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Cultura

- Publicada em 14 de Janeiro de 2020 às 21:33

Começa visitação da mostra de colagens 'A escolha do acaso'

'Destino' é uma das obras da mostra de Dedé Ribeiro em cartaz no Centro Histórico-Cultural Santa Casa

'Destino' é uma das obras da mostra de Dedé Ribeiro em cartaz no Centro Histórico-Cultural Santa Casa


DEDÉ RIBEIRO/REPRODUÇÃO/JC
Caroline da Silva
Jornalista por formação, com mestrado na Universidade de Paris I - Sorbonne (França) e mestrado em Artes Visuais na Ufrgs, a reconhecida produtora cultural e dramaturga Dedé Ribeiro abre sua segunda exposição individual na Capital. A visitação da mostra de uma nova série de trabalhos em colagem, A escolha do acaso, começa nesta quarta-feira (15) no Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75).
Jornalista por formação, com mestrado na Universidade de Paris I - Sorbonne (França) e mestrado em Artes Visuais na Ufrgs, a reconhecida produtora cultural e dramaturga Dedé Ribeiro abre sua segunda exposição individual na Capital. A visitação da mostra de uma nova série de trabalhos em colagem, A escolha do acaso, começa nesta quarta-feira (15) no Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75).
As obras, divididas em três módulos, podem ser vistas no local até 8 de janeiro, de terça-feira a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos e feriados, das 14h às 18h, com entrada gratuita. Nesse período, quando houver espetáculos do Porto Verão Alegre no teatro do espaço, a mostra estará aberta até as 21h.
Dedé esteve ligada às artes visuais desde sempre, por ser filha de artista amador e mãe do curador e galerista Lucas Ribeiro. A direção de centros culturais e os estudos na área e também em neurociência fizeram com que ela encontrasse uma outra forma de se expressar que não pelas palavras: a arte com desenho e colagens. Em 2018, apresentou sua primeira individual, Diagnóstico por colagem, em Porto Alegre (Vasco1020) e em São Paulo (Galeria Recorte).
No ano passado, participou da coletiva da Galeria Caláfia, e seu trabalho foi a capa do recente álbum da banda Lítera (Arquétipos - O encontro com a sombra). Para 2020, além da nova exposição, Dedé estará em uma coletiva na Recorte (SP) no final do mês.
Sobre o título da mostra na Santa Casa, a artista comenta que a ideia do acaso lhe fascina desde criança: "Até porque traz uma relação estreita com o divino, com o misterioso, com o surpreendente". O primeiro eixo temático da seleção também se chama A escolha do acaso. O conjunto reúne 12 obras que formam um oráculo.
Já o segundo, que leva o nome da sua primeira exposição, Diagnóstico por colagem, é composto pela série de colagens que utilizam como base exames médicos (tomografias, raios-X etc.), cujos títulos são perguntas que instigam o público a interrogar-se sobre o que vê.
O terceiro, Crônicas visuais, traz uma coletânea de obras com temas sociais e atuais, como meio ambiente e questões de gênero. "O curador Francisco Dittrich reuniu obras que não têm relação entre si, mas têm esse viés mais contundente da minha visão um pouco, digamos, ácida, dos assuntos importantes que nos rodeiam, desde política, crimes ao meio ambiente, a condição da mulher, a hipocrisia dos relacionamentos", conta Dedé.
Sobre a acidez e a força de suas visões, a artista se diz sarcástica, valorizando bastante o humor. No entanto, frisa que nada do que quer dizer é uma verdade sua cristalizada: "É mais um ponto de vista, um comentário, um convite a ressignificar conceitos e crenças. Mas tem obras explícitas, que não tem muito como fugir: se vou falar da questão da mulher, não deixo dúvidas, assim como extermínio ou maus-tratos de animais".
A contadora de histórias ainda destaca que sua maior alegria é quando os espectadores das obras expostas trazem relações entre as figuras que ela não tinha percebido durante a sua criação. "Espero que as pessoas se motivem a criar suas próprias tramas. O meu desejo é que se perguntem, se questionem, se surpreendam."
Conforme a artista, o processo dessa série - que é fruto do trabalho dos últimos quatro anos - sempre começa com a imagem: "Recebo revistas e papéis de presente, encontro uma imagem perfeita numa feira no interior da Espanha, vejo uma série no intervalo do trabalho que faz mudar o mosaico que criei, e, de repente, as figuras começam a fazer sentido e me pedir complementos, desenhos".
Ela relata que olha para uma foto ou desenho e logo pensa que é perfeito para o papel tal, de tal cor. "Aquela imagem e sua paleta de cores vão chamando as outras. Tem uma hora que fica um monte de coisas em cima do papel."
Então, ela faz uma pausa, sai de perto, vai se distrair e deixa as figuras ali, conversando. "Quando volto, elas já fizeram amizade, convidam outras, expulsam várias, e tem uma mensagem aparecendo, uma narrativa concreta e coerente com o que acredito. Às vezes, deixo assim; às vezes, interfiro para deixar mais evidente. É bem a escolha do acaso", conclui.
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