é muito legal também", completa.
Mesmo temerosa em relação ao impacto do vírus, Ilana tenta extrair algo de positivo da situação. Deseja que, a partir desse choque, o mundo se torne um lugar um pouco melhor. "Estamos num período crítico das nossas vidas, da humanidade, mas eu espero que a gente consiga se unir amorosamente para superar isso. Que essa crise nos torne mais humanos, na essência da palavra, porque todo mundo vai ter que se ajudar. Muitas pessoas estão preocupadas com a economia, mas a saúde vem em primeiro lugar, é uma questão crucial para o ser humano. Essa é a minha forma de ver o mundo: uma forma utópica, artística, talvez, mas acho que, assim como eu, tem muitas pessoas que pensam dessa forma", acredita.
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