A organização da Noite dos Museus divulgou na tarde deste domingo (19) que cerca de 105 mil pessoas circularam pelos espaços culturais durante o evento. Mas nem era preciso esperar os números oficiais para saber que o público foi recorde. Quem foi a qualquer um dos pontos da cidade com atividades viu multidões disputando lugar não só nas filas para acessar os museus, mas também nas praças e ruas de acesso.
O epicentro das aglomerações foi o eixo Margs/Memorial até a Casa de Cultura Mario Quintana, no Centro Histórico de Porto Alegre. A Praça da Alfândega parecia uma quermesse, com gente de todas as idades disputando espaço nos bancos, pessoas caminhando e observando o movimento, além de apresentações musicais em um palco, sem falar na oferta de comida e bebida em bancas.
A circulação de carros foi praticamente obstruída tamanha a massa de gente que se locomovia a pé pela Rua da Praia nos dois sentidos. Restaurantes, bares, cafés e lanchonetes ficaram lotados e não davam conta de atender tanta gente. Havia movimento até em estabelecimentos de ruas transversais. Ambulantes também faturaram bem e a disputa por banheiros e carros de aplicativos na região era grande.
Uma cena interessante era ver a afluência de gente a espaços como o Memorial do Rio Grande do Sul. A fila era enorme e as pessoas esperavam pacientemente para entrar. O mesmo se repetia em praticamente todos os espaços participantes da promoção – Margs, Museu Arte Contemporânea (na Casa de Cultura), Museu de Comunicação, Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e até no Museu da Brigada Militar, que fica um pouco mais adiante e também aderiu à promoção.
Além das exposições, o público foi ver atrações musicais que, de hora em hora, se apresentavam nos museus ou em frente a eles. Teve show de maracatu, blues, MPB, jazz, choro, além de performances teatrais.
A aglomeração não se restringiu ao miolo do Centro. Também foi vista na rua Duque de Caxias (Pinacoteca Rubem Berta e Museu Júlio de Castilhos), no Centro Cultural da Santa Casa, no Museu da Ufrgs, no Planetário e na Fundação Iberê Camargo.
O Museu Joaquim José Felizardo, na rua João Alfredo, não teve tantas filas. Mas o movimento foi forte até a madrugada, fazendo jus ao boêmio bairro Cidade Baixa. À 1h de domingo, horário de término previsto para a Noite dos Museus, muita gente ainda via exposições e os funcionários do museu tiveram que, gentilmente, convidar o público a se retirar.
Um fator importante para levar tanta gente à rua foi a temperatura agradável e a noite de tempo bom e lua cheia. No ano passado, com chuva e frio, cerca de 20 mil pessoas participaram do evento, menos do que em 2017 (54 mil pessoas). Mas é bom lembrar que a primeira edição da Noite dos Museus, em 2016, já tinha sido um sucesso, com 16 mil participantes. O evento caiu no gosto do público e veio para ficar. Muita gente se perguntava se não seria o caso de promovê-lo mais de uma vez ao ano.