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Cultura

- Publicada em 27 de Fevereiro de 2019 às 22:04

Donos da Dublinense traçam planos após 10 anos de atuação

Rosp na banca da Dublinense na Feira do Livro de Porto Alegre; 15 projetos estão em andamento

Rosp na banca da Dublinense na Feira do Livro de Porto Alegre; 15 projetos estão em andamento


Luiza Barcellos/Luíza barcellos/Especial/JC
Ricardo Gruner
“Somos uma editora independente”, define Gustavo Faraon, um dos sócios da Dublinense. Com cerca de 180 livros publicados, a editora gaúcha completa 10 anos de atividades no fim de agosto. Por enquanto, não há comemoração planejada, mas a companhia conta com cerca de mais 15 projetos em andamento.
“Somos uma editora independente”, define Gustavo Faraon, um dos sócios da Dublinense. Com cerca de 180 livros publicados, a editora gaúcha completa 10 anos de atividades no fim de agosto. Por enquanto, não há comemoração planejada, mas a companhia conta com cerca de mais 15 projetos em andamento.
Um dos lançamentos garantidos para 2019 é Existo, existo, existo, livro de memórias da escritora norte-irlandesa Maggie O’Farrell. Já em pré-venda, a obra é composta por relatos de 17 experiências de quase morte, em diferentes épocas e locais. Também está prevista a publicação de Setenta, romance que rendeu a Henrique Schneider o Prêmio Paraná de Literatura em 2017. A história gira em torno de um bancário preso por engano durante a Ditadura Militar e solto no dia da final da Copa do Mundo de 1970.
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Outros autores no horizonte são Buchi Emecheta, nigeriana que vem sendo bem acolhida pelos leitores brasileiros, e os portugueses Gonçalo M. Tavares e Patrícia Portela, além de alguns estreantes. “Nós experimentamos, às vezes dialogando com algo mais pop, mas sempre buscando a nossa ‘pegada’, humanista, crítica e com qualidade literária”, explica Faraon, a respeito do catálogo. Há sete anos, o editor vive em São Paulo, onde cuida de questões de comercialização e distribuição.
Rodrigo Rosp, o outro sócio do empreendimento, permanece em Porto Alegre, cuja cena literária foi essencial para a criação – e manutenção – da Dublinense. Também escritor, ele se juntou a uma equipe de colegas e lançou, em 2007, a Não Editora. O grupo tinha o objetivo de publicar seus próprios livros, dizendo não para algumas questões do mercado editorial. Mas tinha um perfil bastante restritivo: buscava jovens autores brasileiros que publicassem ficção com alguma radicalidade. E os sócios trabalhavam por amor.
Então publicitário, ele gostou tanto da experiência que decidiu investir na carreira de editor, se juntando a Faraon e abrindo o leque para obras estrangeiras e de gêneros distintos. Ainda em 2010, compraram a “Não”, que hoje é o selo da editora dedicado à ficção nacional. Também já publicaram obras voltadas a esportes, música, psicanálise e ensaios.
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'Somos uma editora independente', define Faraon (esq), ao lado de Rosp, sobre a editora. Foto: Mariana Carlesso/JC

O cenário gaúcho não é importante somente pela origem da pequena editora, no entanto. “Aqui tem um núcleo que vem se fortalecendo a cada ano em função do curso de Escrita Criativa na Pucrs”, lembra Rosp, atualmente um dos doutorandos na universidade. “Vem gente do Brasil inteiro fazer graduação, mestrado e doutorado. Quando você vê estão saindo 15 livros por ano lá. Esse núcleo favorece que livros cheguem a nós”, destaca o editor. O cenário das oficinas literárias também ajuda. Professores reconhecidos, como Luiz Antonio de Assis Brasil e Charles Kiefer, são alguns dos nomes que já recomendaram à dupla trabalhos para publicação.
A prospecção de títulos acontece de diversas maneiras. Um projeto pode surgir de indicações de colegas em quem a dupla de sócios confia, por sugestão de outros editores que não veem determinado livro dentro do perfil de sua empresa ou de autores da casa. Mas o escritor que entrar no site da Dublinense vai encontrar um aviso: a editora não recebe originais não solicitados. Quando abrirem uma janela para isso, explicam os sócios, vai ser algo com um perfil determinado e em um período específico.
Ao longo da década de trabalhos, uma mudança drástica foi sentida no último ano, com a crise das livrarias. “Antes, vendíamos um livro e tínhamos certeza que íamos receber por isso, hoje não sabemos”, cita Rosp, lembrando que atraso de pagamentos ou outros casos peculiares aconteciam eventualmente, mas não como em 2018. “Nunca foi uma coisa sistemática a ponto de termos de fazer um processo para lidar com isso”, explica, em referência a um arquivo em que listam livrarias para as quais hoje não fornecem títulos caso o pagamento não seja à vista.
Para o futuro próximo já há um plano definido: receber leitores em uma recém-inaugurada área no Espaço Plexi, em São Paulo, replicando ação realizada na Festa Literária Internacional de Paraty do ano passado. Na época, um grupo de editores amigos alugou uma galeria de arte, dedicando um espaço para bate-papos, cursos e lançamentos. Na lateral, foi montada uma pequena livraria com obras dos parceiros. Em atividade desde a metade de fevereiro, o novo espaço é uma parceria com a editora Nós e repete a mesma fórmula. A ideia é que eventos de lançamento de títulos da Dublinense em São Paulo aconteçam lá ao longo de 2019. “O objetivo é nos aproximar mais do nosso leitor”, resume Faraon.
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