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Cultura

- Publicada em 13 de Maio de 2019 às 21:54

Graça Machel fala em redefinir objetivos das relações humanas

Viúva de Nelson Mandela, ativista abriu o ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento 2019 em Porto Alegre

Viúva de Nelson Mandela, ativista abriu o ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento 2019 em Porto Alegre


LUIZ MUNHOZ/FRONTEIRAS DO PENSAMENTO/DIVULGAÇÃO/JC
Henrique Riffel
A ativista e política moçambicana Graça Machel abriu, na noite desta segunda-feira (13), a temporada 2019 do Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre. O Salão de Atos da Ufrgs estava lotado. Com uma vida dedicada aos direitos das mulheres e crianças africanas e empreendedorismo feminino, e também conhecida por ser a viúva do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, ela palestrou sobre o tema “O respeito pela dignidade humana”.
A ativista e política moçambicana Graça Machel abriu, na noite desta segunda-feira (13), a temporada 2019 do Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre. O Salão de Atos da Ufrgs estava lotado. Com uma vida dedicada aos direitos das mulheres e crianças africanas e empreendedorismo feminino, e também conhecida por ser a viúva do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, ela palestrou sobre o tema “O respeito pela dignidade humana”.
Voltar ao básico nas relações humanas foi o objeto central da fala de Graça. Simplificar a identidade é um método para alavancar a retomada da dignidade humana. “Sou negra, sou mulher e sou africana. Sou parte dos países que pertencem economicamente ao Brics. Sou do Hemisfério Sul. Mas, a identidade mais perfeita e mais completa é que sou humana. Sou um ser humano, um ser vivo. Ao olharem para mim, esqueçam que sou africana, que sou negra e que tenho outras identidades. Vejam em mim apenas um ser humano”, disse.
Graça demonstra preocupação com a intensa mudança social e o desmantelamento das relações mais próximas e menos tecnológicas. A ativista procura instigar a retomada do calor humano, sem que exista julgamento por estereótipos. "As pessoas são diferentes em sua forma, mas a verdade é que na essência somos iguais ao reconhecer que todas estas diferenciações não estabelecem um critério de valor."
A utilização de recursos de forma desenfreada pela sociedade desenvolveu o sentimento de ganância, o que afastou relações próximas entre as pessoas e estimulou o processo de julgamento por estereótipos. "Com a acumulação se desenvolveu a ganância, a ambição excessiva e os excessos. Instituímos as relações de poder que uns podem ter mais do que os outros. Surge a necessidade de se impor, de controlar e se julgar superiores uns aos outros. A cor da pele pode estratificar o valor das pessoas", sustentou.
A solução para humanizar o mundo passa pela aceitação do próximo, não basta somente tolerar, a convivência precisa iniciar pela igualdade entre os seres. "Devemos olhar com suspeita esta situação em que aceitamos as diferenciações. No momento, não há uma relação de confiança, solidariedade, uma afinidade de aceitação mútua. Vivemos com as desigualdades e intolerância como algo a não ser mudado. Por um certo momento ficamos chocados, mas pouco tempo depois, voltamos a nossa vida normal. A nossa geração precisa redefinir os objetivos pelo qual nós, seres humanos, existimos."
Graça Machel é considerada uma das mais importantes ativistas africanas, foi professora, ministra da educação de Moçambique e lutou com o partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante a Luta Armada da Libertação Nacional, em 1973. Casou-se com Samora Machel, o primeiro presidente de Moçambique. Mais tarde, conheceu Mandela e tornou-se a única pessoa no mundo a ser primeira-dama de mais de uma nação.
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