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Cultura

- Publicada em 15 de Agosto de 2019 às 03:00

Leonardo DiCaprio e Brad Pitt estrelam novo filme de Tarantino

Era uma vez em... Hollywood, nono longa do diretor, é ambientado na Los Angeles de 1969

Era uma vez em... Hollywood, nono longa do diretor, é ambientado na Los Angeles de 1969


SONY PICTURES/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Nono longa de Quentin Tarantino, Era uma vez em... Hollywood reúne, pela primeira vez, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt na telona. Na trama, ambientada na Los Angeles de 1969, Rick Dalton (DiCaprio) é um ator de televisão que, ao lado do seu dublê, Cliff Booth (Pitt), já teve seu momento de destaque na indústria cinematográfica, mas está perdendo espaço para uma nova Hollywood.
Nono longa de Quentin Tarantino, Era uma vez em... Hollywood reúne, pela primeira vez, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt na telona. Na trama, ambientada na Los Angeles de 1969, Rick Dalton (DiCaprio) é um ator de televisão que, ao lado do seu dublê, Cliff Booth (Pitt), já teve seu momento de destaque na indústria cinematográfica, mas está perdendo espaço para uma nova Hollywood.
Os vizinhos de Dalton, todavia, estão em alta: Sharon Tate (Margot Robbie) é uma atriz em ascensão e está grávida do diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha), que lançou, no ano anterior, o sucesso O bebê de Rosemary. A única potencial ameaça que ronda o grupo é o da família de facínoras liderada por Charles Manson. O filme faz um link entre a vida dos dois personagens e os crimes cometidos por Manson.
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Algo que talvez tenha faltado ao filme de Tarantino foi inserir o público mais "no chão" da Los Angeles retratada em cena. O trabalho da direção de arte em transpor a Hollywood Boulevard atual para o fim da década de 1960 é primoroso, mas não é tão explorado pelo diretor em planos ao ar livre.
Outra crítica é contra o fato de o filme ser mais extenso do que o necessário: com 161 minutos, Era uma vez em...Hollywood poderia ser, sim, mais curto. E o roteiro, ainda que interessante e com ótimos diálogos, algo característico de Tarantino, não está no nível de trabalhos anteriores do diretor, caso dos oscarizados Django Livre e Pulp Fiction.
E no sentido de inventividade e elementos reais com ficção, como é o caso de Era uma vez em... Hollywood e Bastardos inglórios, o último se sai melhor neste ponto. Ambos também se assemelham na proposta de contar histórias distintas com diferentes protagonistas, mas Bastardos é mais hábil em valorizar esse formato, apresentando de forma mais balanceada a história dos protagonistas e da França ocupada pelos nazistas.
Ainda que Margot Robbie esteja bem em cena, sua Sharon Tate não é bem aproveitada. Ela apenas está "vivendo" sua ascensão ao estrelato, sem um roteiro com muitas falas. Esse foi até um comentário ao qual a atriz respondeu durante a coletiva de imprensa na estreia do longa no Festival de Cannes, em maio deste ano. "O objetivo era mostrar o lado leve da Sharon, o que foi feito mesmo sem tantos diálogos", afirmou. Com isso, a própria abordagem da família Manson fica escanteada, com elementos espalhados ao longo da história. O grupo recebe mais destaque no meio e ao final do filme.
O longa é, de fato, focado no lado das produções cinematográficas, mostrando Rick Dalton ensaiando para decorar falas e se cobrando constantemente por não conseguir memorizá-las, enquanto tenta se restabelecer como uma estrela. E Dalton não é um dos melhores atores, mas é necessário alguém com a capacidade de DiCaprio para vender a ideia de que interpreta alguém que não é tão talentoso.
Cliff Booth é o mais fascinante e enigmático dos personagens. O dublê é uma das interpretações mais bem-humoradas de Pitt, alguém ao qual não sabemos do que é capaz de fazer e que pode tomar decisões inusitadas e irresponsáveis. Acima de tudo, é um amigo leal de Dalton, sendo seu faz-tudo e ajudando a enfrentar a instabilidade na carreira.
O apuro técnico de Tarantino é uma evolução percebida a cada novo filme que lança. No caso de Era uma vez..., ele transita por pequenos trechos em que a tela está em 35 mm e 16 mm, além de construir um suspense, em especial, em dois momentos, um com o personagem de Brad Pitt próximo à metade e outro no fim. É o ponto alto do filme, em que o diretor aproveita para usar da violência mais estilizada, algo recorrente em suas produções.
Era uma vez em... Hollywood é um belo trabalho, que merece ser visto em uma tela grande, aproveitando a plasticidade eficiente das imagens.
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