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Cultura

- Publicada em 17 de Setembro de 2018 às 19:25

Piquete do Acampamento Farroupilha que abordou o tema da escravidão é fechado após polêmica

Galpão foi fechado para visitação nesta segunda-feira

Galpão foi fechado para visitação nesta segunda-feira


Luis Filipe Gunther/Especial/JC
O Movimento Tradicionalista gaúcho (MTG) fechou, na tarde desta segunda-feira (17), o piquete Aporreados do 38. O galpão se envolveu em uma polêmica após colocar manequins negros amarrados em um tronco de açoite, para contar a história do ataque surpresa do exército monárquico ao Corpo de Lanceiros Negros – exército composto por escravos. De acordo com Luiz Lamaizan, coordenador da 1º região do MTG, “o movimento não compactua com projetos que expõe o povo negro”.
O Movimento Tradicionalista gaúcho (MTG) fechou, na tarde desta segunda-feira (17), o piquete Aporreados do 38. O galpão se envolveu em uma polêmica após colocar manequins negros amarrados em um tronco de açoite, para contar a história do ataque surpresa do exército monárquico ao Corpo de Lanceiros Negros – exército composto por escravos. De acordo com Luiz Lamaizan, coordenador da 1º região do MTG, “o movimento não compactua com projetos que expõe o povo negro”.
Questionado sobre a apresentação do projeto, que aconteceu no último sábado, Lamaizan falou que “o cenário estava diferente, não tinha os manequins negros, e por isso não tivemos denúncia”. Para o coordenador, “a intenção dos coordenadores pode ter sido bem-intencionada, porém foi mal interpretada”.
Nito Almeida, coordenador de projeto cultural do Aporreados do 38, explicou – durante a conversa com a coordenadoria municipal de igualdade racial e líderes do movimento negro – que "a intenção era mostrar a história do povo negro e como ele foi fundamental para o Rio Grande do Sul". Para isso Almeida fez uma pesquisa histórica para compreender e ilustrar a Batalha de Porongos.
Quanto a mudança de cenário na avaliação do júri do MTG, Almeida disse que “como tinha muito vento, os bonecos estavam caindo, então decidimos tirar para colocar depois”.
O piquete fica perto da pista campeira, ao lado direito da entrada principal do parque. Chamativo, tem em suas paredes externas imagens da batalha, que, na opinião de Francisco Vitória, membro do movimento negro de Pelotas e professor de história, foi uma traição ao povo negro. De acordo com ele, líderes maragatos sabiam do ataque e não protegeram o pelotão dos Lanceiros Negros.
Ao lado dessas ilustrações, um paredão negro escrito "senzala", marca a entrada ao interior do piquete. Após passar as porteiras, tanto na direita quanto na esquerda, haviam manequins de negros amarrados em troncos e ferramentas de tortura ao lado deles. Passando pelo corredor, carruagens e outros materiais de época caracterizavam o espaço.
Em nota, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre comunicou que "solicitou tomada de providências imediatas ao MTG que, diante do comunicado e confirmação do fato, fechou o local". E complementou dizendo que o piquete não faz parte do projeto Turismo de Galpão.
Elisette Morsetto, a coordenadora municipal de Igualdade Racial, diz que foi um mal-entendido e que fará uma reunião com a direção do piquete, com o movimento negro e com o MTG para definir se o espaço permanecerá ou não fechado. Caso decidam pela reabertura, o espaço deverá ter um banner explicativo e poderá voltar a funcionar nesta terça-feira. 
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