"Um mix loucão, que vai fazer a cabeça da galera." As palavras espontâneas e despojadas de Paulo Zé Barcellos, produtor e idealizador do festival Morrostock, oferecem uma boa ideia do que o público deve vivenciar na segunda edição do MorroDália, que ocorre em pleno feriado de Carnaval. Entre os dias 21 e 26 de fevereiro, o Balneário Ouroverde, em Santa Maria, recebe mais de 40 atrações musicais, além de oficinas e atividades culturais e recreativas, tudo em um clima de boas vibrações e proximidade com a natureza. Ingressos
(R$ 240,00, na opção solidária) podem ser adquiridos pelo site
Sympla e nas lojas Back in Black (Porto Alegre), Odara Café (Santa Maria) e Pisar Bem (Santa Cruz do Sul).
O MorroDália deste ano está integrado ao Circuito Psicodália de Carnaval, promovido pelos organizadores do festival independente de Santa Catarina. Tradicionalmente agendado para os dias de Carnaval, o Psicodália vive um momento de reestruturação, o que impediu que fosse realizado nos moldes habituais. A ideia, então, foi promover uma união entre festivais do Sul do Brasil, com eventos simultâneos nos dias de folia. Além do MorroDália, fazem parte dessa união o SaraváDália e o Bradamundo, ambos em Santa Catarina.
O evento gaúcho terá quatro palcos: Pachamama, Pacal, Lago e Kombi CRMK - este último um espaço para jams liberado para quem quiser participar. Entre as bandas confirmadas, nomes da música alternativa latino-americana, como Perotá Chingó (Argentina) e Cuatro Pesos de Propina (Uruguai), dividem o palco com atrações multinacionais, como os franco-brasileiros Cao Laru e a aproximação México-Brasil de Francisco, el Hombre.
Vindos de diferentes partes do País, atrações como Potyguara Bardo, Braza, Muñoz e Pássaro Vivo se revezam com nomes importantes da cena gaúcha, como Dingo Bells, Graforréia Xilarmônica, As Aventuras, Thiago Ramil e Wander Wildner, entre muitos outros. Dentro do já tradicional leque de oficinas e atividades artísticas, o MorroDália traz novidades como a tenda de cura (com opções como reiki, meditação, massagem sonora e geoterapia) e a tenda do suor, baseada no ritual xamânico temazcal, oriundo do México. Há também a possibilidade de fazer trilhas guiadas rumo a alguma das cachoeiras da região, conhecida por suas belezas naturais.
É a segunda vez que Morrostock e Psicodália se aproximam para a realização de um evento conjunto. No ano passado, o festival gaúcho aconteceu no período que antecede o Carnaval, em uma espécie de preparação para o parceiro catarinense. Em outubro de 2019, o diretor-executivo do Psicodália, Klauss Pereira, fez contato para propor a realização de um circuito de festivais nos estados do Sul, substituindo o evento que não seria realizado em Santa Catarina - uma ideia que casou perfeitamente com a pretensão de Paulo Zé e sua equipe, que já estudavam a realização de um festival de verão.
A organização acabou sendo feita em tempo recorde, com menos de três meses para definir todas as atrações. Ainda assim, o produtor projeta um MorroDália até mais amplo que a mais recente edição do Morrostock, ocorrida no final do ano passado. "Antes, a semelhança entre Morrostock e MorroDália ficava mais restrita à experiência das pessoas e à linha filosófica de organização e curadoria. Neste ano, estão muito mais parecidos no sentido de tamanho, do número de bandas, palcos, oficinas", descreve Paulo Zé.
"Acredito que esse encontro (de Morrostock e Psicodália) seja, por si só, bastante explosivo. É como se o Lollapalooza se unisse ao Rock in Rio, ou como se Glastonbury se unisse com o festival da Ilha de Wight", compara. "Além disso, essa aproximação cria um roteiro, a gente vai criando esse circuito lindo de festivais durante o Carnaval aqui no Sul do País, com possibilidades para toda uma cadeia de música e artes integradas."
O Circuito Psicodália de Carnaval, no qual o MorroDália se insere, é um evento restrito a 2020 - afinal, o Psicodália já confirmou sua próxima edição, entre os dias 12 e 17 de fevereiro do ano que vem. Mas a expectativa é que a parceria entre os festivais multiculturais do Sul do Brasil mantenha-se firme e forte - o que, é claro, se manifesta também na próxima edição do Morrostock. Mesmo ainda sem confirmar as datas, Paulo Zé garante que a edição deste ano já está em gestação. "O próximo festival já está nascendo, em nossa cabeça", brinca, deixando no ar a promessa de mais música e boas energias para o segundo semestre.