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Cultura

- Publicada em 23 de Maio de 2019 às 03:00

Cida Moreira apresenta show 'Canções para tempos incertos' na Capital

No repertório da cantora e pianista estarão músicas de diversos compositores e épocas diferentes

No repertório da cantora e pianista estarão músicas de diversos compositores e épocas diferentes


REPRODUÇÃO CIDA MOREIRA/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Cida Moreira apresenta nesta quinta-feira, às 20h, no Instituto Ling (João Caetano, 440), o show Canções para tempos incertos, com ingressos esgotados. No repertório da cantora e pianista estarão músicas de diversos compositores e épocas diferentes. São 40 anos de uma sólida carreira que mistura teatro e música.
Cida Moreira apresenta nesta quinta-feira, às 20h, no Instituto Ling (João Caetano, 440), o show Canções para tempos incertos, com ingressos esgotados. No repertório da cantora e pianista estarão músicas de diversos compositores e épocas diferentes. São 40 anos de uma sólida carreira que mistura teatro e música.
A trajetória profissional de Cida começou em 1977, na peça A farsa da noiva bombardeada, de Alcides Nogueira, com direção de Marcio Aurélio. O encanto com o meio artístico, porém, vinha de décadas antes, quando Cida, com seis anos, já cantava e tocava piano. A transição para a música foi uma decisão complexa para a artista. "Minha vida profissional era como psicóloga. Foi uma escolha difícil, de adulta, a qual tive de tomar para deixar essa carreira e arriscar em outra", afirma.
Antes de se tornar cantora profissional, aos 30 anos, Cida já havia sido convidada, em 1978, por Luiz Roberto Galízia, a participar do Teatro Ornitorrinco, que iniciava sua fundação naquele ano. De 1978 a 1982, ela realizou diversos trabalhos com o grupo - o principal deles o Teatro do Ornitorrinco canta Brecht e Weill, com o qual Cida percorreu o Brasil por dois anos.
Naquele período, paralelamente, Cida encontrou tempo para integrar a montagem original da Ópera do Malandro, de Chico Buarque, no Rio de Janeiro, que contava com a direção de Luiz Antônio Martinez Corrêa. Também participou da remontagem de Os Saltimbancos, com direção de Antonio Pedro. A fase ficou marcada pela personificação teatral no palco, característica hoje marcante em seus shows.
Após a Ópera do Malandro, Cida engatou o show Summertime, com direção de José Possi Neto, espetáculo que viajou novamente pelo País. A repercussão positiva resultou em um convite para a gravação do disco de mesmo nome - trabalho devidamente registrado no Teatro Lira Paulistana, em julho de 1981.
Ao longo da carreira, Cida Moreira realizou diversas parcerias, algumas presentes no repertório de Canções para tempos incertos. "Poder subir ao palco é sempre um privilégio, um prazer que eu gosto de realizar com diversos artistas", explica. No show desta noite no Instituto Ling estarão canções como Marginália II (Gilberto Gil e Torquato Neto); Angélica (Chico Buarque e Miltinho); Todo cambia (Mercedes Sosa); Onze fitas (Fátima Guedes); Dona Divergência (Lupicínio Rodrigues); O tango dos açougueiros felizes (Boris Vian); Maninha (Chico Buarque); O inverno do meu tempo (Cartola) e Caravanas (Chico Buarque). "Essas letras são a forma a como eu vejo a realidade brasileira como cantora, como artista. E todos estes atos são expressões políticas."
Com quatro décadas na bagagem, Cida considera difícil elencar os momentos mais marcantes. "Vivi tanta coisa: tantas apresentações, tantas gravações. Alguns momentos foram ótimos, outros foram horríveis, mas todos têm sua importância, de forma que é complicado distingui-los", comenta a cantora.
Cida destaca, na entrevista, sua preocupação com o momento vivido pelo Brasil nos dias atuais. "Este governo quer acabar com a cultura no Brasil, já cortaram todo investimento. Eu, assim como muitos outros artistas, tenho de rebolar para conseguir recursos para seguir minha carreira", lamenta.
Mesmo assim, ela não se imagina fazendo algo diferente. "Eu tenho muitas ideias que vou executar. Afinal, minha vida é criar, e é assim que eu vou vivendo", finaliza.
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