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Cultura

- Publicada em 26 de Janeiro de 2020 às 17:57

Bloco da Laje reúne 20 mil pessoas no Carnaval de rua de Porto Alegre

Mais de 20 mil pessoas acompanharam o bloco neste domingo pelas ruas de Porto Alegre

Mais de 20 mil pessoas acompanharam o bloco neste domingo pelas ruas de Porto Alegre


MARCO QUINTANA/JC
Roberta Mello
Mais de 20 mil corpos em estado de total liberdade dançaram ao som do Bloco da Laje neste domingo (26). É a 9ª saída de um dos coletivos musicais mais amados dos porto-alegrenses, que esperam ansiosamente pelo seu cortejo carnavalesco todos os anos e acompanham cada ensaio realizado no Recanto Africano do Parque da Redenção.
Mais de 20 mil corpos em estado de total liberdade dançaram ao som do Bloco da Laje neste domingo (26). É a 9ª saída de um dos coletivos musicais mais amados dos porto-alegrenses, que esperam ansiosamente pelo seu cortejo carnavalesco todos os anos e acompanham cada ensaio realizado no Recanto Africano do Parque da Redenção.
Dona de alguns dos primeiros cantos a ocupar as ruas de Porto Alegre neste início de 2020, “a Laje”, como já é carinhosamente chamada, se consolida como uma das grandes propulsoras da retomada do Carnaval de rua em Porto Alegre. Agora, com um espírito mais engajado.
Com composições próprias, as letras valorizam a cultura negra, discutem o uso da religião como ferramenta de controle social e fazem uma ode à rua, à coletividade e ao encontro entre todas as pessoas. Combinadas com arranjos executados por uma bateria de enorme qualidade e com performances marcantes dos intérpretes e “brincantes”, o Bloco da Laje resgata o verdadeiro sentido do Carnaval: uma festa em que só se quer brincar, pular, dançar e achar-se na multidão.
Toda essa certeza de diversão começa envolta em um ar de mistério em torno do local de encontro, divulgado apenas um ou dois dias antes da festa. Este ano, o ponto de concentração escolhido foi a Ponte de Pedra, no recém inaugurado Largo dos Açorianos. O local foi divulgado na sexta-feira (24) à tarde, mas o percurso continuou sendo uma incógnita.
Por volta das 9h a praça já começava a ficar cheia de gente devidamente caracterizada com as cores amarelo, azul e vermelho. Antes das 10h, os músicos começaram a esquentar as mulheres, homens, crianças e idosos para a saída.
Ao todo, 26 músicas foram executadas. Além das mais novas, “O que tu tem cidadão?” e “Recanto Africano”, que inclusive compõem o álbum audiovisual “As Quatro Estações” lançado recentemente com financiamento da Natura Musical, as já conhecidas “Cosme e Damião”, “Lá Vem Gente” e “Pregadão” foram algumas das que mais animaram a multidão que pulava no percurso de cerca de 500 metros até a Praça Isabel, A Católica. Localizada na Avenida Praia de Belas, a praça já contava com uma estrutura preparada para o chamado After da Laje onde a festa continuou.
A saída oficial do Bloco da Laje parte agora para o seu décimo ano. Aquilo que no começo contava apenas com um aparelho de som em um fusca que percorria as ruas do Centro Histórico, caiu de vez no gosto da população de Porto Alegre e até de outras cidades gaúchas presentes, como Esteio, Pelotas, Santa Maria, e de outros estados. Hoje, o trabalho de vanguarda dos cerca de 150 integrantes responsáveis por botar o bloco na rua colhe os frutos e consegue mobilizar apoiadores para o custeio de um trio elétrico, segurança e estrutura de banheiros públicos - tudo independente.
Um dos organizadores e intérprete Juliano Barros, o MC Dionísio, destaca que o Bloco da Laje busca ser, mais do que tudo, um espaço de cuidado e de afeto. “Nós somos homens, mulheres, pais, mães, e queremos que todas e todos possam viver com alegria. Por isso, agora queremos questionar: que anos 20 serão esses?”, disse Barros.
O também intérprete Thiago Pirajira complementa que o bloco se propõe a imaginar um outro lugar de saúde, no sentido mais amplo da palavra a fim de refletir sobre a saúde dos corpos, a saúde mental, a saúde da cidade e do convívio. “O Bloco da Laje é o cortejo da liberdade”, sintetiza Pirajira.
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