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Cultura

- Publicada em 05 de Maio de 2019 às 22:15

'A sombra do pai' tem exibição especial com Gabriela Amaral no CineBancários

Nina Medeiros e Júlio Machado protagonizam 'A sombra do pai'

Nina Medeiros e Júlio Machado protagonizam 'A sombra do pai'


PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Depois do seu sanguinário longa-metragem de estreia, O animal cordial (2018), a cineasta baiana Gabriela Amaral Almeida volta a se dedicar ao universo do cinema de horror em um novo - e três vezes premiado no Festival de Brasília - projeto. Já em cartaz, A sombra do pai acompanha uma menina de nove anos que lida com o silêncio do pai enquanto acredita que pode trazer sua mãe de volta à vida. A diretora participa de uma exibição especial nesta terça-feira, no CineBancários (General Câmara, 424): a sessão começa às 19h30min, e a conversa tem mediação do jornalista e crítico de cinema Roger Lerina.
Depois do seu sanguinário longa-metragem de estreia, O animal cordial (2018), a cineasta baiana Gabriela Amaral Almeida volta a se dedicar ao universo do cinema de horror em um novo - e três vezes premiado no Festival de Brasília - projeto. Já em cartaz, A sombra do pai acompanha uma menina de nove anos que lida com o silêncio do pai enquanto acredita que pode trazer sua mãe de volta à vida. A diretora participa de uma exibição especial nesta terça-feira, no CineBancários (General Câmara, 424): a sessão começa às 19h30min, e a conversa tem mediação do jornalista e crítico de cinema Roger Lerina.
No enredo do filme, Dalva (Nina Medeiros, de As boas maneiras) vive com a tia (papel de Luciana Paes) e o pai (Júlio Machado). A primeira está prestes a casar-se, e vai deixar a residência. O segundo é quase uma espécie de morto-vivo, desgastado por perdas pessoais e pelo trabalho pesado na construção civil. A garota não pode, definitivamente, contar com ele.
Apesar de ter um pé na fantasia, a produção nunca deixa de ser um drama. "Acho que os bons horrores são dramas", defende a diretora. "Me interessa o horror nesse lugar, a partir do momento em que você consegue usá-lo como ferramenta para explorar um terreno humano." O processo de escrita e reescrita, no entanto, deu origem a sequências em que uma simples mudança de chave faça com que gênero fique em evidência. "Tudo na vida está a um passo de ser horrível. Dependendo de como você olha, tudo pode ser assustador", destaca, explicando suas abordagens: "A dramaturgia, como um todo, é quase como um jogo. Você esconde coisas em situações, e as situações revelam aberturas sensíveis de interpretação. A depender de como isso é mostrado, pode levar ao riso ou ao choro. A cena é sempre um dispositivo para você chegar em uma sensação".
Mesmo que O animal cordial tenha ganhado as telas antes, A sombra do pai é um projeto mais antigo. A diretora e roteirista começou a elaborá-lo em 2007, assim que saiu da escola de cinema de Cuba. Desde então, esteve envolvida com curtas-metragens, trabalhou no roteiro de Quando eu era vivo (de Marco Dutra), e foi descobrindo seu ofício como narradora, enriquecendo o texto e potencializando o que queria alcançar através dele. Mas as questões centrais - a relação da infância com o mundo adulto, do homem contemporâneo com o trabalho, a ressignificação de uma realidade dura a partir de um olhar infantil e feminino - sempre estiveram em pauta, garante ela.
Como em muitos congêneres, a criança, portanto, tem papel fundamental neste enredo. "Criança é um personagem de drama por excelência. Vive um conflito na medida em que o mundo não é para ela, mas para o adulto", expõe a baiana, citando a vulnerabilidade e uma lente mais distorcida e fantasiosa sobre o arredor como explicações para essa predileção do cinema de horror. "Ela pode estar no lugar do monstro, porque na nossa cultura é inimaginável que a criança pode ser má, ou no lugar da vítima... O elemento infantil oscila."
No filme, a atriz Nina Medeiros precisa interpretar uma menina que faz um movimento complexo: força e vulnerabilidade habitam o mesmo corpo, e a protagonista não entende exatamente a situação em que se encontra. Por desempenhar um papel fundamental para a narrativa funcionar, Nina foi a primeira atriz selecionada para o elenco - e mesmo que similaridade física não seja o principal elemento na escolha dos atores adultos, impressiona como Luciana Paes e Júlio Machado se parecem com a garota.
Enquanto aproveita os frutos do lançamento do longa-metragem, Gabriela já vislumbra seu próximo título: Cadeira escondida será filmado ainda neste ano. Segundo a diretora, trata-se de um filme de exorcismo.
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