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Cultura

- Publicada em 28 de Outubro de 2019 às 03:00

ZéVitor lança em novembro o EP 'Crônicas do amor'

Falando sobre o pleno exercício do amor, ZéVitor é nome crescente na nova música brasileira

Falando sobre o pleno exercício do amor, ZéVitor é nome crescente na nova música brasileira


MARCO QUINTANA/JC
Igor Natusch
A aproximação entre a música de raiz e o universo pop e multifacetado da modernidade é, para o cantor e compositor ZéVitor, mais do que uma simples opção artística. Tendo a arte como companhia desde o berço, o músico de 21 anos promove um trabalho fortemente calcado na palavra e na rima, e vem se destacando como um dos nomes promissores da nova safra musical do País.
A aproximação entre a música de raiz e o universo pop e multifacetado da modernidade é, para o cantor e compositor ZéVitor, mais do que uma simples opção artística. Tendo a arte como companhia desde o berço, o músico de 21 anos promove um trabalho fortemente calcado na palavra e na rima, e vem se destacando como um dos nomes promissores da nova safra musical do País.
ZéVitor esteve em Bento Gonçalves na semana passada, participando da Festa Nacional da Música. No caminho de volta para o Rio de Janeiro, fez uma visita ao Jornal do Comércio. Para novembro, a perspectiva é o lançamento do EP Crônicas do amor, que deve realçar o exercício livre e pleno do amor, em suas diferentes manifestações.
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"O ZéVitor canta esse amor ideal da humanidade, no qual a gente não se olha mais como cor, como diferença. Essa necessidade de olhar para nós mesmos como humanos, como planeta, e não como fronteira", descreve o artista.
Filho do ator Jackson Antunes e da atriz Cristiane Britto, ZéVitor viveu a infância e a adolescência em um ambiente de profunda troca artística. "Minha casa sempre foi meio casa de doido. Um lugar transitório, com visitas chegando e saindo o tempo todo", lembra o cantor. A proximidade do pai com artistas de cordel, emboladores e com a cultura dos boiadeiros forneceu os primeiros tijolos para a construção poética que o filho desenvolveria no futuro.
Mas foi o contato com a obra do rapper Shawlin, no começo da adolescência, que despertou em ZéVitor a vontade de aventurar-se na música, aproximando a poesia da terra com as palavras vindas da metrópole. Aos 15 anos, começou a escrever as primeiras letras. "Me apaixonei e fiquei louco. Minha ex-namorada foi para os Estados Unidos, imagina! Aí eu fiquei naquela sofrência, aquilo tudo explodindo, e decidi: vou cantar", conta, rindo.
Um processo que, desde então, nunca mais parou. E não é força de expressão: segundo ZéVitor, não há um dia sequer que ele não sente em algum lugar para rimar algumas palavras. "Tenho pastas enormes cheias de músicas. Virou uma necessidade minha, de transmutar em poesia tudo que eu vejo, as coisas que sinto e que acontecem ao meu redor."
Nos últimos anos, a intensa produção do jovem artista começou a ficar disponível para o público brasileiro. Em 2018, foi lançado o primeiro álbum, Cronológico. Dos singles mais recentes, talvez o mais chamativo seja a parceria com Raimundo Fagner, que resultou na regravação de Versos ardentes, canção originalmente lançada em 2014. Uma ideia que partiu do próprio Fagner, e que ZéVitor descreve como "um sonho, algo mais que divino".
"O clipe é todo o processo da gente pensando a música, como vamos gravá-la etc. No refrão final, a gente sentou um de frente para o outro (para cantar), e eu não conseguia parar de sorrir. Que energia eu senti!", empolga-se. "A gente foi cantando um pro outro, e rindo, e se contagiando. Foi um momento lindo demais, algo que vai ficar marcado em mim para sempre."
Essa aproximação, tanto de poéticas quanto de pessoas, é uma das principais motivações artísticas de ZéVitor. Além do novo EP, estão previstos mais singles para o futuro próximo, incluindo colaborações e parcerias com outros nomes da música brasileira. Sempre com o objetivo de criar, a partir dessa ponte, a emoção no ouvinte. "A arte é um veículo de transformação. Quantas vezes a gente não consegue entender algum sentimento, está passando por um momento confuso ou difícil, e vai ouvir uma música, assistir um filme, ler um poema? Através da arte, acabamos entendendo melhor a nós mesmos", reflete.
E fazer pensar torna-se uma função especialmente importante, em um momento tão marcado pelo confronto e pela desvalorização do fazer artístico. "A real é que eles (ultraconservadores) têm medo da arte", acentua ZéVitor. "Eu gosto de ver esse momento de ódio e de repressão como um chamado para a gente se levantar acima disso, para se posicionar na defesa do amor, da compaixão e da humanidade. Ninguém pode calar a música, o teatro ou o cinema, fazer cessar a literatura. Isso sempre vai ser mais forte que qualquer ódio, e isso é que vai salvar a gente desse ódio todo."
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