Segue indefinida a situação do Corredor Cultural - sítio histórico localizado na cidade de Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. Em reunião realizada nesta quinta-feira (11) entre representantes da Secretaria da Cultura (Sedac), do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e da prefeitura de Novo Hamburgo, os órgãos informaram que irão firmar uma parceria para decidir, com base em aspectos técnicos, a melhor forma de salvaguardar o patrimônio histórico da cidade.
A área, por sua importância histórica e cultural, já havia tido seu tombamento provisório confirmado em 2015 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Ainda assim, a Sedac surpreendeu entidades e a prefeitura da cidade quando, no fim de março deste ano, emitiu uma notificação arquivando o processo do tombamento da região.
Em nota, o Conselho Estadual de Cultural gaúcho informou que, na prática, a medida anunciada em março pela pasta implica o "destombamento" do Corredor Cultural, em um ato que "desconsidera o princípio constitucional de corresponsabilidade dos podres públicos e sociedade civil na promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro".
Já os integrantes do Núcleo Regional do Vale do Sinos do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RS) comentaram a decisão do arquivamento do processo explicando que, "com a notificação de tombamento de 2015, tanto o Núcleo como a comunidade local consideravam o processo de reconhecimento estadual do sítio como concluído, aguardando apenas a assinatura para a sua homologação final".
A área do Corredor Cultural inclui cerca de 90 imóveis, entre residências e estabelecimentos públicos, privados e comerciais. Ela inclui o aldeamento original de Hamburgo Velho, que se inicia na Praça 20 de Setembro (rua Júlio de Castilhos) e segue até a General Osório, divisa com a General Daltro Filho. As vias contribuíram para que Novo Hamburgo, no final do século XIX, se fortalecesse economicamente e buscasse sua emancipação.