São longos 12 dias de estudos, práticas e apresentações - 60, ao todo - em Pelotas, durante o 9º Festival Internacional Sesc de Música. Mas nem por isso o início se dá em ritmo tranquilo. A segunda-feira (14) foi o primeiro dia do evento na cidade da Região Sul do Estado, que tradicionalmente recepciona os participantes com um clima quente desafiador.
A manhã foi de aulas para os quase 400 alunos inscritos (número recorde), e a tarde já reservou os ensaios para a Banda Sinfônica e a Orquestra Acadêmica. Esta última foi regida pela maestrina colombiana Cecília Espinosa Arango na AABB. Os instrumentos de corda receberam atenção especial da regente, ao final. No programa, a Quarta Sinfonia de Tchaikovsky.
Por falar em calor, até quem veio do Nordeste reclamou das altas temperaturas e da sensação de abafamento. O Festival na Comunidade, na Bibliotheca Pública Pelotense, foi marcado por muito suor dos músicos tocando música brasileira. Pela segunda vez, a Orquestra Jovem do Sesc de Sergipe participa do evento. O público lotou o espaço para ouvir composições do século XX, começando por Chiquinha Gonzaga e Villa-Lobos, até temas populares dos dias de hoje.
Nem a chuva leve que chegou no fim da tarde amenizou o calorão, que, em seguida, resultou em chuvarada no Centro Histórico da cidade. As ruas centrais receberiam o tradicional cortejo de abertura do evento, que precisou ser improvisado dentro do Mercado Público. A festa de confraternização de todos os músicos que vão a Pelotas anualmente para o Festival também teve ritmos brasileiros e foi puxada pelo bandolinista Elias Barboza e Samuca do Acordeon. Diretor artístico do evento, o maestro Evandro Matté brincou com seu barítono (metal da família dos instrumentos de sopro. O ponta-pé inicial animado – com pessoas da comunidade dançando nos corredores do circuito - teve marchinhas, Carinhoso (Pixinguinha) e Asa Branca (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga).
A sequência da maratona musical foi com o momento oficial da noite, no concerto do Theatro Guarany. Com as autoridades do município e Estado presentes, representando as parcerias promotoras do Festival, a Spharea Mundi Orquestra foi a atração no palco, interpretando Bach, Vivaldi e Corelli. Formada por instrumentos de corda, cravo e órgão barroco, os 13 músicos que se dedicam à música antiga receberam ainda a expressiva violinista argentina Lucia Luque como solista. Eles prestaram uma homenagem ao professor e colega Fernando Mattos, da Ufrgs, falecido em novembro de 2018, aos 54 anos.