A Editora Edipro lançou a nova tradução de Assim falou Zaratustra (2020, 288 págs., R$ 49,00), de Friedrich Nietzsche, com conteúdo completo. O clássico da filosofia moderna apresenta a interpretação do que seria a vida de Zoroastro, filósofo persa que viveu no século VII a.C., por meio de discursos e imagens poéticas que satirizam as parábolas bíblicas.
Originalmente publicada em quatro partes, as três primeiras entre 1883 e 1885 e a última apenas em 1893, a nova edição da obra traz o conteúdo integral em volume único, com tradução de Saulo Krieger, membro do GEN (Grupo de Estudos Nietzsche) e pesquisador da obra do pensador. O título é estruturado em episódios e pode ser lido em qualquer ordem.
Na obra que se tornou um marco para a filosofia e a literatura, Nietzsche usa sua linguagem característica, que destaca a predileção por metáforas, ironias e aforismos, para subverter as bases do zoroastrismo. Assim, ele desenvolve a ideia de que o homem é uma forma transicional entre macacos, o que nomeia como "super-homem". Além disso, o livro conta com a célebre e mais conhecida declaração do autor: "Deus está morto".
Os leitores encontrarão nessa edição de Assim falou Zaratustra uma das mais bem elaboradas críticas do autor à moralidade, atributo que inibe a autossuperação e a vontade. Além de tudo isso, essa é a oportunidade para se aprofundar em uma das peças fundamentais para a construção do moderno pensamento ocidental.
A obra é o segundo trabalho do autor a integrar o catálogo da Edipro (disponível em
www.edipro.com.br), que já conta com o livro
Além do bem e do mal. A editora prepara, também, uma nova tradução de
Crepúsculo dos ídolos, ainda sem data para publicação.
Nietzsche (1844-1900) foi um filólogo, filósofo, crítico, poeta e compositor alemão do século XIX. Escreveu diversos textos sobre religião, filosofia, ciência, moral e cultura contemporânea. Era neto de dois pastores luteranos e pensou em seguir a carreira de pastor. Já na adolescência, entretanto, rejeitou os dogmas religiosos e, aos 24 anos, já havia sido nomeado professor de filologia na Universidade da Basileia. Em 1879, sua saúde debilitada obrigou-o a abandonar o cargo. Em 1889, uma crise de loucura colocou-o sob os cuidados da família, até sua morte, em Weimar, na Alemanha.