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Cultura

- Publicada em 04 de Junho de 2019 às 03:00

Nando Reis desembarca em Porto Alegre com nova turnê 'Esse amor sem preconceito'

Cantor apresenta show com releituras de Roberto Carlos

Cantor apresenta show com releituras de Roberto Carlos


JORGE BISPO/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
"O nome do disco é Não sou nenhum Roberto, mas às vezes chego perto, mas todo o trabalho, na verdade, foi para trazer o Roberto Carlos para perto de mim, achar formas de cantar as músicas dele, sendo eu." A admissão, vinda do próprio Nando Reis, é feita de coração leve, e explica muito do espírito por trás do 13º álbum solo do cantor e compositor: mais do que uma coleção de regravações, um processo de reencontro e redescoberta entre artista e homenageado.
"O nome do disco é Não sou nenhum Roberto, mas às vezes chego perto, mas todo o trabalho, na verdade, foi para trazer o Roberto Carlos para perto de mim, achar formas de cantar as músicas dele, sendo eu." A admissão, vinda do próprio Nando Reis, é feita de coração leve, e explica muito do espírito por trás do 13º álbum solo do cantor e compositor: mais do que uma coleção de regravações, um processo de reencontro e redescoberta entre artista e homenageado.
Porto Alegre recebe, no próximo sábado, uma das primeiras apresentações da turnê Esse amor sem preconceito - uma nova dimensão para essa interação, talvez se possa dizer, já que coloca lado a lado as releituras do novo disco e a obra autoral do músico paulistano. O show acontece no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), às 21h, com ingressos a partir de R$ 70,00.
Lançado em 19 de abril, mesmo dia em que Roberto Carlos completou 78 anos, o álbum foi gestado a partir de uma viagem de Nando com sua esposa, Vania Reis, rumo ao sítio da família localizado no interior de São Paulo. Escutar as músicas do Rei, trilha sonora desde o início do namoro, disparou um processo de resgate emocional e criativo, que surge indisfarçável nas 12 músicas do álbum.
Ao escolher o repertório, Nando partiu de algumas premissas. O período da Jovem Guarda ficou de fora, em favor da chamada "fase adulta" do Rei, e houve uma tentativa de investigar os anos 1990 do cantor, o que trouxe temas como Nossa Senhora e Alô para a seleção final. Escolhas, porém, que não deixaram de fora a subjetividade e a intuição. "As duas primeiras músicas que eu sabia que iria gravar foram Vivendo por viver e O nosso amor. E essas certezas foram importantes, porque, a partir delas, eu comecei a visualizar melhor (o que seria o disco)".
A reação do homenageado, diz Nando, foi generosa e positiva. Apenas uma música foi vetada de forma definitiva: Detalhes, uma das assinaturas do Rei. Fora da esfera burocrática, a concordância foi sacramentada no camarim de um show de Roberto Carlos, no primeiro encontro presencial entre os dois. "Vi, para espanto meu, o rosto dele, surpreso e feliz com o que eu dizia, da minha real admiração pelo trabalho dele", lembra Nando, ainda afetado pela reação do homenageado.
A produção do disco ficou a cargo do ex-Nação Zumbi Pupillo Oliveira, enquanto a direção artística é assinada por Marcus Preto. Em Não sou nenhum Roberto, mas às vezes chego perto, surge um tributo afetivo ao cantor que marcou gerações da música brasileira, com um Nando Reis preocupado mais em (re)descobrir melodias do que em promover desconstruções e reinvenções. O que, é claro, não fecha a porta para uma série de ousadias. Músicas como Abandono contam com arranjos de metais do músico Tiquinho, enquanto a última faixa, A guerra dos meninos, com a participação de Jorge Mautner, traz uma interpretação bombástica à letra da canção.
Em um álbum movido pela busca do Nando Reis em Roberto Carlos, e vice-versa, Nossa Senhora acaba sendo uma das releituras mais emblemáticas. Um dos momentos mais explícitos de devoção religiosa do Rei, ela ganhou, nas mãos de Nando, um arranjo instrumental em formato de valsa. "Quando falei para o Marcos e para o Pupillo sobre a ideia, eles acharam esquisitíssimo", diverte-se.
Alguns podem, à primeira audição, sentir a ausência de letra como algum tipo de desconsideração, mas a ideia é exatamente oposta, garante. "Para mim, a melodia em si é uma coisa divina. É uma forma, análoga à dele, de cantar a minha ideia de divindade, do nome que eu dou a Deus, a minha Nossa Senhora. Não vejo isso como nada além de um profundo respeito pela canção e pela ideia de devoção, que é a mensagem dela."
Quem for ao Araújo Vianna neste sábado vai ouvir várias dessas músicas, lado a lado das composições da carreira solo de Nando. A "tese" do show, explica, é transformar e expor novos significados para canções já conhecidas, a partir do modo como elas se sucederão dentro do set. "A própria escolha de gravar músicas do Roberto já pressupõe uma afinidade da minha música com a dele. E é isso que eu quero explorar, é esse o desafio que eu proponho para o espectador", destaca.
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