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Tradicionalismo

- Publicada em 15 de Setembro de 2018 às 12:33

Piquetes transformam seus espaços em museus campeiros no Acampamento Farroupilha

Piquetes localizados no Acampamento, como o dos Guerreiros da Zona Norte, reúnem peças históricas

Piquetes localizados no Acampamento, como o dos Guerreiros da Zona Norte, reúnem peças históricas


MARCO QUINTANA/JC
O mês de setembro é marcado pelas comemorações tradicionalistas que retratam um pedaço da história do Rio Grande do Sul. Um dos eventos mais esperados da época é o Acampamento Farroupilha, que começou no dia 7 e segue até o dia 20 de setembro. Criado em 1981, o espaço de 65 hectares é ocupado por aproximadamente 400 galpões. Atualmente, essas casas têm a missão de preservar a memória tradicionalista por meio de objetos que se conservam por gerações.
O mês de setembro é marcado pelas comemorações tradicionalistas que retratam um pedaço da história do Rio Grande do Sul. Um dos eventos mais esperados da época é o Acampamento Farroupilha, que começou no dia 7 e segue até o dia 20 de setembro. Criado em 1981, o espaço de 65 hectares é ocupado por aproximadamente 400 galpões. Atualmente, essas casas têm a missão de preservar a memória tradicionalista por meio de objetos que se conservam por gerações.
No galpão dos Guerreiros da Zona Norte isso fica mais claro. Pendurados em paredes ou por cima das mesas, itens que compõe décadas de história servem como decoração do ambiente que concorre ao prêmio de piquete mais autêntico. Os donos do acervo são Rosângela Prestes e Eros de Santos, patrões do piquete.
A coleção começou junto com a inauguração do galpão, em 2005. Ao todo, já são mais de 100 peças que variam entre maquinas, tarros e garruchas. De acordo com Rosangela, isso “é uma maneira de resgatar a história das pessoas que colonizaram o Estado”. As peças não são datadas como um museu comum, porém trazem em suas estruturas as marcas do tempo, que Rosângela insiste em preservar.
Os itens, que dão essa originalidade ao espaço, em sua maioria são doados. Santos conta que conforme os amigos começaram a participar dos festejos farroupilha no galpão, foram presenteando-os com as peças. Em pouco tempo admirando o espaço, se pode conhecer um os quatro cantos do estado. Ao todo, cinco cidades tens suas histórias contadas por meio de ferramentas e objetos expostos no piquete.
Veja as imagens do piquete Guerreiros da Zona Norte:

Há 18 anos cultivando tradição

Rogério e Janaína Maduré estão há 18 anos colecionando as peças expostas

Rogério e Janaína Maduré estão há 18 anos colecionando as peças expostas


MARCO QUINTANA/JC
Como em um roteiro de cinema, o piquete A Ferro e Fogo montou seu museu. Logo ao adentrar a casa, no lado direito já se observa o canto do tropeiro. O espaço é composto por bancos com pelegos, fenos, e ao centro um trempe de ferro - uma espécie de tripé de ferro. Rogério Maduré, patrão do piquete junto com a sua esposa Janaína Maduré, explica que este cenário retrata como que era a lida campeira, a diferença é que na época os tropeiros utilizavam um trempe de madeira. Nele os viajantes faziam suas refeições diárias. Ao lado da copa, um fogão de chão utilizado até hoje por interioranos. 
Pelas paredes de madeira, chifres de animais que serviam como sustento na época decoram o ambiente. Além de ferramentas como boleadeiras, laços e bastos utilizados para as campereadas. Maduré comentou que essa é a forma de manter viva a lembrança dos antepassados: "antigamente isso era retratado pelas ruas que cortam o parque, o que com o tempo foi mudando e adentrando às porteiras dos galpões".
Questionado sobre o que foi alterado nos costumes dos galponeiros, ele comentou que as regras em geral mudaram. "Tivemos que nos adaptar com o público, pois muitos não conhece o movimento tradicionalista em sua origem e estranhariam algumas práticas", diz.
Muitos dos objetos expostos pelos cantos do galpão foram doados, conta Maduré. "São 18 anos de história já e nesse meio tempo a gente foi ganhando uma panela de um amigo, o laço de outro, e aos poucos foi se formando nosso acervo de adornos", explica. Os objetos também não são datados, porém este já é um projeto para o próximo ano. 
Essa musealização nos galpões faz parte de um projeto cultural promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) – organizador do acampamento. Todos os anos a organização traz um novo tema para desafiar as patronagens dos galpões. Neste ano, o assunto escolhido pela organização foi o Tropeirismo. Entre os critérios a serem avaliados são a indumentária dos membros do galpão, a organização do espaço, reciclagem e os adornos (enfeites). 
O resultado do esforço de todos os piquetes para conquistar o prêmio do projeto cultural sai neste próximo sábado. No palco central do harmonia, os  participantes do evento deveram fazer a apresentação final. O evento começa às 11h com declamações sobre o tema Tropeirismo. No restante do dia, os avaliadores irão em cada galpão para avaliar o que inicialmente foi proposto pela patronagem. 
Veja as imagens do piquete A Ferro e Fogo: