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CINEMA

- Publicada em 15 de Maio de 2019 às 03:00

Fantaspoa tem exibição de filmes de horror e fantasia na Cinemateca Capitólio

Com filmes como 'A babá' na programação, festival de cinema fantástico começa nesta quinta-feira

Com filmes como 'A babá' na programação, festival de cinema fantástico começa nesta quinta-feira


FANTASPOA/DIVULGAÇÃO/JC
O Fantaspoa - Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre chega à sua 15ª edição não só firmado como um evento exibidor de filmes de horror e fantasia, mas como uma experiência repleta por um senso de comunidade. Com essa ideia bem esclarecida, a edição de 2019 começa nesta quinta-feira (16) e vai até 2 de junho.
O Fantaspoa - Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre chega à sua 15ª edição não só firmado como um evento exibidor de filmes de horror e fantasia, mas como uma experiência repleta por um senso de comunidade. Com essa ideia bem esclarecida, a edição de 2019 começa nesta quinta-feira (16) e vai até 2 de junho.
As projeções acontecem no Cinemateca Capitólio Petrobras (Demétrio Ribeiro, 1.085), que vai contar novamente com um bar do evento no segundo andar, e na Sala Redenção (Paulo Gama, 110). Além de 100 filmes - entre curtas e longas-metragens, alguns em première mundial -, a iniciativa inclui cursos, festas de abertura e encerramento, e uma mostra itinerante em escolas de baixa renda da Região Metropolitana.
Em tempos nos quais alguns títulos - sobretudo os blockbusters de super-heróis - ocupam alta porcentagem das salas de cinema, o Fantaspoa aposta no inverso: a chave da programação é a exclusividade, já que são poucos os trabalhos selecionados que possuem mais de uma exibição. Trinta e cinco das sessões, por exemplo, são comentadas por produtores vindos de diferentes partes do mundo.
Umas das novidades do ano é uma mostra competitiva de longas-metragens de animação. O recorte, entretanto, não foi planejado com antecedência: trata-se de uma resposta ao mercado, conforme João Pedro Fleck, um dos curadores e idealizadores do festival. "Não depende muito da nossa vontade. Se não tem produção, não posso exibir", expõe ele, citando exemplos do passado. Em outras edições, o festival já contou com uma competição nacional para longas nacionais, devido a um boom no cinema brasileiro de gênero, e promoveu debate sobre mulheres no cinema de horror, refletindo um crescimento no percentual de obras de diretoras na agenda.
De acordo com o organizador, 85 pessoas de 15 países diferentes têm o logotipo do festival tatuado em seus corpos - uma prova do envolvimento dos frequentadores do evento. No ano passado, por exemplo, a iniciativa contou com um público de 9 mil pessoas - em plena greve dos caminhoneiros -, mas Fleck estima que, na verdade, esse número seja de cerca de mil fãs que presenciaram nove sessões cada. "O pessoal não vai só pelos filmes, vai para encontrar amigos, tomar um café e uma cerveja", afirma.
A agenda completa pode ser acessada no site www.fantaspoa.com/2019.

Roger Corman vem aí

Roger Corman, produtor de 400 longas-metragens e diretor de 50 filmes, é um dos homenageados do 15º Fantaspoa. O norte-americano vem à capital gaúcha para dar uma masterclass e comentar três de seus filmes - A origem da morte (1964), no dia 29 de maio; Viagem ao mundo da alucinação (1967), no dia 30; e O poço e o pêndulo (1961), no dia 1 de junho.
Com 93 anos recém-completados, Corman tem em seu currículo um Oscar honorário. Ao longo de sua trajetória, deu as primeiras oportunidades a cineastas como Coppola e Scorsese, além de estar ligado ao início de carreira de Jack Nicholson e Robert DeNiro e ter trabalhado na distribuição de filmes de Fellini, Kurosawa e Bergman na América do Norte. "É o maior convidado que um festival pode ter. Não há nenhuma outra pessoa com tanta produção na história do cinema", defende João Pedro Fleck.
Curiosamente, trazer Corman para o Fantaspoa tem a ver com um cenário de incertezas e diminuição no investimento em cultura no País. "Ninguém sabe se ano que vem vai ter Fantaspoa. Ninguém sabe como vai ser a economia da cultura dos próximos anos", explica o curador, saudando que hoje o evento conta com apoio do BRDE e do Banrisul. "Se por acaso o festival acabar, vamos acabar de uma maneira gloriosa", afirma ele, sobre o convidado de peso.

Dicas da curadoria, por João Pedro Fleck

  • O inimaginável (SUE), do coletivo Crazy Pictures - 21/05, às 19h  e 26/05, às 21h30min
"Quando eu assisti, não consegui dormir. Não perca esse filme. É como se fosse um suspense com ficção científica, talvez. A história muda de foco drasticamente, com uma série de ataques terroristas na Suécia. Só que até então tu estavas vendo um drama familiar intimista."
  • Arpão (CAN), de Rob Grant - 01/06, às 21h30min (sessão comentada pelo diretor) e 02/06, às 13h15min
"Os caras optaram por fazer o filme em uma locação, com três pessoas. Só que, em vez de realizar um filme barato, fizeram em alto-mar... Dois melhores amigos e a namorada de um deles começam a ter uma crise conjugal e de amizade. Tão tenso quanto visualmente bem feito."
  • Estou mentindo agora (POL/HOL), de Pawel Borowski - 31/05, às 21h30min (sessão comentada com diretor e produtor)
"Première mundial. É uma megaprodução. Se passa na Terra, daqui a uns 50 anos, mas em nenhum momento se menciona a data. Fala da interatividade dos reality shows com nossa vida. A história de uma famosa atriz que fica chocada quando descobre segredos sobre seu marido."
  • Morto em uma semana (UK), de Tom Edmunds - 30/05, às 21h30min (sessão comentada pelo produtor)
"É um thriller de comédia. Um cara contrata um assassino (papel de Tom Wilkinson) para matá-lo, porque não consegue cometer suicídio. Aí, de um lado, tem esse matador de quase 70 anos que foi assassino de elite e hoje, para ter alguma renda, trabalha para uma cooperativa de assassinos e tem de atingir uma meta mensal."
  • O dia da carta vermelha (CAN), de Cameron Macgowan - 17/05, às 17h e 25/05, parte do Madrugadão Fantaspoa
"Nessa pequena e pacata comunidade, todos habitantes receberam uma carta vermelha dizendo que eles têm de matar uma pessoa - ou essa pessoa precisa matá-la. As cartas não foram enviadas aleatoriamente. É extremamente assustador e contado de maneira bem realista."
As sessões acontecem na Cinemateca Capitólio Petrobras