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Cultura

- Publicada em 01 de Agosto de 2019 às 03:00

Paulo Miklos vive Chet Baker no palco do Theatro São Pedro

Em agosto, músico também estará em Gramado para estreia do filme O homem cordial

Em agosto, músico também estará em Gramado para estreia do filme O homem cordial


VICTOR LEMINI/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Para o ator, músico e ex-Titãs Paulo Miklos, as duas apresentações de Chet Baker, apenas um sopro em Porto Alegre terão um sabor de redescoberta. A peça estreou em 2016, mas não chegou a fazer um giro muito extenso pelo País na sua temporada original. No intervalo, o artista gravou um disco solo (A gente mora no agora, de 2017) e participou de pelo menos três filmes, além de aparecer em novelas e séries de televisão.
Para o ator, músico e ex-Titãs Paulo Miklos, as duas apresentações de Chet Baker, apenas um sopro em Porto Alegre terão um sabor de redescoberta. A peça estreou em 2016, mas não chegou a fazer um giro muito extenso pelo País na sua temporada original. No intervalo, o artista gravou um disco solo (A gente mora no agora, de 2017) e participou de pelo menos três filmes, além de aparecer em novelas e séries de televisão.
O novo giro nacional da peça, que estará nos dias 3 e 4 de agosto, sábado e domingo, no Theatro São Pedro (praça Mal. Deodoro, s/nº), é a chance para Miklos reviver e expandir as lições de três anos atrás, no mesmo espetáculo que marcou sua estreia no teatro. Além de, é claro, marcar a primeira oportunidade para os gaúchos conferirem o trabalho, livremente inspirado na vida do trompetista norte-americano Chet Henry Baker Jr. Os ingressos, a R$ 80,00, estão à venda no site e na bilheteria da casa.
A peça, com direção de José Roberto Jardim e dramaturgia de Sérgio Roveri, trata de um episódio real na vida do retratado: o espancamento que sofreu em 1966, em uma rua de São Francisco, nos EUA. A agressão, provavelmente relacionada com uma compra de drogas, resultou em ferimentos nos lábios e parte de seus dentes quebrados, o que prejudicou sua embocadura e o deixou temporariamente incapaz de tocar. A peça retrata a primeira sessão de gravação após o incidente, trazendo um Chet inseguro sobre o futuro e redescobrindo suas próprias capacidades.
"A gente discute esse lado humano de um grande artista, com sua história conturbada e suas inseguranças, enfrentando a desconfiança do público e dos próprios companheiros", comenta. "Nem sempre a gente encontra solidariedade, ou mesmo sinceridade, em horas como esta. As pessoas tendem a adular e bater nas costas do artista, e ninguém encara com franqueza essa situação (de incerteza). A peça fala de algumas coisas muito próximas da minha experiência de vida, e eu meio que as exorcizo no palco. Estou de alma lavada com o espetáculo", anima-se.
Ambientada em um estúdio de gravação, Chet Baker, apenas um sopro não faz uso de uma trilha musical gravada: os equipamentos e instrumentos musicais no palco são reais e acionados pelos próprios atores, ao vivo, no decorrer do espetáculo. Uma premissa que reforça a necessidade de atores e atrizes profundamente conectados ao universo da música.
"Muita gente me pergunta se eu, fazendo o Chet Baker no teatro, toco mesmo (o instrumento), e eu respondo que eu 'toco teatro'", brinca Miklos. "Os outros (os atores Anna Toledo, Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos) precisam ser músicos-atores, mas quem faz o Chet não necessariamente. Até porque esse é o grande ponto da peça, se ele voltará a tocar tão bem quanto antes ou não."
Além das apresentações em Porto Alegre, Paulo Miklos estará de volta ao Estado durante o mês de agosto. Ele é o protagonista de O homem cordial, filme de Iberê Carvalho que participa da mostra competitiva do Festival de Gramado deste ano. O longa fará sua estreia nacional na noite de abertura do festival, no próximo dia 16. O ator volta a encarnar uma figura ligada à música - no caso, um astro do rock brasileiro que, na noite de retorno aos palcos, enfrenta a inesperada repercussão de um vídeo, que mostra sua suposta participação na morte de um policial militar e viraliza nas redes sociais.
"Quando o Iberê me convidou e disse 'olha, quero que você faça um roqueiro dos anos 1980', eu falei na hora 'ah não, você pode me pedir qualquer coisa, eu faço Deus, faço o diabo, menos isso'. E ele falou 'calma, deixa eu te explicar'", diverte-se Miklos. Seduzido pelo enredo cheio de conflitos e referências ao momento atual do País, o ator entrou de cabeça no desafio de achar o diferente em um personagem que, à primeira vista, parece tão igual a quem o interpreta.
"Todos nós temos uma paleta de possibilidades, e foi a partir dela que eu busquei pintar esse personagem com as cores próprias dele, que não são as mesmas minhas. Encontrar o ponto onde o personagem se define é um desafio interessante e, ao mesmo tempo, muito sutil."
A agenda de Paulo Miklos seguirá intensa nos próximos meses. Chet Baker, apenas um sopro segue em cartaz em outras cidades brasileiras, enquanto outros projetos - incluindo um novo álbum solo para o ano que vem - vão tomando forma. "Nossa vida é realmente tudo ao mesmo tempo agora", ri Miklos, citando o título de um dos discos que gravou em sua notória passagem pela banda Titãs. Um passado roqueiro que segue presente, como parte de uma constante redescoberta artística.
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